Moço, pedi, me veja ai uma daquelas bombas para bebum e comedor de pururuca! Rapidamente sacou da prateleira umas gororobas amargas e efervercentes, baratinhas até, mas que efeito!
Munida da bomba salvadora, cheguei à casa de minha mãe e preparei, confesso que já tomei e sei o gosto terrível dos amargos com o efervercente sabor abacaxi, é de chorar. A vizinha e amiga, também quase centenária, já havia corrido para preparar uma sopa estilo levanta defunto da vovó, o cheiro era de dar água na boca e a Elza, mandou tudo isso para dentro. Elza é o nome da minha mãe. O pai dela dizia que toda Elza era sapeca e olha que ele tinha mania de só colocar nome nos filhos com no máximo seis letras, com tantos filhos, vai ver que era mais fácil lembrar se fossem nomes curtos.
Mas voltando aos acontecimentos do sábado, apesar do efeito bomba e da sopa, lá fomos nós para emergência de novo, apenas por precaução, sabe como é, médico de verdade sempre é bom ser consultado nem que seja para confirmar no nosso diagnóstico. Infelizmente, ao que parece toda a cidade teve a mesma idéia, e lá ficamos nós no corredor a espera de atendimento, o tempo passando e nada, toca o celular, atendo e informo, Dona Elza é a sua nora. E ela, ansiosa pergunta, eles já estão vindo? Ah, sim, eles significa meu único irmão, mulher e filhos. Respondo que não, informo que só virão amanhã. Desligo o celular e começo a pensar no que vou fazer ali em pé no corredor, pois pelo visto, ainda íamos esperar muito. E dou uma olhada de rabo de olho e me dou conta que ela abriu o berreiro.
Pensei, tô lascada! Todo mundo olhando para minha cara, filha desnaturada! Ah, não tive dúvida, preciso salvar o meu sábado - lá se ia dando quase meio dia – é hoje! Abriu a porta do consultório, estufei o peito ou seria empinei as tetas? Sei lá, não vem ao caso, apelei, Doutor, dá para atender a minha mãe de 82 anos?
Ai finquei os pés no chão e empinei a carroça: negociar nada, o senhor atende ela é agora e fui entrando, me achando!
Atendeu sim, finalmente concluiu que o caso, mais que coração era o efeito amendoim e claro me pagou o maior sapo por causa da bomba e da sopinha básica. E de quebra se despediu me chamando de "doutora". Acho que ficou magoado e me acusou de exercício ilegal da profissão.
Enfim, a Elza está lá na casa dela toda faceira, ainda derrubada, afinal dieta é um coisa danada de se fazer.
Mas o que queria contar mesmo foi da sexta-feira à tarde. Vocês acreditam que eu, no meio dessa confusão familiar toda, mesmo com atestado, resolvi comparecer o trabalho. Na verdade não foi um comparecimento inocente, pois há dias estava rolando um clima de tempestade no ar, com direito a trovoadas e relâmpagos. E para evitar mais cara feira, ranger de dentes e a falação pelas costas compareci.
Pois sim, nem bem havia chegado, aparece a chefa pisando nos cascos e afônica, arre, pensei, será que tudo isso é o efeito prefeito garoto propaganda da Faculdade Padrão?
Como sabem coloquei aqui no blog um interessante comentário sobre o papel do prefeito de Goiânia como garoto propaganda da Faculdade Padrão, coincidência ou não, dias após, a Prefeitura resolve repentinamente efetuar uma fiscalização nas obras do Jóquei Clube. É na sede do Jóquei Clube, no centro da cidade, que havia um belo bosque e foi totalmente destruído para que fossem feitos estacionamento para o milhares de alunos da Padrão. A obra é interditada. Curioso isso não é? Eu sei que o MP está de olho e quando quer é ativo e vigilante. E nem fui eu quem deu com a língua nos dentes!
Por isso acreditava que o stress da chefa tinha haver com alguma ameaça que lhe tivessem feito, para me manter na linha. Hei, gente ameaça na prefeitura é de “tomar” o cargo, não é de morte. Ainda.
Nada, ledo engano, cega de raiva, de delírios sobre uma conversa inexistente com o filho dela, a afirmar que estou para ser exonerada – assédio moral é tanto da parte do chefe para o funcionário, quanto do funcionário para o chefe, segundo o grande jurista e “doutor” da SECULT- até questionar se de fato eu havia feito concurso para restauradora, eu ouvi.
Mas deixando isso de lado, o que interessa é que quando toda essa novela começou, isso em maio de 2005, não sei se lembram, mas apenas para recordar.
Poderia simplesmente ter virado as costas e ido cuidar da minha vida, mas achei um abuso, uma falta de respeito total, o subchefe me sugerir que poderia continuar a receber aquela "merreca" desde que não criasse problemas para o seu apaniguado. Lembrei do mesmo filme já visto em 93.
Servidor público não é bandido e nem profissional desqualificado se entra via concurso público. Que é o meu caso e de tantos outros.
O mesmo não se pode dizer de subchefes, cargos comissionados, que sendo presidente de Comissão de Projetos Culturais, APROVA OU FAZ APROVAR projetos na Lei de Incentivo Municipal em nome de sua estagiária e colega de faculdade. Sobre esse assunto vou tratar em outro post, pois merece. Afinal é ai que a vaca maçonica e evangélica vai para brejo e tem seus dias contados na administração pública.