Protesto marca abertura da conferência de cultura
Goiânia, 22 de dezembro - Lídia Amorim Da Editoria do DMRevista
A abertura da sexta Conferência Municipal de Cultura, na manhã de ontem, foi marcada pelo desconforto. Pode ser que o frio ar-condicionado do Auditório Augusto da Paixão Fleury Curado, no Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, tenha servido para esfriar ânimos, mas sensação de que algo estava errado permaneceu pairando no ar como fantasma. Mais de 20 entidades – entre elas o Centro Cultural Eldorado dos Carajás, a Federação de Teatro de Goiás e a Associação Brasileira de Festivais Independentes – uniram-se para protestar contra programação da conferência e buscar modelo de evento que contemple todas as áreas e necessidades de quem trabalha na cultura.O grupo, que engloba diversas áreas da cultura e se reúne semanalmente para discutir os problemas em comum, defende que a programação seja reformulada para dar mais espaço ao debate. Segundo eles, o evento oficial é mais um seminário do que uma conferência, por ser mais educativo do que político, e, por isso, não tem espaço para a discussão sobre as diretrizes da Lei Municipal de Incentivo. Além disso, foi marcada numa data que impede a participação de todos: os dias que antecedem o Natal. Na abertura do evento, tudo corria de forma tranqüila inicialmente. O secretário municipal de Cultura, Doracino Naves, deu início aos trabalhos, falou da importância da conferência e do desejo da pasta de que os resultados desse momento de debates fosse o mais proveitoso possível. Em seguida, viria a palestra de abertura, com o escritor Luiz Fernando Valadares. Antes disso, porém, Eládio Garcia, da Associação Goiana de Cinema e Vídeo, manifestou, da platéia, o desejo de que o secretário se posicionasse sobre documento entregue no evento em que o grupo de entidades defende mudanças na programação e na data da conferência.Foi decidido que a carta seria discutida numa reunião separada entre o grupo e o secretário após a palestra de abertura. Enquanto o Alma Brasileira tocava seu choro para meia dúzia de pessoas no auditório; na pequena sala ao lado, o grande grupo de entidades se reunia para discutir os rumos da conferência. O secretário ouviu as reclamações, mas afirma que não pode atendê-las, já que, no próximo ano, não ocupará mais o cargo e o grupo quer marcar o evento para depois das festas. Prometeu, no entanto, encaminhá-las ao prefeito Iris Rezende. No final, não houve consenso. Tanto Doracino quanto o vice-presidente do Conselho Municipal de Cultura, Valdir Mendonça, retiraram-se do local e as entidades decidiram fazer outro documento. Nele vão sugerir que a sexta Conferência tenha continuidade no mês de março, quando as instituições e pessoas que se dedicam à cultura estarão mais disponíveis, e que, no evento, exista mais espaço para debates. Desde a terceira Conferência, há polêmica. A conferência, realizada em 2005, foi inclusive cancelada judicialmente, porque não foi divulgada como deveria de acordo com as determinações do Ministério da Cultura. A função das conferências é de debater os rumos da cultura no município, as Leis de Incentivo, e principalmente, para onde vai o dinheiro da área.
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