domingo, outubro 16, 2005

REFLEXÕES SOBRE A CONFERENCIA

REFLEXÕES
http://fotolog.terra.com.br/culturagoiania:1 (imagens da 3ª Conferência de Cultura)

Cara colega Neila Santos,

Não sei se sabe, mas, Dona Isabel comentou no dia 12/10 que tanto ela quanto você no final de outubro estarão fora da SECULT. Ambas são cargos comissionados, na minha opinião um câncer maligno na administração pública, e, portanto passiveis de demissão a qualquer tempo, bastando para isso que “os padrinhos” deixem de apadrinhar, não é?

Já havia lhe enviado um comentário sobre uma matéria que escreveu sobre o Centro Livre de Artes e a relação de vizinhança com o Museu de Arte de Goiânia, que claramente manipula informação para dizer que uma coisa é outra coisa.

E repete a manipulação de informação nessa matéria, onde quer fazer crer ao leitor incauto que a Conferencia de Cultura – por sinal declarada ilegal pelo Juiz de Direito Eduardo Siade –proporcionou alguma reflexão conceitual sobre gestão publica.

É verdade que a segunda parte da 3ª Conferencia Municipal de Cultura aconteceu em um clima de calmaria, no auditório estavam os funcionários da SECULT, os do IHGG, e os palestrantes, mas se assim não fosse, e estivesse repleto, a calma e atenção seriam a tônica. Os palestrantes, ainda que utilizados pela SECULT, para dar um ar de seriedade à farsa da 3ª Conferencia de Cultura, merecem todo o respeito.

É mentira que aconteceu a 1ª Conferencia Intermunicipal de Cultura, a menos que os servidores da SECULT moradores de Senador Canedo, Aparecida de Goiânia, Trindade e adjacências sejam os delegados da intermunicipal. E mais uma vez você usa o espaço da mídia para passar por verdade a farsa.

Sobre a fala do professor Daniel, relatada por pessoa presente, ficou claro que criticou o modo de agir da SECULT que vem escamoteando a participação legítima do trabalhador e produtor da cultura. O fortalecimento institucional da Cultura é antes de tudo o respeito aos artistas, a democracia, ao Conselho Municipal de Cultura, ao Museu de Arte de Goiânia, vítimas do autoritarismo e de abuso de poder de um gestor público. O jogo democrático é exatamente aquele onde as opiniões são divergentes, mas são construtivas. E o que vimos na farsa da eleição para o CMC nada mais é que a unanimidade burra. Episodio lamentável para a história cultural de Goiás.

E mais, cara jornalista, quando se refere aos manifestantes barulhentos, deveria atentar para o fato que nem sempre foram barulhentos. Escreveram cartas que a imprensa local, se recusou a publicar, denunciaram ao Ministério Publico, a Justiça Comum. E se tornaram barulhentos por que o secretário de Cultura “desapareceu” para não receber a Liminar que determina que essa farsa estava suspensa. E com todo barulho a fraude e a manipulação aconteceram sob o olhar atento, daqueles que durante anos foram os donos da Cultura.

E finalmente, ao se referir nominalmente aos manifestantes barulhentos presentes no local, não se limita aos fatos, sugere que por serem ex-diretoras e atuais Conselheiros estejam com problemas para “perder a boca”, como afirma Geraldo Coelho Vaz em matéria ao DM.
Então para o devido esclarecimento dos fatos deveria explicitar que no meu caso, além de Conservadora Restauradora de Bens Culturais, sou servidora concursada da Prefeitura Municipal de Goiânia há exatos 20 anos, denunciante junto ao MP dos atos de improbidade administrativa do Senhor Kléber Branquinho Adorno, que a revelia da Lei “nomeou” por Portaria um diretor para o Museu de Arte de Goiânia e indicou ao Prefeito Íris Rezende Machado, que por sua vez “nomeou” por DECRETO uma diretora, ou seja, hoje, o pequenino MAG dispõe de dois diretores e com a agravante de um ser funcionária da UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS.

Quem sabe o problema agora, não seja apenas um gestor público autoritário incapaz de conquistar “a boca” para seus “indicados” através do jogo democrático? E você, cara colega jornalista, na minha opinião deveria ter como princípio etico profissional a verdade. É claro que não me refiro a verdade de quem paga.

Abaixo a matéria que originou a reflexão acima.




CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE CULTURA FAZ REFLEXÕES CONCEITUAIS DA GESTÃO PÚBLICA 15/10/2005 - 13:25h http://www.goiania.go.gov.br/
A segunda etapa da 3ª Conferência Municipal de Cultura e 1ª Intermunicipal aconteceu em clima de calmaria e de alto nível no conteúdo das palestras, que bem poderiam ter sido assistidas por um número maior de participantes. Entre os presentes, a opinião geral era de que as palestras precisariam ser repetidas em outras oportunidades para que todos os segmentos envolvidos com o ato de pensar a cultura, as políticas públicas de cultura e a produção cultural tivessem a oportunidade de fazer as reflexões, que abordaram os conceitos culturais dos mais importantes pensadores do assunto.
A professora Heloísa Capel, a primeira a falar, doutorada em mitologia como instrumento na educação e autora do livro 'O Espelho de Atenas', mostrou como a jornada heróica – abordando o mito de Perseu – pode servir à reflexão da cultura e da gestão pública, motivando os presentes para o desafio do trabalho. A apresentação teve a performance do ator Wellington Dias.
O jornalista, filósofo e doutorando Daniel Christino, coordenador adjunto do curso de jornalismo das Faculdades Alfa, mostrou o processo comunicativo no conceito de cultura e nos meios de comunicação, fazendo a distinção entre os sentidos: 'uma que nasce da relação do homem com a natureza e consigo mesmo, e outra que nasce da consciência que o homem tem desta relação como uma relação que tem nome: cultura'.
O professor Daniel abordou ainda a questão dos conflitos que envolveram a definição da lista tríplice para a formação do novo Conselho Municipal de Cultura e afirmou que a construção de uma política cultural deve caminhar pelo fortalecimento institucional da cultura: 'propor o não-jogo, solapando a sua possibilidade, é desarticular o jogo democrático'.
O lado legal, do direito constituído, foi abordado pelo presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, Aidenor Aires, que também falou sobre o patrimônio cultural material e material.
Os municípios que enviaram seus representantes já definiram seus delegados para a Conferência Nacional de Cultura e os delegados de Goiânia serão definidos pelo Executivo.
As manifestações barulhentas da primeira etapa foram, na opinião dos organizadores, as responsáveis pela redução na participação. Dos grupos manifestantes compareceram apenas, a restauradora e ex-diretora do Museu de Arte de Goiânia, Deolinda, os professores Wilmar Ferraz e Levy Silvério, atuais membros do Conselho.
Reportagem: Neila Santos

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