Artigo de Opinião publicado no DM fala sobre o Fundo Virtual de Cultura http://www.dm.com.br/impresso/7671/opiniao/54971,fundo_virtual_de_cultura
No último dia 30, foram lançados dois projetos que vão contribuir de forma significativa para a produção cultural em Goiás. Nas últimas semanas, quando iniciamos junto à direção da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg) a mobilização para a materialização desses projetos, fui muito argüido sobre de onde havia surgido a inspiração para uma idéia tão simples e ao mesmo tempo tão significativa como as do Fundo Virtual de Cultura e a do selo Empresa Amiga da Cultura.
A resposta é simples. Como produtor cultural, membro da Comissão de Projetos Culturais da Secretaria Municipal de Cultura, e, graças à confiança do prefeito Iris Rezende – a quem eu gostaria de agradecer pelas oportunidades que me foram dadas –, tive a honra de ser chefe de gabinete do ex-secretário, Kléber Adorno, e secretário interino de Cultura da Prefeitura de Goiânia. A convivência e os relacionamentos ali conquistados me fizeram conhecer bem de perto as dores e os amores desse segmento, assim como a grandeza e a beleza do que é realizado em nossa cidade e no estado de Goiás. Ao mesmo tempo, pude vivenciar as profundas dificuldades existentes para o realizador cultural. Tentando agir sempre de forma positiva e focando nas oportunidades, relembro a frase de Winston Churchill: “O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade; o otimista vê oportunidade em cada dificuldade”.
Como diretor da Acieg, percebi a sensibilidade e boa vontade de alguns empresários e de nossos governos em também valorizar a cultura local, até porque só mesmo sendo muito míope para não enxergar o impacto da cultura em nossa economia. Economia esta que, se vista de forma transversal e holística, nos assusta e impressiona uma vez que os institutos de pesquisa mais conceituados do mundo vêem a chamada economia da cultura como em franca expansão e no Brasil já ocupa impressionantes 8% do PIB brasileiro.
Dessa forma, nossa intenção nada mais é a de criar nas empresas “A cultura de se investir em cultura”, uma vez que esse projeto visa conscientizar as empresas dos ganhos efetivos que as mesmas têm quando aplicam seus recursos em projetos culturais e, ao mesmo tempo, capacitar os contadores das mesmas a trabalharem de forma efetiva e eficiente com as leis de incentivo.
Como vai funcionar o Fundo Virtual de Cultura? É muito simples! Ele é virtual, nós não teremos acesso ao dinheiro. A Acieg fará o levantamento do potencial de investimento e do perfil de investimento das empresas goianas para projetos culturais. Como assim? Existem dois lados, o do artista, produtor, aquele que faz acontecer a cultura em todas as suas modalidades e o empresário, que muitas vezes não apóia projetos culturais não pela falta de interesse, mas sim pelo acúmulo de atividades no seu foco de negócio. A Acieg vai atuar como facilitadora. Conhecendo o perfil da empresa e quanto ela vai poder investir nos três níveis de incentivo fiscal, o artista terá acesso aos recursos das empresas de forma mais simples, pois já vai saber quais empresas querem projetos com aquele perfil.
Outro projeto lançado foi o selo Empresa Amiga da Cultura. A Acieg vai premiar anualmente as empresas que mais investirem em cultura em Goiás. O prêmio será um estímulo para que os empresários passem a destinar recursos para a cultura, com isso, deixaremos claro e visível para nossa sociedade que em Goiás existem empresas preocupadas e comprometidas com o nosso desenvolvimento. Tudo isso somado ao apoio de nossos governantes me faz ter plena convicção de que estamos diante de um marco histórico na cultura de nosso Estado.
A construção desse projeto será de forma coletiva, participativa, com todos os segmentos culturais convidados a somarem com idéias e ações. Vamos unir forças, somar valores e fazer da cultura em Goiás um modelo para o Brasil e para o mundo.
“O homem só fracassa quando desiste de lutar, todos os dias eu me levanto para vencer”. Vamos nos levantar, vamos lutar, vamos sonhar e acima de tudo vamos concretizar esses sonhos em projetos para o nosso Estado.
Por fim, eu não poderia iniciar este artigo sem antes mencionar a visão de estadista de um dos maiores líderes empresariais do país, o meu amigo Pedro Bittar, presidente da Acieg, que me deu a honra de ser diretor daquela casa e a convivência com ele tem ensinado valores e princípios que me acompanharão por toda vida. Obrigado, presidente! “Todas as coisas, até as mais pequeninas, tornam-se grandes quando realizadas com a grandeza da alma”. Agradeço, em nome de toda a comunidade artística de Goiás, por você ter colocado a alma neste projeto e tê-lo transformado em realidade.
Leopoldo Veiga Jardim
é especialista em Gestão Empresarial pela FGV, especializando em Marketing Político pela USP e diretor da Acieg – coordenador do projeto Fundo Virtual de Cultura
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