domingo, agosto 10, 2008

VERONESE


Na Corda Bamba
De repente, como num passe de mágica, meninos de rua do Rio transformaram-se em verdadeiros artistas de circo! Não mais lavam compulsoriamente o nosso parabrizas mas, quando menos se espera, oferecem-nos um número de malabarismo. Não pedem mais um real como esmola, a troco de nada, mas como "couvert artístico" por uma fração de magia, um momento de inesperada fantasia circense na rotina sem graça do trânsito.É certo que a rua não é o melhor lugar para estar uma criança...No entanto, nascircunstâncias em que vivemos, é inegável que poder compensar esses meninos,ainda que só com uma moedinha, significa propor-lhes um admirável-mundo-novoonde, para ganhar dinheiro, é preciso dar alguma coisa em troca; merecer!!,e não somente estender a mão e pedir, como faz uma pessoa doente ou incapaz.Numa hora em que a ciência vislumbra a possibilidade da clonagem de sereshumanos, o que realmente me emociona é a constatação de que cada um dessesmeninos é peça-única, indivisível e inimitável como um óleo de Da Vince. E que,mais do que produzir em série geniozinhos de olhos azuis, fascinante mesmo é odesafio que temos de transformar o destino desses pequeninos artistas que,mesmo órfãos de sonhos e de fantasia, acabaram por transformar a cidadenum grande circo a céu aberto.Literalmente, no maior espetáculo da Terra!
Antonio Veronese (junho 2002)veja mais em: www.antonioveronese.blog.com

3 comentários:

Anônimo disse...

Antonio Veronese tem o poder me me emocionar à lágrimas. O rosto deste pequenino, com todas as marcas das marginalidades, tem a mesma grandeza de um rosto de Da Vinci.

Anônimo disse...

Antonio Veronese,êta brasileiro porrêta!!È de gente como ele que precisamos para quebrar a nossa indiferença. Por favor, dêem uma olhadinha no texto pois está com muitas palavras grudadas umas nas outras. Esse texto merece!!
Beijos
Dionan ( Recife)

Anônimo disse...

Antonio Veronese , tem que olhar cada rosto dele sem pressa...é uma viagem. Mesmo os pequenos formatos têm uma força! Ninguém se esquece depois de ver de perto um dos seus rostos,

Tardelli