sexta-feira, dezembro 09, 2005

CONFERÊNCIA NACIONAL DE CULTURA

Goiânia, 09 de dezembro de 2005.

Às autoridades constituídas, trabalhadores da cultura, artistas, formadores de opinião e à comunidade em geral.

Ao ler a matéria veiculada no Jornal O POPULAR é impossivel não manifestar a perplexidade diante das declarações da Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia.

A III CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE CULTURA DE GOIÂNIA, nunca elegeu delegados para participar da I CONFERENCIA NACIONAL DE CULTURA.

De acordo com o Edital publicado tardiamente pela SECULT(cerca de 05 dias após a data prevista), a III CMCG seria realizada em duas etapas, na primeira elegeria os novos conselheiros de cultura e na segunda etapa os delegados para participação na I CNC.

Na primeira etapa o lamentavel espetáculo promovido pela SECULT já é conhecido de todos, para os que não conhecem basta acessar os seguintes blogs e fotolog : http://amigosdemuseu.blogspot.com/ ; http://fotolog.terra.com.br/culturagoiania:5 ; http://www.entreatos.blogspot.com/

Na segunda etapa, não havia no local, incluindo os servidores da própria SECULT, os guardas municipais, os funcionários do Instituto Histórico e Geográfico e os palestrantes, 20 (vinte) pessoas. E não aconteceu no local qualquer votação para delegados, e se acontecesse, seria no minímo estranho, pois não havia o quorum exigido. Basta buscar os documentos para a I CNC no endereço : http://www.cultura.gov.br/foruns_de_cultura/conferencia
_nacional_de_cultura/index.php?p=12913&more=1&c=1&pb=1 e verificar a farsa de Goiânia.

Se o MINC tivesse enviado um representante/observador como previsto no Edital da I CNC essa farsa não aconteceria. Na ausência, o filmeto anexado nessa mensagem mostra o grande público que esteve presente na manhã do dia 15 de outubro de 2005.

É preciso urgentemente que as autoridades competentes atentem para o que está acontecendo em Goiânia.

Não é admissivel que autoridades municipais faltem com a verdade, com a moralidade, a legalidade, a impessoalidade, a publicidade e ainda promovam espetaculos ditatoriais no intuíto de calar a participação da sociedade, a perseguição à servidor público concursado e transformem orgãos públicos em cabides de emprego.

Afinal estamos ou não em um Estado Democrático de Direito? Onde foram parar os princípios constitucionais? Rasgaram o artigo 37 da CF? As leis deixaram de existir?

Deolinda Conceição Taveira Moreira
Conservadora Restauradora de Bens Culturais
Esp. Gestão do Patrimônio Cultura Integrado - ITUC - AL

A matéria que provocou as reflexões acima:

Visões distintas
Agepel evita mandar representantes oficiais à ConferênciaNacional de Cultura por discordar do método adotado
por Rogério Borges

Está marcada para a próxima semana, entre os dias 13 e 16, em Brasília, a realização da 1ª Conferência Nacional de Cultura (CNC). O evento, promovido pelo Ministério da Cultura (MinC), é mais uma etapa para a elaboração do Plano Nacional de Cultura, que estabelecerá critérios e elegerá prioridades para o estímulo de atividades culturais em território nacional. Essa plenária nacional contará com os representantes escolhidos pelas unidades da federação em suas conferências estaduais. Essas conferências, por sua vez, são compostas por delegados eleitos em conferências municipais e intermunicipais. Tais reuniões foram realizadas na maioria dos Estados brasileiros nos meses de outubro e novembro.
A Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico (Agepel), órgão que, juntamente com o Conselho Estadual de Cultura, estaria responsável pela realização da Conferência Estadual, optou por não promover o evento e só participará da CNC com membros convidados. “Discordo da metodologia e da sistemática adotada para essa conferência”, justifica o presidente da Agepel, Nasr Chaul. Ele sustenta que o modelo para o encontro se baseia em Estados cuja política cultural ainda é incipiente. “Não é o nosso caso. O que eles querem nós já fizemos”, afirma. Chaul chegou ontem de uma reunião do Fórum Nacional de Secretários Estaduais de Cultura e um dos assuntos mais debatidos foi justamente a CNC.
Divergências
Ele conta que há muitos Estados insatisfeitos com o encontro da próxima semana em Brasília e contesta dados que estão sendo veiculados na página do Ministério da Cultura na internet. De acordo com o site, apenas cinco Estados não teriam realizado conferências estaduais: Goiás, Maranhã, Mato Grosso, Roraima e Acre. “Esse dado está desencontrado. São sete ou oito Estados que não fizeram as conferências. Mato Grosso fez e São Paulo e Bahia não terão representantes na CNC”, assegura. O principal motivo para que a Conferência Estadual de Cultura não fosse feita este ano em Goiás são divergências entre o Ministério da Cultura e a Agepel, mas, segundo Chaul, houve outras razões. “Tudo foi feito muito às pressas. Fomos pegos no contrapé em vários pontos”, alega.
“Nós discutimos a questão com o Conselho Estadual de Cultura e chegamos à conclusão de que não havia tempo hábil para fazer uma conferência estadual de fato representativa”, explica José Eduardo Morais, diretor de Ação Cultural da Agepel. De acordo com o diretor, o Ministério da Cultura só informou a respeito da necessidade da conferência estadual à Agepel na segunda quinzena de outubro. “Eu e o presidente da Agepel, Nars Chaul, estivemos no ministério no dia 1º de novembro para discutir o assunto e só então conseguimos a proposta oficial para a Conferência Nacional de Cultura”, conta José Eduardo.
Ele pondera que a Conferência Nacional, em que cada Estado apresentará, por intermédio de seus representantes, suas propostas para o Plano Nacional de Cultura, é apenas uma fase de um processo que precisa de discussões mais amplas. “O ministério propõe um convênio com as secretarias estaduais de Cultura em que a CNC é um dos pontos. Há diversos outros.”
Contraproposta
A redação da primeira proposta, de acordo com Nasr Chaul, “era inaceitável”. A Agepel apresentou uma contraproposta do documento ao ministério, que a aceitou. “Mostramos que muitas das exigências que a União fazia nós já tínhamos cumprido, como a instalação de um Conselho Estadual de Cultura, de um Plano Estadual de Cultura e da implantação de um Fundo Estadual de Cultura. Tudo isso nós já temos”, afirma o presidente da Agepel.
O problema é que não existe um detalhamento sobre algumas propostas incluídas no documento. Em uma delas, há a previsão de um compartilhamento de projetos culturais, o que significaria financiamento conjunto. O temor da Agepel é de que, assinando o convênio com o Ministério da Cultura, a instância federal comece a eleger prioridades em nível estadual, tirando a autonomia do órgão local. “Esse é um protocolo que está sob avaliação da Procuradoria Geral do Estado, mas ele deve ser assinado”, informa. O convênio tem duração de um ano.
O parecer sobre o documento deve estar pronto no início desta semana. Com tudo isso, Goiás, em sua esfera estadual, ficará sem representantes na CNC. “Não tínhamos como fazer a conferência estadual antes de assinarmos o protocolo que está em análise. Além disso, a proposta prevê que as conferências municipais teriam de ser convocadas pelas cidades e essa mobilização é difícil”, justifica José Eduardo.
Secult
Já as prefeituras de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Pontalina e Piracanjuba enviarão à CNC 20 delegados ao todo, sendo 16 indicados pelo poder público e quatro representantes de entidades civis. Eles foram indicados durante a Conferência Intermunicipal de Cultura, realizada no dia 13 de outubro. A Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia (Secult), que organizou a reunião, afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que as inscrições dos delegados foram feitas no último dia do prazo, já que o resultado da conferência estava suspenso por liminar judicial. Esse resultado, aliás, permanece em discussão no Tribunal de Justiça de Goiás.
A assessoria da Secult acrescentou ainda que, na falta de uma conferência estadual, os nomes indicados na Conferência Intermunicipal podem representar o Estado na CNC, mesmo que isso contrarie o organograma estabelecido pelo Ministério da Cultura e que está no ar no site do órgão.
As conferências municipais, intermunicipais e estaduais de cultura devem contar com representantes de entidades culturais dos mais diferentes setores e com membros da sociedade civil. Além de Goiás, apenas Mato Grosso, Acre, Roraima e Maranhão não realizaram suas conferências estaduais. Membros do Conselho Estadual de Cultura podem ir ao evento, mas apenas como ouvintes.
José Eduardo minimiza o episódio. “As propostas que poderiam ser levadas à CNC podem ser enviadas depois. Além disso, não acredito que elas difeririam tanto assim das que já estão em curso dentro do Plano Estadual de Cultura”, alega. Chaul faz um alerta. “Tenho receio do que conferências estaduais no modelo proposto podem trazer. Seus resultados podem atropelar o trabalho que já fazemos, nosso planejamento de ações.” Ele também observa que a realização da Conferência Intermunicipal por parte da Secult deixou o panorama ainda mais confuso. “Não sabíamos direito se era uma conferência municipal ou intermunicipal.” Com tantas discordâncias, a CNC corre o risco de ser um fiasco e o Plano Nacional de Cultura, que seria implementado no último ano do governo Lula, não gerar resultado algum.
Fonte: Jornal OPOPULAR - 09/12/2005

Um comentário:

Deolinda disse...

Esse comentário foi moderado pela autora do blog, entretanto, após a identificação da autora do comentário segue a publicação. O comentário partiu da jornalista presente a AUDIENCIA PUBLICA DA CULTURA:
----- Original Message -----
From: "Marley Costa Leite" demeter_327@hotmail.com
To: culturagoiania@terra.com.br
Sent: Monday, December 12, 2005 10:59 PM
Subject: RE: Fw: Novos comentários em CONFERÊNCIA NACIONAL DE CULTURA


Minha querida,
Seu blogue não tem como se identificar, e existe uma oção para anônimos ou
pessoas que tem um blogger ou senha.
Nenhum problema quanto a isso meu nome é Regina Dare e deixei meu e-mail
para que vc pudesse me responder pessoalmente. Confronto não faz parte do
meu temperamento. sou da paz e amante da cultura, apenas isso. Mas dizer que
jornalista usar gravador é uma forma de intimidar... é o mesmo que dizer que
uma restauradora não pode usar pincel.
Grande abraço e vitória no seu empreendimento.
Regina dare

----- Original Message -----
From: Anonymous
To: culturagoiania@terra.com.br
Sent: Monday, December 12, 2005 5:59 PM
Subject: Novos comentários em CONFERÊNCIA NACIONAL DE CULTURA


Anonymous deixou um novo comentário sobre a sua postagem "CONFERÊNCIA NACIONAL DE CULTURA":

É a primeira vez que vejo um jornalista usar o gravador ser interpretado como "intimidador" de vereador. A audiência foi vazia - 20 pessoas apenas, o que não pode ser considerada representativa da sociedade goianiense que tem 1,2 milhão de habitantes. Além do mais, foi sentida a presença de vereadores de peso como Marina Sant"Anna (PT), Anselmo Pereira (PSDB) Hélio de Britto (PFL), todos respeitados, mas opositores da atual administração... para não citar outros. Elias Vaz é famoso pelos movimentos anárquicos que já causaram muitas mortes em Goiânia, como a implantação do Transporte Alternativo e a invasão do Parque Oeste Industrial. Não conheço nenhuma proposta desse distinto vereador na área de cultura.
demeter_327@hotmail.com