domingo, abril 30, 2006

ELÁDIO GARCIA SÁ TELES - AGCV

Entrevistado pelo jornalista Eduardo Horácio no jornal TRIBUNA DO PLANALTO Eládio Teles,Presidente da Associação Goiana de Cinema e Vídeo,para variar não fugiu de uma boa polêmica e ainda enfia o dedo na ferida.

"NÃO SAQUE O NOSSO FAC
O Kleber, num primeiro momento, mostrou-se simpático e atencioso até tomar conhecimento dos depósitos do FAC. É preciso ter plano de Estado em Goiás e não só plano de Governo. O arrivismo começou quando o Kleber, sem consultar ninguém, mudou os artigos do Conselho. Acabou com a gestão de 50% a 50%, trouxe tudo para ele, centralizou tudo, para que ele fosse o dono da bola.

EDITAL PUBLICADO DEPOIS DO SERVIÇO REALIZADO NO FESTCINE
Depois disso houve a manobra do FAC. E o Festival começou a ser produzido em abril de 2005 e o edital foi aberto em setembro para pagar serviços já realizados. E isso é ilegal, não pode.

FRAUDE NA III CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE CULTURA DE GOIÂNIA
A Conferência foi maquiada, simulada. A convocação foi feita em uma sexta-feira em outubro de 2005, sendo que o prazo de inscrição de delegados seria na segunda-feira, com terça-feira sendo feriado. E na mesma terça e quarta aconteceu essa suposta Conferência. E foi eleito um Conselho, que não é legítimo. Foi um golpe. Não houve publicidade da Conferência e nem tempo hábil para ela acontecer. O juiz depois deu uma liminar cancelando essa Conferência, mas em seguida o Tribunal de Justiça cancelou a liminar. O Kleber fugiu da Justiça para não ter de assinar a liminar, tanto que nem participou da própria Conferência.

DAI A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR.
Não vamos comparar. Esse mesmo Kleber Adorno, por exemplo, fez história no governo Henrique Santillo (1987-1991). Consolidou espaços importantes como o Martim Cererê, Gustav Ritter, reforma do Teatro Goiânia, reforma do Cine Cultura, Veiga Valle etc. Mas depois o PMDB colocou todo esse projeto por água abaixo, com a eleição do Iris em 1990. E aí só se retoma em 1999 com Marconi Perillo. A partir de 1999 volta-se a ocupar o Martim Cererê, por exemplo, mas muito focado ainda em política de eventos. Só eventos. Goiás não tem política de formação cultural, nem política de produção.

Para ler a entrevista http://www.tribunadoplanalto.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=648&mode=thread&order=0&thold=0

sexta-feira, abril 28, 2006

BRASIL A LIMPO

Por mero acaso,pesquisando mais uma vez sobre os feitos heróicos da cultura goianiense, olhem só o que encontrei: um blog chamado "Brasil a Limpo". E que noticiário interessante.

"Mar de desorganização

Já é falado em todo o meio cultural de Goiânia e de Goiás que as ações desenvolvidas pelo SR. Wilsom Ribeiro da Costa deixam muito a desejar na Secretaria da Cultura de Goiânia. Hoje por volta das 12h fui até lá e fui atendido pelo Chefe de Gabinete do Secretário Kleber Adorno, o Sr. Jorge Leal. Sobre minha requisição verbal para ver os contratos de shows pagos pela prefeitura, ele me disse que eu fosse ao Paço Municipal para verificar, na Secretaria de Comunicação por ser um caixa único. Sobre as razões de o MAG-Museu da Arte de Goiânia- não abrir aos sábados e domingos ele me disse que aos sábados o Museu abria e só ficava fechado aos domingos. Quer dizer, nem controle das instituições a ela subordinada a secretaria tem, porque já foi objeto de denúncia neste site que repercurtiu na Assembléia Legislativa de Goiás o que motivou um requerimento pedindo explicações ao prefeito. É lastimável!"

abaixo o link para a página do blog http://brasilalimpo.blogspot.com

brasil a limpo: 13) Mar de desorganização

E tem muito mais, com por exemplo o desvio de milhões da ONG Cidadão 2000...Quem diria, hem? Bem vindo ao time! Patria livre de políticos corruptos e pela ética na cultura em Goiânia!

MIS - GO RECUPERADOS ALBUNS DE FOTOGRAFIAS

Parabéns à Tânia Mendonça e a toda equipe do MIS - GO pelo excelente trabalho de preservação da memória audio e visual de Goiás.


MIS-GO apresenta coleção histórica recuperada através de projeto patrocinado pela Fundação Vitae

Goiânia, 28 de abril de 2006 - Depois de um ano submetida a tratamento no Centro de Conservação Fotográfica da Funarte, no Rio de Janeiro, a coleção de cinco álbuns do Acervo Fotográfico do Museu da Imagem e do Som de Goiás será apresentada na quarta-feira, 3 de maio, para as famílias e as instituições doadoras. A apresentação contará com a presença da responsável pela execução do trabalho, a conservadora do CCPF, Maria Clara Mosciaro.

A conservadora aproveitará sua vinda a Goiânia para colher mais subsídios sobre a coleção tratada, que será tema de seminário internacional em Washington, em junho próximo, onde Mosciaro estará a convite da Fundação do Instituto Americano de Conservação (FAIC), para apresentar as técnicas de tratamento aplicadas nas fotografias do Acervo do Museu.

O tratamento foi realizado com recursos do Programa de Apoio a Museus da Fundação Vitae, que destinou o valor de R$ 98 mil para o Projeto do Museu da Imagem e do Som de Goiás selecionado e aprovado em janeiro de 2005. A coleção dos cinco álbuns é composta de 880 fotografias originais, constituindo-se num dos mais significativos conjuntos de imagens do Estado de Goiás relativas ao período entre 1930 a 1950.

DATA: 03 de maio de 2006 (quarta-feira)
HORÁRIO: 14 horas
LOCAL: Sede do MIS – Centro Cultural Marieta Teles Machado - Praça Cívica n. 2 Centro
CONTATO: Tânia Mendonça (99716887) Stela Horta (32014644)
Fonte: Tânia Mendonça (Diretora MIS-GO) AGEPEL

terça-feira, abril 25, 2006

MIS – RJ - POLÊMICA 2

Na página do SAMBA- CHORO a noticia da demissão do presidente do Museu da Imagem do Som, o maestro Edino Krieger para dar a vaga Nilcemar Nogueira, cujo o currículo é o de se neta de Cartola, e mais ainda, a vice presidente Lygia Santos, pesquisadora e filha do Secretário de Cultura do Rio de Janeiro causa indignação.

A noticia pode ser vista no seguinte link:
http://www.samba-choro.com.br/noticias/pordata/15278

Os comentários:
1 - Demissão pelos jornais
O maestro soube da demissão de forma bem deselegante, pelas páginas do jornal.
Por Paulo Eduardo Neves

2 -Desrespeito imperdoável
Pelos acontecimentos que assistimos nos últimos dias no que diz respeito ao comando da cultura fluminense pelas vias estatais, parece que chegamos ao mais baixo nível possível e imaginável de desrespeito.Empossado como novo secretário de cultura pelos próximos oito meses (ainda bem que não são oito anos), o sambista Noca da Portela, num pronunciamento mais do que infeliz, comunica que, segundo a Governadora, a pasta não terá verba. E o secretário emenda, para perplexidade de todos que lutam pela cultura neste estado, que a mesma não precisa de verba e que este problema se empurra com a barriga.Não satisfeito com essas pérolas verbais e para espanto e revolta da classe musical, o senhor Noca da Portela demite sumariamemte, sem sequer comunicá-lo de forma oficial ou mesmo informal, o maestro Edino Krieger da direção do Museu da Imagem e do Som. O maestro soube de sua demissão pela imprensa, em nota que também anunciou a nomeação da senhora Nilcemar Nogueira para o cargo, cujo atributo principal parece ser seu parentesco com Cartola, de quem é neta.
Por TIM RESCALA - Compositor

3 -Repudio
É inaceitável e desrespeitosa a maneira como este grande músico e grandefigura da música brasileira foi sumariamente desligado de suas funções,tendo em visto os incontáveis serviços prestados à nossa cultura.Edino Krieger é com certeza um homem idôneo, honesto, com uma carreirabrilhante , que nunca se aproveitou de nenhum de seus cargos para seuspróprios interesses.
Edino é um homem que não faz política: trabalha e sempre trabalhou duro, muito duro para poder realizar, produzir, criar,incentivar, sem jamais deixar que sua imagem seja alvo de qualquer crítica ou comentário maldoso.
Os governos vem e vão, os políticos vem e vão, e Edino se mantém de cabeça erguida perante toda esta pouca vergonha que, infelizmente, tem imperado em nosso cotidiano.
A cultura, pra muita gente, virou favor. A moral virou oportunidade. A amizade virou interesse. A sinceridade virou ofensa. E a bagunça generalizada se banalizou, ou seja, está tudo ruim, "então vamos piorar".
Por MARIA TERESA MADEIRA, pianista

4 - A cultura é maior que o samba?
Grande Noca!!!Parabéns pela grande burrada que fez!!!Quando eu comentei antes (na noticia da posse do Noca) que a cultura deveria ser maior que o samba, choveram criticas a mim, mas agora vemos a besteira que ele fez, ao tirar uma pessoa tecnica, mas que não é ligada ao samba e sim à musica de forma geral, para colocar alguem politicamente ligada ao samba.O maestro estava fazendo um ótimo trabalho no acervo do MIS, e isso tudo corre o risco de ir por agua abaixo, por total incompetencia do Noca.E o pior de tudo foi a "molecagem"(palavra que combina com os patrões governadores) dele ao nem avisar do forma digna o maestro de sua demissão.Uma vergonha!!Abraços
Por TIAGO

5 - Desvario e arbítrio na administração pública
A noticia de demissão do maestro Edino que recebi através da rede ICOMOS de discussão, ofereceu-me uma grande oportunidade para reflexão: urubu é preto em tudo quanto é lugar!Com isso quero dizer que o desvario e o arbítrio na administração pública não mede conseqüências e muito menos respeita a qualificação profissional de ninguém. Só entendem que “manda quem pode e obedece quem tem juízo” e como não tenho juízo e quero uma pátria livre, não só assino o abaixo assinado, como solicito à todos que assinem também.
Aqui em Goiânia, os desastres na área cultural são a tônica, alimentados pela troca de favores entre academias e o poder público, o silêncio criminoso da imprensa local sobre o assunto, e o acobertamento de atos lesivos aos legítimos produtores da cultura na cidade, tais como o "assalto" ao Fundo de Cultura Municipal, a fraude da 3ª Conferência Municipal de Cultura, o abandono de prédios históricos a própria sorte, investimentos de recursos públicos em prédios de particulares...E por ai vai...Conclamo a todos trabalhadores da área cultural a se manifestarem contra esse estado de coisas. E que o façamos enquanto podemos, enquanto o Brasil ainda é um Estado de direito!Todo meu apoio à Edino e ao seu trabalho no MIS.
Por Deolinda Conceição Taveira Moreira
Conservadora Restauradora de Bens Culturais Goiânia - GO
Para assinar o abaixo assinado:http://amigosdemuseu.blogspot.com/2006/04/mis-rj-canetada-no-diretor-causa.html

segunda-feira, abril 24, 2006

SP ARTE



De 03 a 07 de maio acontece em São Paulo a 2ª edição da SP Arte.

A feira inédita no Brasil reúne as melhores galerias de arte moderna e contemporânea do país, além de importantes galerias internacionais convidadas, em um só local - o Pavilhão da Bienal - um espaço símbolo para a arte nacional.

E nesta edição, os trabalhos do artista plástico Divino Sobral poderão ser apreciados pelo público. Vale a pensa conferir.


Para saber mais: http://www.sp-arte.com/

MIS - RJ "CANETADA" NO DIRETOR CAUSA REVOLTA

Amigos(as),
Então? Acabo de receber o documento abaixo, e o mesmo nos oferece uma oportunidade de reflexão: urubu é preto em tudo quanto é lugar! Quero dizer que o desvario e o arbítrio na administração pública não mede conseqüências e muito menos respeita a qualificação profissional de ninguém. Só entendem que “manda quem pode e obedece quem tem juízo” e como não tenho juízo e quero uma pátria livre, não só assino, como solicito à todos que assinem também.

Quem desejar assinar basta enviar via comentário no blog, os dados pedidos para identificação do assinante ou para culturagoiania@terra.com.br ou ainda diretamente para Cida Fernandes cidaclf@globo.com





SOBRE O MIS - RIO
http://www.mis.rj.gov.br/




ABAIXO ASSINADO


Sra. Governadora Rosinha Garotinho,

Em nome dos músicos, artistas, escritores e intelectuais desta cidade, nós, pessoas e instituições abaixo-assinadas, vimos, pela presente, repudiar a inaceitável demissão de Edino Krieger e Valéria Peixoto do Museu da Imagem e do Som, onde estavam prestes a encerrar uma brilhante e profícua gestão, tendo seu presidente, inclusive, só tomado conhecimento de sua exoneração através da imprensa.
Todos sabemos que a Cultura, em nosso país, além de desprezada pelo Estado, é usada como moeda política. Mas há limites, que não podem ser ultrapassados sem danos reais à vida institucional e aos esforços realizados para a construção de nossa civilização e identidade.
A demissão do presidente do MIS representa não só uma afronta à pessoa deste grande e reconhecido músico brasileiro, Edino Krieger, mas sobretudo às nossas instituições, cuja estabilidade demanda continuidade e manutenção do que foi construído, como condição de sua existência, e prosperidade.
Elas não podem ficar reféns do voluntarismo político e de políticas provisórias e clientelistas: ao contrário, precisam ter seus requisitos básicos de funcionamento assegurados pelo próprio governo.
Não existem argumentos aceitáveis para a demissão de uma gestão competente e altamente produtiva em final de trabalho. O Sr. Noca da Portela é um músico que, ao ser convidado para o exercício de um mandato-tampão e temporário, iniciou-a com a demissão, sumária e sem razões consistentes, de um outro músico, só que com a envergadura de Edino Krieger, numa demonstração agressiva e explícita de falta de respeito e conduta ética.
Com uma ação devastadora deste porte, o Sr. Noca da Portela, com uma "canetada", presta-se ao desmonte predatório de um trabalho sério e conseqüente, cujos esforços foram responsáveis, em menos de três anos, por numerosas realizações, entre as quais a recuperação de 20 mil partituras doantigo acervo da Rádio Nacional, com arranjos de músicos da estatura de Guerra-Peixe, Radamés Gnattali e tantos outros. Foram digitalizados centenas de discos de acetato em estado de literal decomposição, sendo que em vários deles a agulha entrou pela última vez - justamente a que garantiuo resgate do áudio. Imaginem que, entre estes, incluem-se vários discursos de Getúlio Vargas, além de outros muitos documentos de vital importância para a história de nosso país. E isto sem falar da recuperação física da sede do Museu, na Lapa.
Devemos lembrar-lhe que foi a Senhora quem rogou, por intermédio do então secretário de Cultura Arnaldo Niskier, para que o maestro Krieger assumisse paralela e temporariamente a direção da Sala Cecília Meireles no momento em que o antigo diretor Ronaldo Miranda foi levado a pedir demissão, deixando a imagem da Secretaria bastante comprometida.
Governadora, a imagem e a credibilidade de nossas instituições dependem diretamente das autoridades que a dirigem e, por isso, pedimos que a senhora reveja esta iniciativa que já denigre a sua gestão.
Depois de uma ação dessas, quem vai confiar em receber um convite do Governo para atuar ou dirigir uma importante instituição, à exceção dos laranjas e oportunistas?Ora, mesmo mudando os políticos e a política no Palácio Guanabara ficaremos sempre desconfiados de tudo e de todos. Não pode ser assim, já que sem confiança não se constrói nada!
Sem mais, caberia apenas dizer que a Cultura prevê, como conseqüência natural aos que a ela estão ligados, educação, ética e bons costumes. E o que aconteceu neste caso foi muito mais do que falta de educação. Então, por favor, reconheça a gravidade e as conseqüências do ocorrido e tome as medidas cabíveis para o encerramento normal da gestão do maestro Krieger à frente do MIS, onde precisa levar a termo os projetos em final de implementação.
Lista de Assinaturas
1 - Mo. Ricardo Rocha, Rio de Janeiro, OMB 28.839
2 - Cida Fernanddes -Assessora e Imprensa - Rg 03444696 -3 Rio de Janeiro
3 -Maria Teresa Madeira, pianista, OMB 29442, Rio de Janeiro.
4 - Deolinda Conceição Taveira Moreira, Conservadora Restauradora de Bens Culturais – Goiânia – GO RG: 4364181- IFP-RJ
5- Cláudia Resende Silva, historiadora, RG - M3501077 / SSP-MG
6 - Simonne Teixeira, Rg 04797743/4 - IFP/RJ

sexta-feira, abril 21, 2006

VICE E VERSA

DINHEIRO PÚBLICO E ADMINISTRAÇÃO PRIVADA? EU, HEM?!

Nos últimos dias, Goiânia, ou melhor, os jornalistas e a classe cultural goianiense, em franca ebulição manifestaram-se a respeito dos milhões investidos pelo Governo de Goiás na construção do Centro Cultural Oscar Niemeyer. Os prós e os contra foram unânimes em apenas um ponto: “Dinheiro público e administração privada? Sou contra!”.


Além de mudar o cenário cultural goiano, o centro cultural construído pelo Estado de Goiás, de certa maneira também mudou a forma da imprensa local aplaudir os feitos governamentais. Quero dizer claro, quando o assunto interessa a mídia nacional. Como foi o caso da inauguração do inacabado Centro Cultural Oscar Niemeyer. A imprensa goiana primou pelo exercício da crítica construtiva. Parabéns!

E na Prefeitura de Goiânia um outro tipo de “milagre” acontece com dinheiro público, desta vez, os parcos recursos são “aplicados” em um prédio de particular. Para se contrapor a magnífica construção do Centro Cultural Oscar Niemeyer, a Prefeitura de Goiânia, “adotou” o falecido Cine Ouro.



Segundo o colunista Tony Carlo, na coluna CAFÉ DA MANHÃ do jornal DIÁRIO DA MANHÃ, historicamente o Cine Ouro foi famoso na década de 90 por divulgar os filmes de Hollywood e cederá lugar ao Centro de Cultura Municipal, com teatro com 300 lugares e cinema com capacidade de 270 assentos.

E também que disporá de uma área para café, convivência e exposições. A matéria na integra poderá ser lida gratuitamente em http://www.dm.com.br/colunas.php?coluna=5&edicao=6742

Certamente o Cine Ouro, na visão do colunista foi importantíssimo para a história cultural de Goiânia. Será?

Mas, quais os critérios(se é que existiram) foram utilizados pela municipalidade para escolher “investir” dinheiro público no falecido Cine Ouro? Localizado literalmente a uma quadra do "menosprezado" Grande Hotel(vejam texto Memória ou Esquecimento?), o Cine Ouro de propriedade de particular recebe investimentos na ordem de 1,5 milhões por parte do poder público.

Entretanto, no Grande Hotel, prédio tombado como patrimônio histórico nacional brasileiro Art Déco, com uma área construída muito superior ao do Cine Ouro, o último investimento que recebeu na restauração e conservação foi da Casa Cor. E isso foi nos idos de 2004.

E então? O Estado de Goiás ao investir vários milhões em um centro cultural e propor a terceirização de uma parcela dos espaços e serviços nos causa frisson e a Prefeitura de Goiânia “adotando” por poucos milhões um prédio de particular (Cine Ouro) nos causará o quê?

Em tempo, imagens belíssimas do Centro Cultural Oscar Niemeyer podem ser vista no blog do Gravatá:
http://oglobo.globo.com/online/blogs/gravata/post.asp?cod_post=9736

Para saber mais sobre a situação da cultura em Goiânia http://carosamigos.terra.com.br/do_site/coluna/leitor.asp?id=15837
http://www.entreatos.blogspot.com/

quinta-feira, abril 20, 2006

MEMÓRIA OU ESQUECIMENTO?

O jornal O Estado de São Paulo noticia que o Hotel Pilão(séc.18) volta a vida, depois de um incêndio que destruiu totalmente a edificação em Ouro Preto.
"Por Eduardo Kattah
Casarão queimado vira pólo cultural

Imóvel do século 18 que abrigou o Hotel Pilão reabre hoje com fachada reconstituída na maneira original

Destruído há três anos por um incêndio, o casarão histórico que abrigou o Hotel Pilão volta hoje a compor o conjunto arquitetônico da Praça Tiradentes, no coração do centro histórico de Ouro Preto, a 95 quilômetros de Belo Horizonte. A antiga construção do século 18, que sofreu intervenções no século 19, vai abrigar um centro cultural e turístico, que será inaugurado hoje à noite, véspera da comemoração da Inconfidência Mineira, com show do cantor Milton Nascimento na praça. O público poderá conhecer o novo centro a partir de domingo, com entrada franca. "

Para ler a matéria completa: http://txt.estado.com.br/editorias/2006/04/20/cid96562.xml

Fonte: Jornal O ESTADO DE SÃO PAULO , 20 de abril de 2006.

E enquanto isso, o GRANDE HOTEL em Goiânia, que ainda não sofreu com incêndios ou outros sinistros, continua no esquecimento da administração municipal e também da Federal(afinal pertence ao INSS).


Quem diria, hem? De Centro de Memória a Centro do Esquecimento?


Ah, no site da revista Caros Amigos foi publicado um artigo sobre a cultura em Goiânia, acesso gratuito http://carosamigos.terra.com.br/do_site/coluna/leitor.asp?id=15837

segunda-feira, abril 10, 2006

ALVISSARAS

O Jornal OPÇÃO publicou na coluna da Patrícia Moraes “BASTIDORES” a seguinte noticia “Agenor Mariano, Administração, e Kleber Adorno, Cultura, estão na corda bamba no Paço”.

Não sei quanto ao secretário de Administração da Prefeitura de Goiânia, pois, os comentários mais desabonadores sobre sua conduta, que ouvi nos bastidores, se referem a sua pouca idade. Em minha opinião nem pouca e nem muita idade constituem problemas na administração pública. Afinal, norteada pelo Art. 37 da Constituição Federal o que vale mesmo é a publicidade, a moralidade, a eficiência, a legalidade e a impessoalidade na administração pública.

Ah, mas do Secretário de Cultura de Goiânia os comentários não são apenas desabonadores, mas diversas ações “caminham a passos de tartaruga” na Justiça Goiana contra ele. E o interessante é que não apenas os “desafetos” da Cultura se agitam contra sua postura, mas também o Ministério Público Estadual e a Universidade Federal de Goiás. No primeiro foi a aceita a denuncia de perseguição contra servidor público e na segunda é acusado pela banca examinadora de fraudar a sua tese de doutorado.

Todavia, a despeito de tudo, ao menos o secretário possuía uma história de boas obras quando foi o “chefão da cultura” no Estado na década de 80.
E o seu candidato a sucessor? O Diretor de Políticas e Eventos Culturais Doracino Naves? Deus tenha piedade da Cultura em Goiânia, mas é sair da panela de água quente direto para a frigideira e sem opção de fuga!

Prefeito Íris Rezende, um minuto de sabedoria na escolha do próximo Secretário Municipal de Cultura, poderá resgatar a divida histórica do PMDB com a área. E olha que após o advento do Kleber Adorno – o retorno- essa dívida ficou ainda maior. E seu sucessor for seu Diretor de Políticas e Eventos Culturais, bom, ai, Prefeito nem um milagre conseguiria pagar a divida do PMDB para com a Cultura em Goiás e em Goiânia.

Esperemos que esse minuto de sabedoria aconteça.

Fonte: http://www.jornalopcao.com.br/ Bastidores
Por Patrícia Moraes - patriciamoraes@jornalopcao.com.br
O Jornal OPÇAO é um semanário publicado em Goiânia e com uma história bem interessante de isenção e critica. Vale a pena ler.

terça-feira, abril 04, 2006

O Centro Cultural Oscar Niemeyer

Estive na inauguração. O que vi me deixou emocionada. O espaço dignifica a cultura goiana. A pergunta que fica no ar, o espaço que dignifica a arte, dignificará também as academias e determinará o fim do arbítrio, do autoritarismo, da troca de favores na cultura goianiense?
O espaço é magnífico e necessariamente não precisará ser totalmente privatizado, embora, cinema, restaurante, cantinas e coisas afins não sejam negócios apropriados para o Estado, museu, bibliotecas, salas de música e teatros costumam ser.
Na minha humilde opinião, a classe produtora de cultura em Goiás só terá a chance de perder um espaço como esse se não se organizar. Enquanto uns historicamente detentores "do saber cultural" goiano, se sustentam com trocas de favores e recursos públicos, outros, verdadeiramente produtores da arte, no cinema, no teatro, na música buscam a independência.
O espaço será daqueles que se apresentarem com profissionalismo e qualidade.
Quem viver verá!
E enquanto isso... Mas uma tarde edificante no Grande Hotel, uma tarde preguiçosa e sonolenta (adotei um tampão de ouvidos, com poderes para abafar até 30dc)...de restauradora do MAG a camareira dos fantasmas do Grande Hotel...Êita, que decadência! Viu? Quem mandou denunciar os desmandos do poderoso chefão?
A regra é "manda quem pode, obedece quem tem juízo".
Todavia será que o mundo seria o mesmo se Ghandi tivesse se calado ou pego em armas?Ou se Napoleão tivesse ganhado todas as batalhas? E se Alexandre deixasse de ser um conquistador? E se Cabral tivesse aportado em outras praias?
Pois é não há mal que dure para sempre, e tem uns que começaram se intitulando DIRETOR DO MAG, depois, DIRETOR INTERINO e imaginem, santíssimas, agora se intitula CONSULTOR DE ARTES DO MAG, isso é o que chamo de um tremendo 171!
E a Malu se preocupa com o Centro Cultural Oscar Niemeyer?


Ah, abaixo a matéria que originou essas reflexões impertinentes!


O Centro Cultural Oscar
Niemeyer merece uma revolução

Os próximos três meses serão decisivos para o Centro Cultural Oscar Niemeyer, inaugurado oficialmente pelo então governador Marconi Perillo no dia 30 de março. Esse tempo será necessário para o término das obras, para equipar adequadamente o espaço e para a elaboração dos editais que vão reger o futuro do moderno espaço cultural.

Malu Longo

Nos bastidores, sabe-se que é imenso o número de pessoas interessadas em explorar as alas que serão entregues à terceirização. Todos os dias chegam propostas neste sentido ao presidente da Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira (Agepel), Nars Chaul, que ainda não parou para analisá-las, segundo informou. O que pode ser uma solução de sobrevivência é um espectro para o meio cultural.

Nars Chaul explica que muitos setores ali continuarão sob a responsabilidade da gestão pública como os espaços reservados à biblioteca e ao Museu de Arte Contemporânea. Entretanto, de acordo com ele, o Estado não teria condições de arcar com todas as despesas de manutenção do local, por isso a necessidade de terceirização dos cinemas, do restaurante e da maravilhosa sala de música.

O presidente da Agepel estava visivelmente emocionado nos shows que marcaram a abertura da Sala de Música Belkiss S. Carneiro de Mendonça. O público correspondeu ao esforço da gestão estadual em presentear a cidade com uma obra que certamente será referência nacional. Entretanto, se alguns se manifestaram, muitos outros não ousaram perguntar, mas a dúvida permanece no ar. O que acontecerá de agora em diante? O Centro Cultural Oscar Niemeyer será mesmo um espaço voltado à pluralidade das manifestações artístico-culturais?

Há alguns anos o goianiense assistiu à terceirização do Centro de Convenções de Goiânia, construído no Centro da capital. Hoje, o teatro-auditório Rio Vermelho, um dos maiores do País, com mais de 2 mil lugares, raramente abriga espetáculos culturais em razão do seu alto custo. Produtores locais alegam que não compensa alugar a sala porque não poderiam transferir para os ingressos o valor cobrado. Com raríssimas exceções, o Rio Vermelho atualmente abriga eventos vinculados às convenções e formaturas que abastecem o cofre da empresa que explora o espaço construído pela administração pública.

O turismo de eventos é importante para a cidade, sabemos disso. Significa mais divisas, mais negócios e mais empregos. O que se questiona aqui não é quem faz e como faz, mas através de quem. Até quando a gestão pública vai construir para privatizar?

A musicista Belkiss S. Carneiro de Mendonça, que morreu em novembro passado, teve tempo de opinar sobre o que seria importante na sala de música do Centro Cultural Oscar Niemeyer que hoje tem o seu nome. O fosso da orquestra e os detalhes imprescindíveis para uma boa acústica foram mencionados por nossa dama do piano. O que estaria ela pensando hoje se soubesse da movimentação da iniciativa privada em busca dos novos filões da cultura?

O Centro Cultural Oscar Niemeyer é impactante em todos os sentidos. É moderno, grandioso e tem a assinatura de nosso arquiteto maior, privilégio de poucas cidades. Goiânia já está no roteiro turístico formado pela criação de Niemeyer a exemplo de Belo Horizonte, Brasília, Niterói, São Paulo e Curitiba, para citar algumas. É um ganho sem precedentes para a nossa capital.

Feito pela cultura e para a cultura, o novo espaço merece ficar com a cultura e de forma democrática. A grande expectativa do goianiense que já teve a oportunidade de conferir a bela construção erguida ao lado da GO-020 é saber de que maneira ela vai contribuir para o fortalecimento das nossas artes. E isso só ocorrerá se houver entendimento, tanto daqueles que a construíram quanto de seus futuros gestores, de que não podemos simplesmente entregá-la, mesmo que parcialmente, a mãos meramente exploratórias. Não é possível que se transforme em comércio aquilo que foi feito para a transmissão de conhecimentos e para as criações artística e intelectual.
“O caminho da arquitetura é esse: a arquitetura tem de ser bonita. Se é mais justa, é ainda melhor”, disse certa vez Oscar Niemeyer em uma das inúmeras entrevistas que concedeu. Há por esse Brasil afora diversos centros culturais bem-sucedidos, lugares de convivência democrática que poderão servir de exemplo à gestão do Centro Cultural Oscar Niemeyer, como é o caso do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza, mantido pelo governo do Ceará, ou o Centro Cultural São Paulo, da Prefeitura de São Paulo.

É hora de estabelecer prerrogativas antimercantilistas para a gestão do bem público. A sensação entre aqueles que fazem e esperam cultura em Goiás é de que a qualquer momento o grande bolo será fatiado e vendido. Mas não precisa ser assim, afinal o grande arquiteto já disse: “Se a gente quiser fazer uma arquitetura que chegue ao povo, não é um problema de arquitetura: é um problema de revolução”.

Malu Longo é repórter de Cidades
Fonte: publicado originalmente no Jornal O POPULAR de 04/04/2006.
Foto: Ângela Scalon (http://www.agepel.go.gov.br/index.html)

domingo, abril 02, 2006

Qual incentivo?

O tempo passa, o tempo voa e em Goiânia o arbítrio continua a imperar na gestão municipal da cultura.
Os Fundos de Cultura são fundamentais e verdadeiramente deveriam estar à serviço da produção. No caso da Lei Municipal de Goiânia o FAC nada mais é um orçamento extra, utilizado ao bel prazer do secretário.
Questionado judicialmente através de representação junto ao Ministério Público Estadual e também em uma Ação Popular, o desvio de finalidade do FAC, morosa e convenientemente as respostas da justiça caminham a passos de tartaruga. Por que será?
Acredito que na cultura tudo é diferente, pois, recentemente um arbitra de futebol foi presa e acusada de fraudar um concurso público. A moiçola apitava o jogo em Anápolis e enquanto isso, uma amiga, se passando por ela, participava em Goiânia da prova do concurso da Secretaria Estudual de Educação.
E na Cultura? O FAC passa a servir ao Executivo Municipal, quando deveria atender as demandas da classe produtora, a 3ª Conferência Municipal de Cultura elege fraudulentamente os novos Conselheiros de Cultura e até mesmo as obras de artes pertencentes ao município podem ser objeto de permissão de uso para particulares. E nada disso parece causar espécie no judiciário goiano. Acumulam-se, esquecidas, nas Varas Municipais as ações contra os atos do secretário municipal de cultura de Goiânia. E diga-se de passagem, nem mesmo, as ações apresentadas pelo Ministério Público Estadual logram sucesso. Os artistas e produtores goianienses interrogam-se sobre a importância da cultura. Afinal apitar jogo e fazer prova ao mesmo tempo é 171 e na cultura?
E acreditem, ainda me esforço para manter a fé na justiça.
Abaixo segue a matéria que inspirou essa reflexão ou seria constatação?





Qual incentivo?

O POPULAR ouve artistas, produtores e
agentes públicos sobre qual é o melhor
caminho para apoiar o setor cultural

Por Edson Wander

Num sobrado alugado no Setor Itatiaia II, região norte de Goiânia, um projeto de descentralização cultural funcionou por dez meses. Iniciado em março de 2005 por um grupo de artistas e produtores, o Comunidade Fazarte teve aprovado projeto na Lei Municipal de Incentivo à Cultura em 2004, captou R$ 44 mil e bancou, entre outras coisas, o aluguel da casa que dava guarida às atividades de ensino-aprendizagem cultural da comunidade ao redor. Findo o dinheiro público que deu “start” ao Fazarte, os coordenadores buscam agora caminhar com as próprias pernas.

O Fazarte é, no entanto, uma das poucas iniciativas culturais em Goiás que se incomodam com a dependência de verba pública. Vários artistas reclamam freqüentemente da “falta de apoio público” para seus projetos. Diante de tantos reclames, O POPULAR foi ouvir agentes públicos e privados acerca dos propósitos das leis de incentivo, na maioria das vezes única forma de realização cultural.

Segundo Patrícia Vieira, da coordenação do Fazarte, um grupo de produtores e professores ligados ao projeto se reunirá na sexta-feira para traçar planos à continuidade das aulas artísticas ministradas para e com o envolvimento da comunidade. E continuar envolvendo a comunidade é uma das saídas já em estudo, diz ela. “Tem gente que propôs até que nos cotizássemos para bancar o aluguel de uma casa que funcionasse como sede”, afirma Patrícia.

“Mas a saída será mesmo o voluntariado, a doação do trabalho abnegado das pessoas, dos professores que nos apóiam. Se o professor Guaraná [de capoeira de Angola] se dispuser a dar aulas na praça, ok, é por aí que vamos caminhar. Estamos conscientes de que não dá mais para ficar dependente de verba pública”, afirma Patrícia, sem deixar de criticar as políticas de fomento na área cultural.

“Tentamos parceria com a prefeitura de Goiânia e entramos com projetos na Goyazes [a lei estadual de incentivo], mas o retorno foi dos mais incoerentes. A verdade é que o Estado é um grande produtor e não se interessa por projetos de arte-educação”, reclama a produtora cultural.

Reclamações
A dificuldade de conseguir apoio público ou patrocínio privado é generalizada no meio artístico goiano. Um sem-número de artistas e produtores goianos reclama de critérios e burocracias para trabalhar com esses instrumentos de fomento, já adotados há cinco anos tanto pelo governo estadual quanto pela prefeitura da capital. Em 2004, a produtora e selo musical Monstro Discos teve rejeitado pela Secretaria Estadual da Fazenda um patrocínio de R$ 100 mil oferecido pela distribuidora da Coca-Cola em Goiás para a realização do 10º Festival Goiânia Noise. “A alegação da secretaria na época foi de que essa renúncia estouraria o orçamento do Estado naquele mês”, recorda Leonardo Ribeiro, o Léo Bigode, um dos sócios da Monstro Discos.

Sem o apoio, o festival não arrefeceu, mas teve que recuar no show internacional que anunciara (da banda norte-americana MC5). Cancelou a participação dos gringos e reviu custos e programação. “O engraçado dessa história é que nós não podemos usar um patrocínio de R$ 100 mil, mas o governo apoiou o filme de Zezé Di Camargo com um valor muito superior a isso”, critica o produtor e baterista Léo Bigode. Ele se refere aos cerca de R$ 600 mil dado ao filme dos irmãos cantores pelo governo de Goiás, via Lei de Incentivo à Cultura do Estado (Lei Goyazes).

“O problema destas leis é que, além de colocar os artistas de pires na mão atrás de patrocínios, elas facultam aos próprios governos disputar os minguados recursos com os artistas”, diz Lucas Faria, músico e economista. Segundo Faria, há pelo menos dois artigos “equivocados” na Lei 13.613, a Lei Goyazes, cujo texto foi assinado pelo governo em maio de 2000. Lucas Faria se refere aos artigos 5º, que estabelece o percentual máximo (5%) de crédito outorgado (prorrogação de imposto devido por 60 dias) às empresas patrocinadoras de cultura no Estado, e ao 7º, que define os beneficiários da lei em dois incisos. No entendimento de Faria, o art. 5º inviabiliza na prática a concessão da prorrogação dos créditos caso algumas empresas patrocinem vários projetos num único mês.

“Se essas empresas somarem mais de R$ 150 mil em patrocínios, que é o teto admitido na lei, esse valor de fato furaria o caixa do governo. Ora, se não pode conceder de fato, por que estabelecer de direito?”, questiona o músico-economista, que diz preferir que o governo adotasse um Fundo Estadual de Cultura.

Fundo de cultura
E este Fundo está a caminho. A Assembléia Legislativa de Goiás aprovou no último dia 21 o projeto de lei nº 68/2006 que cria o Fundo de Arte e Cultura de Goiás, apelidado de “Fundo Cultural”. De autoria do Executivo e apresentado pelo deputado Fábio Tokarski (PCdoB), o projeto objetiva dotar o Estado de um mecanismo de incentivo direto (com dotação de 0,5% da receita líquida do governo, algo em torno de R$ 36 milhões anuais), mas Lucas Faria chama atenção para artigos da proposta que “não blindam a lei da participação direta do próprio Executivo na verba em benefício próprio”.

O parágrafo único do Art. 4º assinala que “observada a legislação vigente, poderá a Agepel, com a aprovação do Conselho Estadual de Cultura e ouvida a Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento, baixar normas e instruções complementares e estabelecer planos de aplicação e utilização dos recursos do Fundo”. E Lucas volta a questionar: “Alguém duvida que o Conselho não se oporia às iniciativas do governo?”

Presidente da Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira (Agepel), Nasr Chaul admite os problemas da lei, mas acha que é uma questão de “maturação” da legislação entre os próprios produtores, artistas e empresários. “Nossa média de projetos contemplados é muito boa se considerarmos que o Estado não tinha nada antes. E isso só não foi mais amplo porque estamos ainda num processo de sedução do empresariado e formação de captadores no meio artístico”, disse Chaul.

Sobre a possibilidade de projetos do Executivo estadual competirem com os da demanda dos artistas pelas verbas autorizadas via Lei Goyazes, o presidente da Agepel reconhece que a lei faculta, mas diz que a agência “nunca usou nem vai usar desse recurso”. A afirmação do presidente da Agepel responde também à crítica velada de artistas e produtores goianos de que a Agepel estaria usando a lei na realização de projetos de vulto do governo, como o Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica) e o Festival Canto da Primavera. “O Fica tem uma rubrica própria no Produzir Cultural, não precisa lançar mão da lei”, rebate Chaul.

Sobre os vários aspectos levantados sobre a Lei Goyazes e o vindouro Fundo Cultural, Chaul diz entender a função “reguladora” que a Secretaria da Fazenda tem sobre os projetos culturais aprovados e que a proposta de criação do Fundo Estadual de Cultura é um projeto do governo para ampliar as políticas estatais. A respeito da crítica de que o Fundo não estaria “blindado” à utilização do poder público, Chaul responde que a lei “faculta, mas não obriga” e que a “Agepel será a gestora do Fundo para ajudar aos outros e não a si própria”.

“Além do que, a lei do Fundo precisa ser regulamentada ainda, ela sequer foi aprovado pelo governador”, informa. Sobre as reclamações freqüentes da classe artística, Chaul acha “ruim” a dependência buscada pelo meio cultural. “Há casos de projetos que pedem R$ 400 mil quando se sabe que não precisariam nem da metade. Tem gente que quer sobreviver de projeto cultural.”

No caso da lei municipal, o quadro não muda muito. O Decreto nº 2040, de 15 de junho de 2005, determina que os recursos “aplicam-se também aos projetos culturais do Poder Executivo Municipal, não estando os mesmos sujeitos aos limites estabelecidos no artigo antecedente” (sobre Art. 1º da lei que criou o FAC). Já o Art. 45 estabelece que os “projetos oriundos do Poder Executivo Municipal, financiados pelo FAC, deverão ter seu mérito apreciado pelo Secretário Municipal de Cultura”. A reportagem tentou ouvir o secretário municipal de Cultura, Kleber Adorno, mas até o fechamento da edição ele não havia retornado aos pedidos de entrevista solicitados à assessoria.


Fonte: Jornal O POPULAR - MAGAZINE - 02/04/2006.