sábado, janeiro 05, 2013

Patrimônio Cultural




No último dia 30 de dezembro, o jornal O Popular publicou a interessante matéria “Procuram-se responsáveis pelo patrimônio histórico”, de Vandré Abreu, e, no dia 31, o excelente editorial sobre o mesmo tema. As publicações expõem o fato de que o Sistema Nacional do Patrimônio Cultural ainda não chegou por aqui.
A definição de papéis e marcos legais entre Estado, municípios e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) não é simples e vai além da questão de vilões e mocinhos. A luta preservacionista do patrimônio cultural em Goiás existe e há esforços tanto por parte do IPHAN, quanto do Estado e dos Municípios  para que prossiga a passos firmes.
Entretanto, para maior efetivação das políticas de preservação do patrimônio, é indispensável a implementação do Sistema Estadual de Cultura (SEC), já em fase avançada em Goiás, no qual estados e municípios integram o Sistema Nacional de Cultura (SNC),  um sistema maior de construção de políticas públicas de cultura, de forma participativa e envolvente e a sociedade é vista como sujeito, ao invés de receptáculo. E uma das propostas do SNC é a criação do Sistema Nacional do Patrimônio Cultural (SNPC), uma área setorial dentro do Plano Nacional de Cultura.
E nesse sentido, o Estado de Goiás vem organizando um banco de dados sobre os municípios que possuem legislação própria de proteção ao patrimônio cultural, e que tenham bens tombados, tanto municipal, quanto estadual e federal. O próximo passo, ainda em 2013,  será criar , o Sistema Estadual do Patrimônio Cultural e Conselho Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico.
A tarefa é fazer funcionar em Goiás uma rede de proteção ao Patrimônio Cultural, que não pode e não deve ser reduzida a meros processos de fiscalização, autuação e punição. Todavia, para efetivar esse sistema, é necessário que o Iphan assuma seu papel de coordenador do processo.  No geral, o Iphan, ainda que longe do ideal, trabalha em parceria com os Estados para mobilizar os governos municipais, para avançar na proposta de políticas para o Patrimônio Cultural e instituir o SNPC.
Embora o Patrimônio Cultural seja brasileiro, o orçamento do Iphan, quase sempre, contempla apenas aqueles bens tombados pelo próprio Instituto e ressalvam-se as emendas parlamentares. E no caso de Goiânia, a despeito do tombamento do acervo arquitetônico Art Déco pelo Iphan, a conservação dos edifícios está a cargo o Estado de Goiás e Prefeitura de Goiânia, mas sem investimentos visíveis por parte do Instituto na preservação desses bens. Se o SNPC existisse em Goiás, as prioridades, ações e programas seriam decididos em conjunto e todos os envolvidos, de forma participativa e parceira, assumiriam a sua parte da tarefa, inclusive orçamento, que é o grande vilão tanto para o Estado como para os municípios.
E como resolver? Em Goiás, implantar o ICMS cultural, que já funciona em Estados como Minas Gerais, não seria má ideia, assim como a regulamentação, já em discussão, da parte que toca ao patrimônio cultural e sua preservação junto ao Fundo Estadual de Cultura. E, no campo municipal, ótima forma de estimulo à valorização do patrimônio seria implantar isenções de IPTU/ITBI para proprietários de imóveis tombados. Ainda em tempo, a discussão do Sistema Nacional do Patrimônio Cultural precisa ganhar força social em Goiás e deixar de ser uma questão apenas de governo.

Deolinda Taveira é superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secretaria de Estado da Cultura de Goiás

domingo, maio 13, 2012

Elza, a matriaca da família Taveira Moreira




                          Elza e Camilo(neto), Fernanda(bisneta),Gisele(bisneta) e Maura.Aniversário de três anos da   Fernanda.
 



Mãe

Que figura estranha que é a mãe, já pensaram nisso? Antes de ser, só pensa nas doçuras da maternidade, depois de ser, o que lava de fraldas, o que limpa de bundinhas gorduchas melecadas, o que deixa de dormir e o que vive em sobressalto a faz esquecer completamente das doçuras, basta parar um momento para refletir friamente sobre a vida que leva no pós filhos! Mas basta olhar para aqueles zoinhos melosos e desconsidera tudo, acha aquele cheirinho das fraldas o melhor perfume francês , ri das noites em claro e surta se alguém disser ao contrário.
 Nos jornais de hoje, a mãe do acusado da chacina de Doverlância reclama das dificuldades para recuperar o corpo do filho, morto no acidente com a aeronave da Polícia, ela moradora de um assentamento, e o medo de represálias, pois têm outros três filhos. Coitada dessa mãe, para o resto da vida vai se culpar pelos atos do filho, vai se perguntar onde errou, e o que poderia ter feito para evitar que o filho tomasse o caminho que tomou. Talvez seja hora do nosso mundo perfeito parar e refletir sobre o que está acontecendo com os nossos jovens, homens, meninos, que morrem diariamente, antes de completar 30 anos. Quais as opções de futuro? De emprego? De escola? De vida? Fiquei com pena dessa mãe, que hoje enterra um filho, que outro dia era uma bolinha gorducha, balbuciante e de olhos brilhantes, agora é nada, pó que volta a terra. Não dá para imaginar isso! Eu que sou mãe de dois rapazes, meio que sem querer, se leio a noticia de um jovem que morre, por acidente, drogas, ou assassinado - o jovem de periferia de Goiânia morre assim, bestamente, vitima de torcida organizada, do tráfico ou da vontade de superar as condições desiguais que vive ( de acordo com a propaganda massificadora da TV) – me pego agradecendo a Deus que o mais velho (um folgado de marca maior) já tenha passado dos trinta, e morrendo de vontade de saber como vai o mais novo (filho da mãe motoqueiro). E os dois casados e com filhos! Imagina essa mãe, cujo filho é acusado de atrocidades, morto, e só tinha 22 anos? E o filho de tantas mães que também se foram, jovens, meninos? Cara, não dá para imaginar!
A minha mãe, digna senhora de 86 anos, cujo único defeito, atualmente, é o pouco juízo, não que antes fosse diferente, por que ela nunca foi uma mulher igual às outras, basta ver que casou-se, diz ela que sem amor (há quem duvide), com um luso, ficou viúva relativamente jovem, e mesmo sem o alegado amor pelo luso, não mais buscou encontrar o amor. E olha que não foi por falta de oportunidades e pretendentes! Penso cá comigo que ela não viu o que já havia encontrado, no companheiro e amigo lusitano! Mas enfim, casando com ou sem amor reconhecido, mudou-se do interior do Estado do Rio de Janeiro, para o fim de mundo, do interior de Goiás. No calor causticante, na poeira vermelha e na lonjura distante de Porangatu, naquele tempo, médio norte goiano, agora norte, fronteira com o Tocantins, perto e longe de tudo ao mesmo tempo, viveu ombro a ombro a construção do futuro para o casal e para os filhos, e agora vive um dia depois do outro, um dia tonta, no outro, animada (a velhice é assim, um dia depois do outro, puro lucro), e sempre com a alegria, a felicidade e a inteligência que a impulsionaram a casar-se com o luso e meter-se nessa grande aventura que é viver. Morro de inveja dela, dá para acreditar que gosta de academia? Quer malhar nessa idade!
À minha mãe, milhões de beijos e um aviso, na semana que vem, vou ai nesse norte goiano, te encontrar. E as mamães de primeira viagem, Simone (amiga do coração), outros zilhões de beijos e um conselho, aproveita  cada minuto enquanto a pequenina Isabela ainda é só uma coisinha gorducha, zoiudinha e sorridente, por que depois, a vida, vai tomar seu curso, e sua pequenina, seguirá fazendo escolhas e te dizendo, mãe, credo, me deixe viver! Bom ai já é outro tempo, e os netos chegam. 
À todas a mães do mundo.

Deolinda
Para Elza, Camilo, Albino, Maura, Thaís, Fernanda, Arthur e Gisele. À Mônica, filhota do coração. E claro, Simone Rosa.

sábado, maio 12, 2012

“Cultura e Museus nas Cidades Criativas”


 
 
 “Cultura e Museus nas Cidades Criativas”
 palestra de Ana Carla Fonseca Reis,( Garimpo de Soluções / ONU) e roda de prosa.
Serviço:
Data: 14 de maio
Hora: 14 horas
Local: Museu Zoroastro Artiaga
Endereço: Praça Cívica, Nº 13 – Centro – Goiânia - GO
Informações: (62) 3201-4676 / 3201-4675 / 3201-98 / 3201-9885 (Juliana)