sábado, setembro 20, 2008

A TIA É PROIBIDA, MAS PERMITEM O CHORINHO, O CINE OURO, O CORETO

Quando digo que Goiânia é insuperável não é por acaso.
Dá para imaginar que estejam fiscalizando o Bar da Tia, com pretensões de determinar qual atividade a empreendedora deverá desenvolver e se esquecem de fiscalizar o Chorinho, o Cine Ouro , o Coreto da Joaquim Lúcio?

Em todos esses locais, os “bares” estão em lugares públicos e são explorados por servidores públicos (cargos comissionados só para deixar claro o tipo de servidor público).

E no caso do Chorinho é pior ainda, pois o próprio prédio, tombado como patrimônio artístico e histórico nacional, serve de deposito para caixas de cervejas, barris de choppes e o trânsito das chopeiras sobre o piso original de ladrinho hidráulico já destruiu grande parte do revestimento.

Alô! Ministério Público Federal, IPHAN, o prédio do Grande Hotel é de propriedade da União.

DM 20/09/08
Projeto proíbe álcool em locais públicos





Marilene da Graça Lomazzi Franco, a Tia, teme proibição de bebidas alcoólicas no bar: ela afirma que pretende cumprir determinações




Alfredo Mergulhão da editoria de Cidades DM

Ponto de encontro dos estudantes que freqüentam a Praça Universitária há mais de 23 anos, o Bar da Tia pode ser fechado. O estabelecimento foi notificado pela Secretaria Municipal de Fiscalização Urbana (Sefur) e terá de se adequar às normas previstas no plano de revitalização do local. O prazo para normalizar a situação é de 60 dias.O projeto da prefeitura pretende transformar o bar em pit dog, pois o Código de Posturas do município proíbe venda de bebidas alcoólicas em logradouro público. Os proprietários deverão seguir legislação que delibera sobre bares e restaurantes. O espaço permitido para esse tipo de atividade comercial em praças e calçadas é limitado.As medidas do estabelecimento devem ter no máximo 2 metros por 4 metros, até cinco jogos de mesa e cadeiras de plástico, e cobertura de 4,8 metros por 1, 2 metro na parte da frente. O Bar da Tia ocupa área maior. São dezenas de mesas espalhadas pela praça e cinco tendas para proteger os estudantes de sol e chuva. O local também necessita de alvará da Vigilância Sanitária Municipal e certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros.
“Caso providências não sejam tomadas, iremos retirar o bar. Não podemos deixar que praças e ruas sejam ocupadas de maneira ilegal. O local deve ser revigorado para servir aos jovens”, disse o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico (Sedem), João de Paiva Ribeiro.
O órgão é responsável pelo projeto de revitalização da Praça Universitária.Marilene da Graça Lomazzi Franco, a Tia, recebeu notificação no dia 9 de setembro. Ela compareceu ontem à Sedem e protocolou pedido de negociação.
Até 15 de novembro, o estabelecimento deve se enquadrar nas determinações do órgão. O advogado da proprietária, Hítalo Batalha, argumenta que o local foi construído para os estudantes explorarem.
“O bar cumpre função social como ponto de encontro dos jovens, promove shows e apresentações culturais”, afirma.Desde 1989, a Tia tenta regularizar situação para funcionar legalmente como bar. “Estou disposta a cumprir todas as determinações, mas transformar o local em pit dog não tem cabimento”, desabafa.
Para o estudante Marcelo Veloso, que cursa Engenharia Elétrica na Universidade Federal de Goiás, é moralismo proibir venda de bebida alcoólica no local. “Estudantes em todos os lugares do mundo tomam cervejinha depois da aula. Cabe a cada um decidir se vai ao bar ou à faculdade”, disse.Os diretórios centrais dos estudantes (DCE) da UFG e da Católica são contrários ao fechamento do estabelecimento. “O Bar da Tia faz parte da história da Praça Universitária. Movimentações políticas foram articuladas e gerações passaram por ali. É espaço de convivência e integração dos universitários com a comunidade”, afirma Iara Neves, membro do DCE da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Fonte: jornal Diário da Manhã, 20/09/08.

3 comentários:

Anônimo disse...

Bem lembrado! O Grande Hotel e a avenida Goiás merecem um pouco mais de respeito! A revitaliação do centro da cidade requer ações que privilegiem espaços e atividades culturais propriamente ditas. Nada a ver com a venda de álcool e similares. Não seria o caso de alguma entidade ou instituição que atue na proteção do patrimônio cultural intervir e restaurar o respeito ao Código de Posturas?

Deolinda disse...

PX, vou dar o crédito que seja o PX mesmo, é o caso da policia agir mesmo. Ao que se sabe aquele pedaço da Goiás se transformou em território sem lei, ao ponto de um frequentador ao sair de lá ter sido esfaqueado.
Quanto ao respeito ao código de postura, quem deve impor é a SEFUR e tudo que podemos lembrar de ações da SEFUR se refere a briga de rua entre o ex-secretário e um fiscal. Acabou na polícia.
O que podemos esperar se quem deveria fiscalizar, tem obrigação de fazer isso, que é a prefeitura,faz de conta que nada vê?? Ou melhor, apoia e ainda faz o vale choppe?

Levy Silverio disse...

Um dos lugares mais saudáveis e mais profícuos de confraternização e discussão sobre os mais diversos assuntos dessa cidade, sem dúvida nenhuma, é o Bar da Tia. Porque está na confluência das duas mais importantes universidades desse estado; porque é bom e barato; porque por ali passaram algumas das mais importantes lideranças estudantis dos últimos 20 anos, hoje profissionais atuantes em suas respectivas áreas; porque nenhum argumento será suficiente para ilibar uns em detrimento de outros em virtude de se fazer a opção por atividade de natureza intelectual, seja na sala de aula, na praça, no bar, no "pit dog".