terça-feira, maio 30, 2006

APÓS A CENSURA, ESCURIDÃO NO MASP
















MAG
x
MASP




Depois da censura religiosa do CCBB sobre a representação da arte, nada de pior poderia acontecer, mas aconteceu. O MASP FICOU AS ESCURAS!

A arte voltou às trevas...

Imaginem vocês que durante o 2º semestre de 2004 e o começo de 2005 o visitante mais freqüente na porta do MUSEU DE ARTE DE GOIÂNIA foi exatamente o encarregado do corte do fornecimento de energia. Motivo: uma divida de R$ 7.000,00 (sete mil).

E um dia aconteceu o corte 40 minutos antes da visita da embaixatriz da China. Um amigo, que por acaso trabalhava na CELG no último segundo mandou religar. A comitiva da Embaixatriz entrava no portão do Bosque dos Buritis e se fez a luz!

Não preciso dizer que estávamos no Museu de Arte de Goiânia apenas nós a ralé dos funcionários, por que o Secretário de Cultura após vários telefones, sabendo que nada de Fiat lux, preferiu receber a visita da Embaixatriz ao lado do Prefeito, afinal, era certo que lá sempre haveria luz!

Mas a CELG, ah, a CELG não deixou por menos, um dia despachou a turma do corte para o Paço Municipal e CRAU!!!!cortaram a luz do Prefeito de Goiânia. Nessa hora o Secretário de Cultura, não apareceu nem para dar apoio ao Prefeito, que desceu os cinco andares pela escada.

O problema do MASP é o mesmo da maior parte dos museus brasileiros, ausência de um projeto a longo e médio prazo. Um projeto curatorial. O MASP assim como o MAG, um é particular e o outro é público padecem do mesmo mal, ingerências e má gestão.

O MAG hoje é tocado em ritmo de mutirão, sem curadoria nem para as exposições, um calendário chinfrim e de quebra, ainda apresentam como feitos novos, projetos realizados nas gestões anteriores. O telhado continua vazando, orçamento municipal ZERO para o museu e um diretor que não é diretor. E isso por que no Brasil, a falsidade ideológica ainda é crime ou deixou de ser e não avisaram?

Mas tudo bem, as pessoas quando falarem do apagão do MASP lembrar-se-ão que o MAG foi pioneiro na categoria dos museus apagados, e alçado ao mesmo patamar de um museu de primeiro mundo.

A diferença é que os apagões do MAG não deram nem na primeira e nem na última página do jornaleco mais bobinho de Goiás, quanto mais no jornais diários.

Marilia Pera, sinceramente? Que coisa difícil que é tirar Goiás do anonimato!!!

Só o fantasma do Pareja para dar conta disso!

segunda-feira, maio 15, 2006

DEU NA IMPRENSA GOIANA








1- A REVISTA BULA apresenta a primeira parte de uma excelente entrevista com o professor e escritor Dr. Heleno Godoy, na qual, pontua uma série de questões da sua produção literária e a sua relação com as artes plásticas. A coisa de duas semanas a obra de Heleno Godoy foi tema de uma análise bem interessante no jornal FOLHA DE SÃO PAULO. O link para a matéria completa é: http://www.revistabula.com/coluna9-2006-05-08.php
Só para adoçar a boca ...

“Heleno Godoy, um dos mais conceituados intelectuais goianos, escritor, doutor em Literatura Irlandesa, professor de Literatura Inglesa nas Univesidades Federal e Católica de Goiás, pesquisador, crítico literário, um dos fundadores do GEN (Grupo de Escritores Novos) e, por um bom tempo, militante do Movimento de Vanguarda Práxis. Sempre esteve presente nas mais acirradas discussões acerca da literatura, de personalidade forte e combativa, nunca se calou ante os embates intelectuais. Amado por muitos, mas com um número considerado de desafetos, nesta entrevista exclusiva para a Revista Bula, de forma inteligente e ferina, fala da sua vida e da sua obra, não economiza palavras ao posicionar-se e, inclusive, criticar alguns questionamentos que lhe foram formulados. Sempre de forma contundente e, muitas vezes, didática, discorre sobre a vocação para as letras que, segundo ele, começou muito cedo, bem antes de pensar em ser professor. Fala da Universidade Brasileira, dos cursos de letras, das vanguardas, da academia, da literatura goiana e dos seus eleitos (o seu cânone) e aproveita para alfinetar os “não citados desafetos”. Reflete sobre o papel do escritor, da tradição e da tradução. Defende a permanência do livro, que, segundo ele não sucumbirá à Internet.

FRANCISCO PERNA - Antes de ser escritor o senhor já foi artista plástico, mais especificamente santeiro. O que o fez trocar as artes plásticas pela literatura? Perdeu a fé nos santos, ao descobrir que com eles o senhor não chegaria aonde chegou na literatura, uma vez que imagem plástica é um simulacro da realidade, não permitindo ir além do que se nos apresenta, enquanto que na literatura opera-se o milagre da plurissignificação?

– Esta é a pergunta mais inacreditável que já me fizeram na vida. Você fez mal e incorretamente seu trabalho de casa ou foi pessimamente informado. Nunca fui santeiro, quando trabalhava com artes plásticas. Estudei escultura, desenho e gravura na antiga Faculdade de Artes da UFG, de onde fui expulso em 1969, por “subversão”. Dos trabalhos de que me lembro, apenas uma gravura, das inúmeras que fiz, tem tema sacro e é um Cristo na cruz. Foi só. Fui um gravador, sobretudo, e trabalhava com o abstracionismo. Meus últimos trabalhos, aliás, afastaram-me mais ainda de temas sacros (e até do abstracionismo), pois foram enormes xilogravuras que retratavam o corpo masculino e feminino no ato sexual. Quanto à opção pela literatura, tudo foi uma questão de tempo e necessidade. Precisava trabalhar e sobreviver, dar aulas pagava melhor e mais direta e imediatamente, naquele tempo, daí minha opção. Mas escrever não foi o que me restou, já que era decisão anterior, de qualquer forma, como disse ao Flávio. Nunca me arrependi.

Desde quando as artes plásticas são inferiores ou piores que a literatura? De onde você tirou essa idéia tão errada quanto esdrúxula, quem sabe excêntrica, de que as artes plásticas são um “simulacro da realidade” e que na literatura se opera o “milagre da plurissignificação”? Desde Aristóteles que esse problema já foi resolvido: em todas as formas artísticas opera-se o que você chama de “milagre (êta expressão messiânico-apocalíptica!!!) da plurissignificação”. Na pintura, na escultura, na dança, na música, na literatura, qualquer uma. Apenas os meios usados por elas diferem, e isso está logo no primeiro capítulo da Poética , de nosso velho pai Aristóteles. Em todas as formas de arte acontece a plurissignificação: quando o compositor compõe, quando o pianista toca, quando o pintor pinta ou vemos sua pintura, quando o bailarino dança e nos maravilhamos com sua destreza, quando o escritor escreve e nos emocionamos com seu poema ou romance. E todas, indistintamente, são “simulacros da realidade”, já que são mimese (do grego mímesis ), imitação, simulação. Basta a obra ser escrita para não ser a realidade. Ou você ainda acredita no realismo do Realismo? Você está pior que Platão, que não chegou a tanto, e mais radical que Kant, que não gostava de objetos de arte, mas tinha o maior respeito pela arte e teorizou esplendidamente sobre ela. “

A matéria é boa ou não é? Leia e comente, pois vale a pena.

2 - E enquanto isso, a Coluna IMPRENSA do JORNAL OPÇÃO na Edição de 14 a 20 de maio de 2006, Euler Belém resolveu partir para uma longa análise do comportamento “ação entre amigos” da imprensa goiana, o link para acesso a integra da coluna é http://www.jornalopcao.com.br/ e no conjunto vale a pena ler o restante do jornal, pois, também há um excelente artigo sobre famílias poderosas e a relação com a Prefeitura.
Para adoçar o beiço:

A imprensa e a gestão de Iris
O Diário da Manhã tem uma tradição de jornalismo investigativo maior que a do Pop. Mas, no caso das denúncias a respeito de corrupção na Prefeitura de Goiânia, o jornal está ficando para trás. ..

É verdade, porém, que o Pop passa ao lado de algumas denúncias ou publica um texto pequeno, sem muita consistência, como se dissesse ao leitor: “Não nos omitimos”. Tal ocorreu com a irregularidade numa licitação da Comdata. O Pop publicou um texto breve e nada ocorreu. O Jornal Opção publicou uma longa reportagem, fornecendo detalhes da licitação viciada, e a Prefeitura de Goiânia decidiu anulá-la. Numa reportagem, o Pop abriu espaço para Iris Rezende e Flávio Peixoto dizerem que iam aumentar o controle interno. Ora, como se sabe fora do jornal, não há gestor mais centralizador do que Iris. Na verdade, o jornal foi usado para Iris, com o apoio de Flávio Peixoto, se justificar ante a sociedade. Se quisesse fazer jornalismo, o Pop poderia dizer, com sua delicadeza habitual, que Iris, sem dúvida um administrador competente, não parece atualizado com os tempos modernos, quer dizer, com a presença de um Ministério Público eficiente e intransigente na defesa do patrimônio público, com políticos que ousam enfrentá-lo e com os rigores da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Como os próprios políticos, promotores de Justiça e leitores dizem, as denúncias mais consistentes têm sido publicadas pelo Jornal Opção. Com a vantagem extra, e ética, de que todos os textos são acompanhados do contraditório.

Os editores das televisões goianas fingem que Iris está administrando Goiânia em céu de brigadeiro.”

E ainda na mesma coluna, a propósito da sugestão para que o JORNAL OPÇÃO desse uma "praticada básica" no jornalismo investigativo, e fosse em busca do processo que corre em vara da Justiça Federal(em greve no momento), no qual o INSS pede a reintegração de posse do prédio do Grande Hotel, Euler Belém , sempre gentil e atencioso parte para os elogios. Elogios esses que agradeço, pois sei que são sinceros. E tem razão absoluta razão em falar de uma epidemia de corrupção na atual gestão na Prefeitura de Goiânia.

“Prefeitura 1
Deolinda Taveira, uma mulher competente e de muita fibra, sugere que a imprensa investigue o que está ocorrendo na Secretaria de Cultura da Prefeitura de Goiânia.

Prefeitura 2
A corrupção na gestão de Iris Rezende não é um caso isolado. Tudo indica que há um processo epidêmico. Mauro Rubem diz que teme por Goiânia. O deputado petista tem razão.”

A despeito de tudo, após a leitura, nos fica um gosto amargo, pois seja qual for partido ou figura política que assuma o executivo municipal, o que se espera é administre com probidade. E todos esses escândalos não favorecem Goiânia em nada. Mas que sirva de lição, os tempos são outros.

3 - Por outro lado, José Luiz Bittencourt Filho , no jornal O SUCESSO na sua coluna Política e Comunicação(Edição Nº 508) elabora uma análise interessante da relação entre o executivo e o legislativo goianiense. E só nos resta desejar que os últimos escândalos envolvendo o legislativo goianiense sirvam para que uns e outros sintam-se motivados a mostrar a sua cara. E de preferência com probidade e a favor da cidade e não de interesses particulares.
O link para a coluna é:
http://www.jornalosucesso.com.br/editoria_materia.php?id=388

“DENÚNCIAS DA CÂMARA CONTRA IRIS SÃO ESTRATÉGICAS - O prefeito Iris Rezende está dormindo no ponto na questão do relacionamento com a Câmara Municipal. Eu sempre escrevi aqui que Iris errou ao disputar a prefeitura, já que, pessoalmente, é muito maior do que um cargo onde é obrigado a se preocupar com buracos de rua e articular com figuras toscas do tipo Misair Lemes, Tião do Arroz, Rannieri Lopes e mais uma multidão de assemelhados. E logo Iris, que já foi governador por duas vezes, senador, além de titular de três ministérios, entre os quais o da Justiça.Pois bem: Iris não deu conta da Câmara. Já vai para um ano e meio de mandato e até hoje o prefeito não dispõe de uma base mínima de governabilidade no Legislativo municipal. Os vereadores fazem gato e sapato do Paço Municipal, entre outras coisas se vingando de Iram Saraiva Júnior, que chegou a dar declarações aos jornais chamando os nobres parlamentares de “malandros”. Vários deles já discutiram com Iris aos gritos. Nenhum deles aceitou a autoridade de que o prefeito se julgou investido, na medida em que imaginou repetir na prefeitura os bons e imperiais tempos do governo do Estado. Mas por que Iris está dormindo no ponto? Ora, ele não percebeu que a Câmara está gerando uma agenda negativa de campanha para o PMDB em Goiânia. A maioria das denúncias contra Iris partiram dos vereadores, especialmente as mais pesadas, que geraram inquéritos no Ministério Público e prometem desdobramentos perigorosos para o futuro. Entre elas, as irregularidades na elaboração da Planta de Valores, que fundamentou o aumento do ITU e do IPTU; os desvios na Sociedade Cidadão 2000 e a mudança de gabarito de uma quadra no setor Bueno, favorecendo parentes do prefeito.Digo mais: andei conversando com vereadores influentes e constatei que eles vão continuar atirando no prefeito. A estratégia, acreditam, está funcionando. Na última pesquisa Serpes, no que diz respeito aos números de Goiânia, Maguito Vilela caiu e Alcides Rodrigues subiu. Os vereadores acreditam que as denúncias têm a ver com essa oscilação e vão insistir na estratégia, martelando Iris sem dó nem piedade. E que ninguém estranhe se o senador Maguito Vilela também se transformar em vítima da desarticulação política entre o Paço e a Câmara. “

4 - Assim como, o jornalista Thiago Marques comenta o momento político local, o inferno pós astral do prefeito vai longe, o aniversário dele foi em dezembro.
E como já havia sugerido no Blog, “Inferno astral, será que rezar resolve?”, quem sabe, a oração, ajudará ao Prefeito de Goiânia a escolher melhor os seus auxiliares?

Só para atiçar, pois a matéria completa poder ser vista no link http://www.tribunadoplanalto.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=834&mode=thread&order=0&thold=0 :
”O inferno astral de Iris
Preocupação no PMDB é que embate entre prefeito e oposição na Câmara Municipal atrapalhe Maguito na Capital

por Thiago Marques
O prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), vive um período de inferno astral no relacionamento com a Câmara Municipal. Os atritos entre Executivo e Legislativo começaram um mês após a posse de Iris, no ano passado, mas nunca preocuparam tanto o Paço quanto agora, provocando até a interferência do senador licenciado Maguito Vilela, o candidato peemedebista ao governo do Estado. O medo no PMDB é de que o embate entre o Paço e a oposição na Câmara atrapalhe a candidatura peemedebista na Capital e alavanque a do governador Alcides Rodrigues (PP). “
Ah, e no dia 12 de maio a coluna GIRO do jornal O POPULAR soltou o aviso de alerta máxima para os produtores de cultura em Goiânia:
Cultura – O vereador Elias Vaz pediu e Cláudio Meirelles aprovou a convocação do secretário Kleber Adorno para explicar as ações do Paço no setor cultural.
As explicações do digno secretário e sua equipe será um espetáculo imperdível, digno de um prêmio.

5 - Direto do MIS - GO
Com nem tudo em Goiás e em Goiânia se resume aos deslizes da administração pública municipal, do MIS – Museu da Imagem e do Som de Goiás o assunto é outro, tratam da recuperação dos 40 mil discos da Coleção Cerne/Rádio Brasil Central:

O Museu da Imagem e do Som/Agepel começa na segunda-feira, 15, a musealização do Acervo Fonográfico constituído de 40 mil discos da Coleção Rádio Brasil Central/Cerne doada ao MIS em 2004.
O processo de musealização será realizado durante doze meses e compreende a higienização, o acondicionamento, a guarda e a implantação de banco de dados para disponibilização aos pesquisadores e usuários. O Projeto é patrocinado pela Petrobras, com o incentivo da Lei Rouanet do Ministério da Cultura. O recurso liberado é de R$ 298 mil para a contratação de profissionais especializados e para a compra de conjunto de armários deslizantes, computadores, embalagens para acondicionamento, móveis e todo o instrumental necessário aos procedimentos de conservação.

O trabalho vai ser coordenado pela especialista em Museologia e diretora do MIS, Tânia Mendonça e vai ser executado pelos profissionais em conservação e catalogação de acervos, Vitória Bandeira, Keith Tito e Guilherme Talarico. A equipe já está trabalhando desde o início de abril, quando realizou viagem ao Rio de Janeiro para conhecer experiências semelhantes de musealização de acervos audiovisuais empreendidas com sucesso pelo Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro.

O Projeto do MIS de Goiás foi aprovado pela Petrobrás no final do ano passado e foi selecionado dentre os mais de três mil projetos apresentados pelos museus de todo o País.

E ainda tem mais:

MIS/Agepel promove Oficina “Como Organizar e Conservar sua Coleção de Fotografias”
DATA: 17 e 18 de maio (quarta e quinta-feira)
HORÁRIO: das 9 às 12 horas e das 14 às 18 horas
LOCAL: Sede do MIS – Praça Cívica n. 2 Centro – Goiânia

O Museu da Imagem e do Som/Agepel comemora a Semana dos Museus com a Oficina Como Organizar e Conservar sua Coleção de Fotografias que vai ser realizada nas próximas quarta e quinta-feira, 17 e 18, na sede do MIS - Centro Cultural Marieta Teles Machado, Praça Cívica – a partir das 8 horas da manhã. A Oficina vai proporcionar noções básicas de conservação de fotografias, tais como, higienização, acondicionamento e guarda, de forma a possibilitar que os registros fotográficos das famílias e das instituições sejam retirados de caixas e álbuns inadequados e preservados através de procedimentos simples e acessíveis de conservação.

As aulas vão ser ministradas pela fotógrafa Stela Horta Figueiredo, técnica do Acervo Fotográfico do MIS e integram a programação comemorativa da Semana dos Museus, que é promovida em todo o País, de 15 a 21 de maio pelo Departamento de Museus do Ministério da Cultura. As vagas são limitadas. Informações pelo telefone 62 3201.46.44.

Eh, Goiás ainda te tiro do anonimato! Uma boa semana à todos(as), pois por motivos de festa, meu niver, vou dar um tempo durante a semana.
Ah, Marilia Pera já usou essa frase antes!

sábado, maio 06, 2006

INFERNO ASTRAL, SERÁ QUE REZAR AJUDA?



No dia 11 de maio completa um ano que me vi na condição de pária entre os meus colegas de trabalho. E começou assim, um telefonema, uma reunião sigilosa (certas coisas não são ditas em público) e outra para dar posse a uma ilegalidade (falsidade ideológica ainda é ilegal?), regada com muita cara cínica e saliva.

As caras cínicas ficam por conta daqueles que possuem intrínsecos, como uma segunda pele, a fé que a politicagem é tudo de bom na vida e a absoluta certeza da impunidade. E são ótimos a se prestarem ao papel de entregadores de recados.

E a saliva, essa fica por conta do hábito, de determinados humanos de lamber, como fazem os cães, as extremidades uns dos outros. É claro que, os cães fazem isso para saber quem é quem. Como uma carteira de identidade canina. Nos humanos, quase sempre, mostra o aspecto servil (o falso). Eca, que coisa mais nojenta sô!

E depois disso iniciei um ano cheio de novas experiências. E que experiências! A primeira delas foi passar de restauradora de obras de arte a camareira no falecido Grande Hotel**. Afrontou? Agora leva!

Dá para acreditar que me pagam para olhar o tempo e rezar?Afinal os fantasmas que povoam o Grande Hotel não necessitam de restauração, mas de oração, não é? Mas de verdade, uma faxineira lá também cairia muito bem e até os fantasmas ficariam agradecidos.

Depois foi a constatação entre muitas idas e vindas ao Ministério Público, ao Fórum de Justiça de Goiânia por que é que dizem que a justiça é cega, mas o pior, é que além de cega, ela também parece possuir sérias dificuldades de locomoção. Será que com os novos ônibus adaptados, novinhos, a coisa vai melhorar?

E francamente, venhamos e convenhamos, não concordam comigo, que a dona Justa gosta mais das causas dos avestruzes que dos “causos” culturais?

Também encontrei e descobri pessoas de bem no Fórum Permanente de Cultura de Goiânia, na Conferência Nacional de Cultura, nas reuniões da AAMAG, nas oficinas do DEMU, na Comissão Permanente de Inquérito Administrativo – ainda não contei que forjaram uma acusação de abandono de cargo, contei? Ah, mas esqueçam isso por que a CPIA concluiu que era tudo muito estranho e mandou que me pagassem o que haviam expropriado. - e também no Grande Hotel.

Adotei um lindo cãozinho e lhe dei o nome de Zequinha. Imaginem que se aproveitando da minha confiança emprenhou a Lindinha, que por sua vez me presenteou com quatro lindos filhotes e uma baita sociedade com o veterinário, Dr. Carlos, tremenda figura. Uma pena que não quis receber em pagamento os filhotes! Mas daqui para frente, o controle da natalidade canina será feroz.

E ainda durante esse ano retomei um hábito há muito esquecido, escrever. E escrevi para protestar, para agradecer, para elogiar, para ironizar, no blog (agora tenho um), para o fotolog, para os jornais (morrem de medo de publicar e deixar o poderoso chefão zangado), revistas, amigos, desafetos e até para o gerente do INSS.

Sobre ele preciso dizer que é gente boa, mas tive que escrever uma carta. Uma daquelas no estilo cutucar a onça com a vara curta, acreditam que esqueceram de reajustar a pensão da minha mãezinha de 80 anos? E ai o juiz federal deu um despacho determinando multa diária e ainda comunicou ao Ministério Público. No fim achei que era canseira demais e lá se foi a carta aberta ao INSS, afinal mesmo sendo gente boa deixou de cumprir a sua obrigação.

E não é que descobriram que a Procuradoria do INSS esqueceu de encaminhar o processo, para quem deveria resolver o caso? Mas tudo bem, o gerente do INSS em Goiânia, José Aparecido Silva garantiu que tudo se resolve em uma semana. E, sinceramente acreditei nele.

Mas comecei a pensar em tudo isso, por que dia 16 de maio (gente teimosa parece que só nasce nesse dia) é meu aniversário, o da Eliete, o da Maria Wirtz. Os astrólogos acreditam que os trinta dias que antecedem a data natalícia é o inferno astral. E nesse período tudo dá errado.

Pois sim, em 2005 o inferno astral começou mesmo foi no dia 1º de janeiro, gobierno nuevo, pesadelo velho.

E depois a sabedoria popular reza que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Só se isso acontece em outra parte do Estado de Goiás, por que aqui em Goiânia, não só caem duas como cai três vezes no mesmíssimo lugar e ainda consegue ser um fenômeno piorado, manifestando-se cercado de uma horda de mortos vivos e dos lambedores das décadas passadas.

Sem viver um período de inferno astral em 2006 espero que, não haja um inferno pós-astral.

Afinal depois que o “Centro de Documentação e Memória” e junto com ele o inexistente “Departamento de Conservação e Restauração” forem despejados – o INSS pediu a reintegração de posse e vai ganhar – onde será que os poderosos da cultura me despacharão para cumprir o exílio nos próximos dois anos e meio?

No MAG*** não pelo amor de todos os santos, lá está cheio de dengue e de lambedores!
Antes que esqueça ... 18 de maio é o dia internacional do museus.

* Deolinda Conceição Taveira Moreira é Conservadora Restauradora de Bens Culturais, especialista em Gestão Integrada do Patrimônio Cultural – ITUC – AL, ex- Conselheira de Cultura de Goiânia, faz parte do Conselho Diretor da Associação de Amigos do MAG – AAMAG, da ONG KULTUR, do Fórum Permanente de Cultura de Goiânia e motivada pela situação político cultural de Goiânia publica o blog http://amigosdemuseu.blogspot.com/ e o fotolog http://fotolog.terra.com.br/culturagoiania:7
** Grande Hotel – Projetado pelo arquiteto Attílio Correia Lima e construído em 1933 foi inaugurado em 1937. É patrimônio tombado como bem de excepcional valor histórico e cultural “Goiânia art déco”
*** MAG – Museu de Arte de Goiânia

quinta-feira, maio 04, 2006

ESTRANHO FERIADO, O DE 1º DE MAIO.

Por Deolinda Conceição Taveira Moreira *

O feriado do dia do trabalho, no ano santo de 2006, em Goiânia, planalto central do Brasil foi no mínimo, um tanto quanto inusitado. Já se vão 18 anos e nessa data sempre me recordo de duas pessoas muito especiais. A primeira é a minha amiga Maria do Rosário, servidora velha de guerra da Prefeitura de Goiânia e maravilhosa artista(aquarelista de mão-cheia). A outra é o meu sobrinho Pedro, a despeito de ser um também um taurino, artes mesmo, preferiu optar por aquelas de deixar os pais enlouquecidos (meninote ainda, aos gritos de Batman pulou da traseira do carro em movimento e claro, ficou dias com as fuças esfoladas). Mas para compensar, o cara, aos 17 anos passou para Mecatrônica na UNICAMP (influência do Batman?) e para Engenharia Elétrica na UFG, haja orgulho da tia e dos pais e inveja dos primos e primas. E completou 18 maravilhosos aninhos no dia 1º de maio.

Então? Da Maria do Rosário que há tempos não vejo e perdi o contato, esse ano ficou apenas a lembrança na data. Mas o Pedro, ah, esse deixei uma mensagem no seu Orkut e em troca, ontem recebi uma misteriosa mensagem em resposta, dizia simplesmente assim “xd”. Pois sim, ainda estou tentando decifrar. Mas enfim, quando encontrar a outra sobrinha, Dona Tatá, certamente ela me dará uma ajudazinha para compreender e decifrar o mistério.

Mas, o inusitado desse maravilhoso feriado de 1º de maio, ainda são as manchetes dos jornais nacionais e os de Goiânia. Os primeiros ironizando mais uma molecagem do Garotinho e os daqui relatando e listando os escândalos na Prefeitura. Por fim, já havia perdido a paciência de ler as repetitivas reportagens, exceto uma.

Essa era uma entrevista com o sempre polêmico, arreliento e “menino cheio de vontades” Eládio Garcia Sá Teles (dos Teles da Bahia como me explicou um dia). Conduzida pelo excelente jornalista Eduardo Horácio, buscava saber o que pensava o presidente da AGVC – Associação Goiana de Vídeo e Cinema – sobre o FICA e a produção cinematográfica local, e é claro que a conjuntura política cultural conduzida pela AGEPEL e pela SECULT. Para quem não teve a oportunidade de ler, vale a pena dar uma olhada no jornal na internet http://www.tribunadoplanalto.com.br .

No jornal OPÇÃO Heloisa Amaral, no O POPULAR Carlos Eduardo Reche, no SUCESSO José Luiz Bittencourt Filho, no HOJE Edmar Oliveira e Oloares Ferreira(esse último diário é um recém nascido), todos listavam as últimas e as antigas acusações de desvio de conduta dos gestores públicos na Prefeitura de Goiânia, exceto os dos gestores da SECULT.

A lista sem ordem cronológica:
• Cidadão 2000 - 6 milhões desaparecem misteriosamente e os jornais apontam como envolvidos, Iram Saraiva Filho (presidente), Tião do Arroz(?) coordenador geral e Flávio Peixoto (Secretário de Governo)
• CONDATA – Licitação de equipamentos superfaturados e com ganhador já acertado, com benefícios diretos para o vice-prefeito Valdivino Oliveira.
• Finanças – falsidade ideológica e fraude na planta de valores do IPTU, Dário Campos e novamente Flávio Peixoto.
• Procon – maracutaias e maracutaias não explicadas e indiciando o advogado Osvaldo Pereira. Anunciaram a sua demissão em novembro e isso só aconteceu a partir de 1° de janeiro de 2006, resultado? Recebeu bonitinho salário de dezembro e 13º salário. Que coisa esquisita...
• Fiscalização – nessa pasta foram apontados os 02 secretários que por lá andaram, um do PTC e outro do PMDB e ainda mais 02 servidores(?) da prefeitura. E nesse caso, ao que foi exposto nos jornais iam de recebimento de propina à corrupção passiva, e de quebra também envolvido estava o secretário de governo Flávio Peixoto.
• Secretaria de Governo – Flávio Peixoto direta ou indiretamente é apontado pelos outros como partícipe ou como interessado no caso Cidadão 2000. Será verdade?
• Secretaria de Cultura – Dr. Kleber Adorno. Esse foi esquecido da lista recente dos investigados, não se sabe por que motivo ou seria sorte? Pois de todos é provavelmente, o único que conta com várias ações já correndo vagarosamente na justiça e uma delas, proposta pelo Ministério Público. Uma ação cível de improbidade administrativa, e não apenas ele, mas também, uma servidora da UFG e o diretor do departamento de musicalidade (vulgo “Consultor de Arte do MAG(Museu de Arte de Goiânia “. Ou seja, dos envolvidos apontados pela imprensa, o secretário de cultura e diversos de seus “assessores” tornaram-se a elite dos que fazem e desfazem e continuam firmes, ainda que atolados até o último fio de cabelo dos bigodes (para os que possuem esse adorno). Ah, e ainda tem aquela historinha da tese de doutorado na UFG.

Em todo caso, a despeito de tudo, deve-se dizer e reafirmar que há eficiência por parte do Prefeito em investigar todas as denúncias, menos é claro no caso da SECULT. Ora, não se tem olhos para tudo, não acham? Mas de qualquer modo é estranho o tratamento, como coisa de pouca importância, que os “causos” culturais denunciados por artistas publicamente e também pelo Ministério Público são apurados. Exceto no caso da Conferência de Cultura onde duas liminares foram concedidas a FETEG(Federação de Teatro do Estado de Goiás) e depois suspensas pelo presidente do Tribunal de Justiça, entretanto meses depois nada de sair uma sentença na 1ª instância, e ai fica o dito pelo não dito.

Então, concordam que foi inusitado esse 1º de maio? Garotinho no Rio de Janeiro e os escândalos na Prefeitura de Goiânia? A propósito, não seria excelente se um dos vereadores, um daqueles que vive de elaborar projetos de título de cidadão goianiense, elaborasse um projeto de lei prevendo que todo político acusado de corrupção deveria fazer greve de fome?

Ah, esqueci de comentar que o petróleo é nosso, mas o gás é deles e ai é que a vaca foi para o brejo, na imprevidência dos nossos gestores públicos.

Fala sério, pois sim!

*Deolinda Conceição Taveira Moreira é Conservadora Restauradora de Bens Culturais, especialista em Gestão Integrada do Patrimônio Cultural – ITUC – AL, ex- Conselheira de Cultura de Goiânia, faz parte do Conselho Diretor da Associação de Amigos do MAG – AAMAG, da ONG KULTUR, do Fórum Permanente de Cultura de Goiânia e motivada pela situação político cultural de Goiânia publica o blog http://amigosdemuseu.blogspot.com/

segunda-feira, maio 01, 2006

DEU NO ESTADÃO

Excelente matéria da jornalista Camila Molina intitulada de "Maio caprichado no reino das artes"

Já a partir de quarta tem início a 2.ª edição da SP Arte; ao longo do mês a cidade vai abrigar três mostras de mestres como Milton Dacosta, Pennacchi e Degas. Ao mesmo tempo, há a maratona Virada Cultural, quando os museus vão ficar abertos 24 horas. Para ler a materia na integra use o link:
http://www.estado.com.br/editorias/2006/05/01/cad107513.xml

Em seguida apresenta ainda um excelente artigo sobre a 2ª Edição do SP ARTE, que como sabem, noticiado aqui no blog esse ano conta com obras do artista Divino Sobral.

"A SP Arte, agora mais internacional
Nova edição conta com mais de mil artistas e representantes da Argentina, Uruguai, Chile, Portugal, Espanha e Alemanha " para ler, http://www.estado.com.br/editorias/2006/05/01/cad107540.xml restrito a assinantes, maso Estadão oferece a oportunidade de uma assinatura de cortesia durante 30 dias. Aproveita por que é grátis e vale a pena!

E quem aproveitar a dica poderá apreciar uma série de imagens das obras do execelente gravurista Marcelo Grassmann e para atiçar a curiosidade:
http://www.estadao.com.br/ext/especial/
extraonline/galerias/grassmann/index.htm