ProtestoMudanças no Fundo de Apoio à Cultura geram manifestação
29/09/2005
Pedro Palazzo LuccasDa editoria de PolíticaArtistas e produtores culturais promoveram ontem a manifestação ‘Não saque nosso FAC’, contra as mudanças promovidas pela Prefeitura no Fundo de Apoio à Cultura. As alterações centralizam o poder de decisão nas mãos do secretário Kléber Adorno, que passa a ser o único a apreciar o mérito dos projetos que receberão verbas via FAC, afirmam manifestantes. Antes, o Conselho Municipal de Cultura também decidia. Adorno diz que as alterações são legais e têm apoio de entidades.Outra alteração que deixou a turma da cultura indignada possibilita que toda a verba do FAC seja aplicada em projetos da Prefeitura. Antes era limitado em 50%. O escritor Flávio Sampaio diz que, este ano, o festival de cinema a ser promovido pela Prefeitura, Fest Cine, consome, sozinho, quase toda a verba do fundo, estimada pelos manifestantes em R$ 1,3 milhão. Ele deixa claro, entretanto, que não tem nada contra o evento. Adorno diz que o festival custará R$ 1,2 milhão, e caso a Prefeitura não consiga captação de recursos, o FAC pagará o evento. “Mas o Fest Cine não é o único projeto”, diz. Segundo Adorno, do custo do evento, R$ 150 mil são distribuidos por meio de edital para produção de curtas-metragens. O secretário diz que este ano quase 100 projetos serão beneficiados por edital.DITADOR – Segundo Sampaio, as alterações fazem de Adorno não um secretário, mas “um ditador de cultura municipal”. Kléber afirma que a reclamação dos artistas tem fundamento. Ele vai encaminhá-la na próxima segunda-feira ao promotor responsável pelo caso, Umberto Machado, que está de férias. Vice-presidente do Conselho, o produtor cultural Levy Silvério também reclama da possibilidade de funcionários da secretaria disputarem as verbas do FAC. Ele teme que haja beneficiamento no processo de escolha.O secretário atribui as reclamações à “inexperiência” e “excesso de vontade” dos manifestantes. Segundo Adorno, o mandato dos indicados do conselho acaba em outubro. “Estavam apenas três ou quatro conselheiros dos 15”, alega ele, que considerou a manifestação “pouco representativa”. Os organizadores dizem ter reunido cem pessoas. Auxiliar do prefeito Iris Rezende se diz disposto a receber os insatisfeitos.
Publicado no Diário da Manhã : http://www.dm.com.br/impresso.php?id=103666&edicao=6538
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