Esse Blog tem como objetivo discutir a produção do patrimônio cultural brasileiro e a sua permanência. Os AMIGOS DOS MUSEUS atuam diretamente de Goiânia, capital do Estado de Goiás. Coração do Brasil. Do cerrado para o mundo!
domingo, novembro 29, 2009
Seminário Segurança em Museus: um olhar multidisciplinar
Aconteceu em São Paulo o Seminário Segurança em Museus: um olhar multidisciplinar, entre os dias 23 a 27 de novembro de 2009.
Proposto com o objetivo de ampliar a discussão sobre a segurança em museus, a partir de diferentes enfoques e experiências, contribuindo na formação dos profissionais que lidam com o patrimônio cultural no Brasil, contou com a participação de representantes do museus de diversos estados brasileiros. De Goiás estavamos presentes Henrique de Freitas, diretor do Museu Goiano Prof. Zoroastro Artiaga e eu, da Diretoria de Patrimônio Histórico e Artístico da AGEPEL.
A proposta do ICOM adotou ainda como estratégia incluir na programação profissionais da área da segurança pública, da justiça, dos museus, arquivos e bibliotecas de forma a enriquecer a discussão do tema e proporcionar uma visão multidisciplinar da questão da segurança em museus.
No primeiro dia duas falas, penso que se destacaram, a primeira da Bernice Murphy, sobre ética e em especial referindo-se a ética nas aquisições e a do juiz Fausto De Sanctis, que demonstra o importante papel do judiciário, sempre tão moroso e caprichoso, no entendimento das questões que envolvem o tráfico, lavagem de dinheiro, usando bens culturais, e ainda a sua exemplar atuação.
No segundo dia a mesa-redonda "Os diversos olhares sobre a segurança do patrimônio museológico" reuniu representantes do MPF, PF/INTERPOL, Receita Federal, MPE - SP e a brilhante atuação do MPE-MG marcou o debate. Todavia tornou-se evidente a falta de preparo das instituições, para atuarem no combate ao tráfico ilícito de bens culturais. Entretanto, o Estado de Minas Gerais demonstrou que o MPE tem obrigação de fiscalizar, e no caso de MG o faz, o que não significa que em outros estados, os MPEs atuem com a mesma compreenção quando se trata de bens culturais. E vamos relembrar o caso do Zoológico de Goiânia, as denúncias surgiram em 2005, e só em 2009, pressionados pela imprensa e pela população, houve alguma ação, e quanto ao patrimônio cultural? A única noticia que se tem de uma ação data da época de Sullivan Silvestre.
No terceiro dia a mesa-redonda "Ações positivas para a proteção patrimônio cultural" contou com a participação Vitor Manoel Marques da Fonseca do Arquivo Nacional - RJ, de Marcelo Araújo da Pinacoteca do Estado, de Teodora Carneiro do Comitê Paulista do Escudo Azul e ainda de Leonor Sá do Museu Judiciário de Portugal.
O projeto Igreja Segura - Igreja Aberta, apresentado por Leonar Sá demonstra a segurança (registro, catalogação e outros) como fator importante para que as igrejas, principais vítimas de furtos, possam permancer abertas.
O IEPHA publicou uma entrevista excelente com Leonor Sá e vale a leitura http://www.iepha.mg.gov.br/noticias/655-iephamg-entrevista-leonor-sa
Além do seminário aconteceram três oficinas simultâneas entre os dias 24 e 26 de novembro:
Oficina 1 - Avaliação de Riscos.
Ministrada, em espanhol, por Carmen Rallo - Ministério da Cultura da Espanha-, Marta Hernández - Museo Del Prado-, e Encanarción Hidalgo - Museo de América -, ensinaram como elaborar um plano de proteção para os acervos dos museus.
Oficina 2 - Legislação sobre patrimônio cultural e combate ao tráfico ilicito de bens culturais.
Ministrada por Ana Cristina Bandeira Lins(MPF-SP), Célia Corsino(Museu de Artes e Ofícios -MG), Claudia Lage(MPF), Antônio Fernando B. dos Santos (IPHAN-MG), Daury de Paula Júnior(Justiça do Meio Ambiente de Santos-SP), Eduardo Nocetti Horns(6º Grupamento de Bombeiros - SP).
Oficina 3 - Conservação preventiva com enfoque na segurança em museus, instituições afins e coleções particulares(reserva técnica, exposição, catalogação, conservação e segurança).
A oficina contou com vários ministrantes e foi coordenada pelo Grupo Patrimônio & Proteção.
Maiores informações no site do www.icom.org.br O evento foi transmitido ao vivo pelo pessoal do FÓRUM PERMANENTE www.forumpermanente.org
sábado, novembro 21, 2009
AGAV - Associação Goiana de Artes Visuais
Abaixo o comunicado enviado pela Vânia Ferro:
"Oi pessoal,
Hoje dirijo-me a vocês não para convidá-los para o trabalho das oficinas e reuniões da AGAV, mas sim para comunicar-lhes que Associação Goiana de Artes Visuais agora existe de verdade.
Ela acaba de ser registrada.Temos agora nosso CNPJ. Peçamos a Deus sabedoria, paciencia, dicernimento, humildade mais esforços um pouco de raciocínio como disse Raymond Chaudler, quanto mais o artista raciocina menos ele cria.
Com um pouco de perseverança haveremos de conquistar também nosso espaço neste mundo onde os valores essenciais a muito deixam a desejar.
Abraços
Vania Ferro
Presidente
AGAV"
sábado, novembro 14, 2009
CONSELHO DE CULTURA 5
A diferença entre o Rio de Janeiro, cidade maravilhosa e Goiânia, é que lá se realiza a 1ª Conferência de Cultura e aqui, na 7ª edição, a falta de respeito e de significado da sociedade é a mesma. E ainda, é muito bom não esquecer, em 7 edições, as Conferências de Goiânia, só são legalizadas até a 2ª, tendo em vista, a nulidade da 3ª Conferência, por fraude.
Na 6ª Conferência, um documento, assinado por mais de 20 organizações da sociedade civil, pedindo que a Conferência tivesse um caráter de participação e não fosse apenas uma fachada para se obter verbas federais,foi enviado ao então secretário de Cultura, aquele que transacionou com a justiça e parcelou em três vezes de R$300,00, acusado de peculato, pois se utilizou da Lei de Incentivo para obter vantagens para si e para terceiros. A resposta obtida foi no estilo "vocês não podem com a nossa esperteza". Espertos demais, com certeza, azar de Goiânia.
CARTA ABERTA ENTREGUE AO SR. SUBSECRETÁRIO MÁRIO DEL REY
Rio de Janeiro, 11 de Novembro de 2009.
Por outro modelo de Conselho de Cultura possível
O título do presente documento traduz uma intenção e um compromisso simultaneamente cultural, social e político entre pessoas físicas, profissionais e representantes de entidades da sociedade civil, comprometidos com o produção cultural e artística da cidade do Rio de Janeiro. Nele existe uma referência a uma ação coletiva representada nos programas e teses defendidas por um movimento social de inspiração solidária planetária, o Fórum Mundial Social (FMS). Portanto, a ideia é pensar com o rigor da lógica que mobiliza a legislação voltada para a criação de um Conselho Municipal de Cultura, articulada com a nossa atuação como profissionais de arte e cultura e militantes políticos de um campo que pretende reverter situações e reorientar prioridades.
Nós, entidades e pessoas físicas reunidas à partir da I Conferência Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, entendemos que foi lamentável, na semana de realização desta, a votação da lei que criou o Conselho Municipal de Cultura da Cidade do Rio de Janeiro, a qual a nosso ver não deveria ter ser sido sancionada pelo prefeito, pelos motivos que seguem abaixo:
1. Fora um projeto enviado através de mensagem do Executivo Municipal para a Câmara de Vereadores na data de 20 de agosto de 2009 e que não houve nenhuma audiência pública e/ou atos de esclarecimento e construção conjunta com as entidades representativas e movimentos da Cultura da cidade; sabemos que a Secretária Municipal de Cultura e seus representantes participaram de debates e eventos no período anterior a Conferência, mas nenhum destes com este objetivo e finalidade.
2. Nós esperávamos que durante a I Conferência Municipal de Cultura, realizada nos dias 24 e 25 de outubro de 2009, fosse discutido o modelo de Conselho Municipal de Cultura ideal para a nossa cidade, assim como seus critérios, sua composição e suas competências, dentre outras atribuições;
Nesse sentido, como parcela da sociedade civil, nosso entendimento é que este processo deveria ter sido mais democrático, em consonância com o Sistema Nacional de Cultura. Ressaltamos que trata-se de uma matéria de alto interesse público, que da forma como o processo foi conduzido acaba por decepcionar e frustrar a sociedade civil exatamente por restringir a sua participação. Desse modo, entendemos que:
i. A presidência do Conselho deve ser eleita entre seus membros, alternando entre sociedade civil e o poder público, garantindo equilíbrio entre os membros de cada esfera.
ii. A eleição do Conselho deve ser realizada em Fórum específico convocado para este fim, através de audiência pública, amplamente divulgada, de tal forma que consagre a real representatividade do mesmo.
iii. Nenhum Conselho de caráter democrático e participativo pode ser implementado, ainda que em caráter transitório, a partir da indicação pelo poder Executivo de representantes da sociedade civil sem que estes tenham sido eleitos entre seus pares;
iv. Será garantido em fórum próprio, a sociedade civil, a organização, convocação, a luz da lei de criação, a escolha dos conselheiros/as provisórios/as. A escolha deste se dará em um prazo máximo de sessenta dias, em virtude do processo eleitoral da sociedade civil.
Vimos manter nosso compromisso com a construção de uma democrática política cultural, entendendo como um avanço a realização da I Conferência Municipal de Cultura, assim como a elaboração das políticas públicas que virão nos desdobramentos desta e da efetivação do Conselho Municipal de Cultura.
Assinam as seguintes entidades e/ou participantes da I Conferência Municipal de Cultura: Coletivo de Produção Cultural Aracy de Almeida/CPC â Instituto Palmares de Direitos Humanos/IPDH â Secretaria Estadual de Cultura do Partido dos Trabalhadores â Iyún Asé Orin- Coral de Cânticos Sagrados â UNEGRO â Coletivo de Mulheres Negras do Rio de Janeiro - Cia. de Teatro É Tudo Cena! - Associados â Associação Brasileira de Museologia - Centro de Estudos e Cooperação Brasil Continente Africano e Diáspora/COBRA - Coletivo de Entidades Negras / Rio de Janeiro- CEN - Morgana Eneile: Secretária Nacional de Cultura do PT e delegada Eleita na I Conferência Municipal de Cultura â Roberta Martins: Coletivo da Secretária Nacional de Cultura do PT - Léo Borges: Presidente da Cooperativa de Músicos Independentes do Rio de Janeiro/COMUSI e delegado eleito na I Conferência Municipal de Cultura- Elieth Silva: Secretária da COMUSI - Aduni Benton - Eleita pelo segmento de Teatro Delegada do segmento de Teatro da I Conferência Municipal de Cultura para a Estadual - Diretora de Artes Cênicas , Atriz e Produtora - Fernando Lima: presidente da Associação dos Servidores da FUNARJ/ASSEFAERJ â Paulo César Nunes dos Santos: Coletivo de Produção Cultural Aracy de Almeida - Adua Nesi: museologa, membro da Associação Brasileira de Museologia - Henrique Brandão: jornalista e assessor do Vereador Eliomar Coelho, Psol-RJ - Cássia Liberatori: Diretora Sintergia/RJ Sindicato do Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro e delegada eleita pelo segmento sociedade civil na I Conferência Municipal de Cultura - Sidney Schuindt: Pedagogo â Álvaro Maciel: Secretário Estadual de Cultura do PT/RJ - Flavio Aniceto: coordenador do CPC Aracy de Almeida e delegado eleito pelo segmento sociedade civil na I Conferência Municipal de Cultura - Eurípedes Gomes da Cruz Júnior â Claudia Fernandes Canarim â Suely Nascimento (área de audiovisual) â Marcelo Antunes: eleito delegado-suplente pela sociedade civil - Adagoberto Arruda: Professor, Ator, Presidente da ACEC-Associação Cultural Embaixada das Caricatas, Diretor do IPCN-Instituto de Pesquisa das Culturas Negras e 1º Suplente de Delegado eleito pelo segmento Sociedade Civil na I Conferência Municipal de Cultura - Vivian Cáfaro, artista independente e Arte-Educadora - Wilian Santiago: Ator, Bailarino e Produtor -
quarta-feira, novembro 11, 2009
MAG E ELIO GASPARI
Uma parte do acervo foi transferido, outra ficou lá mesmo, no meio do caos, assim como o mobiliário financiado pela Fundação Vitae para reserva técnica.
A falta de compromisso e de respeito com o patrimônio cultural goianiense é total, um caso de polícia e o Ministério Público deveria agir em defesa, como fez com o Zoológico!
Parte da coleção de Lévi-Strauss virou pó
“Curioso retorno”, observou o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss quando viu que os missionários da Amazônia guardavam em estojos os lindos diademas de plumas dos índios bororo, e só os emprestavam à tribo em ocasiões festivas. O retorno era curioso porque os primeiros missionários chegaram à Amazônia pensando em tirar aquelas penas das cabeças dos selvagens.
ELIO GASPARI
A morte de Lévi-Strauss permitiu à repórter Gabriela Longman mostrar a trajetória de outro curioso retorno, no qual centenas de objetos da cultura indígena, conservados em Paris, reaparecem na agenda brasileira, expondo os maus costumes dos brancos de Pindorama na preservação de seu patrimônio cultural.
Lévi-Strauss viveu no Brasil de 1935 a 1938, pesquisando a vida de tribos da Amazônia. Coletou milhares de peças da cultura dos bororos, nambiquaras e cadiuéus, entre outros. Pelas leis da época o professor podia mandar metade de sua coleção para a França. De um lote de cerca de mil objetos, o Brasil ficou com 328. Em duas viagens, ele e a mulher embarcaram um total de 1.200 peças. Desde 33 arcos e pequenas cerâmicas até quatro diademas de penas de araras, periquitos e papagaios. Essa coleção está no Museu du Quai Branly, catalogada, fotografada e acessível na internet.
Os 328 objetos que ficaram no Brasil foram divididos entre três instituições e mais tarde reagrupados no Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, onde está um magnífico diadema. Ao longo de mais de meio século, uma parte misturou-se com outras peças, pois não foi catalogada e etiquetada, outra quebrou-se e sabe-se lá quantas plumas simplesmente apodreceram. Em 2005, o próprio Lévi-Strauss identificou algumas peças para uma exposição em Paris.
Coisas assim acontecem nos museus brasileiros porque eles padecem de duas pragas. Há as instituições que são criadas ou socorridas por conta do peso político de seu diretor. (Em geral esses museus estão em obras.) Há também as instituições que são mantidas como se fossem patrimônio dos competentes servidores que lá trabalham. (Essas são facilmente identificáveis: não abrem nos fins de semana.)
A USP tem nove museus. A universidade Yale tem quatro. Consultando-se o Cadastro Nacional de Museus percebe-se que no eixo Rio-Niterói-Petropolis há algo como 110 museus. Roma tem 104.
A proliferação museológica é produto do casamento de ministros, governadores e prefeitos que querem inaugurar novos museus e amigos de ministros, governadores e prefeitos que querem dirigir museus. Afinal, o diretor do Metropolitan, em Nova York, tem carro, gabinete e secretária. (No chute, estima-se que seu acervo valha 400 bilhões de dólares.) É possível que o diretor do Museu do Esporte Mané Garrincha, que funcionava das 10 às 16 horas e não abria nos fins de semana, tivesse as mesmas facilidades. (O Ministério da Cultura diz que ele está fechado.)
Há excesso de museus banais e redundantes e escassez de instituições comprometidas com o acervo e o atendimento ao público. Como resolver semelhante problema? À falta de ideia melhor, o governo federal, os governadores e os prefeitos poderiam estabelecer um piso de visitantes mensais para cada museu. Quando essa meta não for cumprida vai embora o diretor. Depois, caso não tenha outra utilidade, fecha-se a instituição.
ELIO GASPARI é jornalista
Fonte: 11 de novembro 2009. Opinião - O POPULAR
segunda-feira, novembro 02, 2009
CONSELHO DE CULTURA 4
Goiânia nasceu sob o signo da modernidade, mas a modernidade do estado novo e aos 76 anos, já uma senhorinha, ainda não perdeu o ranço, pelo menos na área da cultura.
Entre os dias 05 a 14 de outubro novamente, em Goiânia, tivemos novamente o espetáculo da “democracia” promovido pela SECULT, a 7ª Conferência Municipal de Cultura. E nesta edição, curiosamente, a sociedade civil viu-se representada por Fábio Tokarski (vereador PCdo B), Virgílio Alencar (Pontão de Cultura República do Cerrado), Márcio Mário da Paixão Jr. (Monstro Discos), todos, teoricamente, descomprometidos com os interesses da SECULT. E o mais incrível, também havia um facilitador pago com recursos públicos pelo MINC.
Com tantos representantes da sociedade civil, ainda assim entidades foram impedidas de votar na lista tríplice. Das 23 participantes, 10 foram impedidas. E ficaram impedidas por que não possuíam certidão negativa de débitos municipais, da entidade e de seus diretores. Tal impedimento consta do Artigo 3º, §3º do Regulamento, citando que tudo se passa nos termos da Lei Ordinária 8.154/03 e o Decreto n° 2.596, de 22 de setembro de 2003.
Vamos combinar que a representação da sociedade civil na organização da 7ª Conferência ou não leu, ou concordou com o texto do regulamento, e assim, expurgou do processo entidades, legítimas, com uma regra abusiva, que não consta nem no corpo da Lei e menos ainda no Decreto citado. A citação de Leis e Decretos dá uma aparente credibilidade a qualquer documento e como ninguém lê, nem leis e menos ainda decretos, acreditam piamente que o Poder Público não será capaz de citar o Santo nome em vão. Só que é, e ainda aponta o dedo “verde” para o antecessor, acusando-o de produzir leis “tortas”, as quais, atualmente, são aplicadas ao pé da letra. Que sirva de lição aos inocentes úteis, e de aviso, aos menos avisados. Quando a hiena ri é por que já avistou a carniça que vai comer. (Anônimo).
Todavia, para entender o modus operandis da SECULT e a luta dos fazedores de cultura pela democracia na cultura goianiense é preciso retornar ao processo da 3ª Conferência, anulada por sentença judicial, transitada em julgado e desobedecida pela Prefeitura de Goiânia. E não apenas a justiça anulou a 3ª Conferência , também o MINC através da Resolução nº 001/2005, de 9/12/05, com 4 páginas, invalidou a III Conferência Municipal de Cultura.
E mesmo não realizando a 3ª Conferência Municipal de Cultura, Goiânia através da SECULT, convoca em 2009 a 7ª Conferência e sendo esta uma conferência "eleitoreira", tal como foi a de 2005. Deste modo, a necessidade de produzir novas regras e garantir que no Conselho Municipal de Cultura, só tivessem assento aqueles que de algum modo possuem compromisso assumido publicamente com o atual secretário. E mais grave, reconduzindo, a despeito da proibição expressa da Lei Ordinária 8.154/03, Artigo 1º § 1º, os conselheiros, além de “facilitar” para que cargos comissionados, possuidores de informações privilegiadas e com status de organizadores da própria Conferência fossem eleitos, representando a sociedade civil.
Afinal, o que pretende o MINC ao promover as Conferências de Cultura e sugerir que sejam instalados os Conselhos de Cultura? Supostamente a democratização da cultura e a participação da sociedade civil nas instâncias de decisão e de discussão de políticas públicas. Entretanto, no caso de Goiânia, considerando os antecedentes, invés de pagar um facilitador, o MINC deveria contratar um observador. E que poderia ser até mesmo o juiz aposentado Eduardo Siade. Alguém com maturidade e conhecimento de políticas públicas, e que facilmente verificaria o espetáculo burlesco oferecido à sociedade pela SECULT na realização da 7ª Conferência Municipal de Cultura.
Como pode ter validade uma Conferência Municipal de Cultura, que estabelece o palco das suas discussões, locais distantes um do outro geograficamente e estrategicamente, com muitos estudantes para fazer volume e garantir um maior número de delegados junto a Conferência Estadual, que proíbe de modo abusivo e ilegal, a participação das entidades legitimas no processo de indicação e votação na lista tríplice?
Para ler a lei na íntegra use o link abaixo
http://www.goiania.go.gov.br/sistemas/sileg/asp/sileg01020r0.asp?tipo=0&buscaTextual=sim&strBusca=8154
Para ler o decreto na íntegra use o link abaixo http://docs.google.com/Doc?id=dddcwv6f_208n9p2j
Para saber mais sobre o assunto visite http://entreatos.blogspot.com/search/label/confer%C3%AAncia
Se sentiu enganado? Reclama no PROCON!
domingo, novembro 01, 2009
MUSEU DA CORRUPÇÃO
http://www.dcomercio.com.br/muco/home.htm
A corrupção como nunca se viu
O Diário do Comércio inaugura o Museu da Corrupção on-line, para dar aos seus leitores uma medida referencial do que acontece de vergonhoso nos bastidores de todas as esferas de poder.
Por Luiz Octavio de Lima
No dia em que se comemoram os 509 anos do descobrimento do Brasil e em que a farra das passagens aéreas no Congresso ganha as manchetes do noticiário, o Diário do Comércio inaugura o seu Museu da Corrupção on-line, um espaço de exibição e reflexão sobre os escândalos que marcaram a história do País. Num primeiro momento, o site vai tratar do período entre a década de 1970 e os dias atuais. A proposta, porém, é recuar década a década, século a século, até os tempos coloniais. Afinal, não seria exagero afirmar que a corrupção nasceu quase em seguida ao descobrimento.
Em meados do século XVI, na Bahia do primeiro governador-geral, Tomé de Souza, já se roubava muito, conforme atestam os relatos da época. O próprio Padre Antônio Vieira escreveu um sermão intitulado 'Sermão do Toma", no qual atacava as autoridades locais que desviavam verbas dos cofres públicos e "tomavam" propinas. No tempo de D. João VI, o tesoureiro Targini tinha fama de desonesto e de ter enriquecido no cargo. Dele disse o fundador do jornalismo brasileiro, Hipólito da Costa (1774-1823), que, "sem outros bens mais que o seu minguado salário, tornara-se tesoureiro-mor do Erário, fora elevado a Barão de São Lourenço, em 1811, e era agora um homem riquíssimo, enquanto o erário se achava pobre". E completou: "Se a habilidade de um indivíduo em aumentar suas riquezas fosse por si só bastante para qualificar alguém a ser administrador das finanças de um reino, sem dúvida Targini devia reputar-se um excelente financista". Temos, portanto, longa tradição neste ramo, e dedicar um "espaço cultural" ao vasto acervo existente sobre o tema é uma iniciativa que já chega com atraso.
Pensado como um trabalho em permanente construção, o Museu da Corrupção on-line, cuja pesquisa inicial é da jornalista Kássia Caldeira, dará destaque, em sua versão inaugural, aos 15 episódios mais rumorosos dos últimos anos no País. Entre eles, a Operação Satiagraha, a Máfia das Sanguessugas, o Escândalo do Mensalão, o caso do TRT de São Paulo (do juiz Nicolau "Lalau" dos Santos Neto), a Operação Anaconda e o incidente dos dólares na cueca. A cada um será destinada uma "sala" com um relato, imagens e uma lista de reportagens que mostram a repercussão na grande imprensa.
O usuário do site do DC poderá encontrar na área a relação completa dos escândalos ocorridos desde o início da década de 1970 e de grande parte das operações realizadas pela Polícia Federal no período.
Haverá uma seção com sugestões de links sobre o tema da corrupção e outra com publicações recomendadas sobre o assunto. Nos próximos meses, serão agregadas uma "sala" de charges, uma linha do tempo ilustrada e destaque para o escândalo do momento.
O tour pelo Museu termina na lojinha da "instituição", onde o visitante encontrará lembranças como camisetas, algemas, aparelhos de escuta, malas pretas e até propinas virtuais.
Está em estudo a criação de um Wiki por meio do qual os leitores poderão enviar informações e contribuições. Desde já, no entanto, eles poderão comentar o conteúdo pelo endereço museu@dcomercio.com.br
Fonte: Museu da Corrupção.
domingo, outubro 18, 2009
Dona Joana: Por quem os sinos dobram
E que vivam sempre as Donas Joanas!
Leiam a entrevista, quem sabe, ainda seja possível ver esse Brasil da Dona Joana? Do Lula. Como diz ela, aquilo que é escrito na alma da criança fica para sempre .
Amei.
crédito foto: Em foto de Ricardo Stuckert, Lula abraça Joana Camandaroba depois de receber o livro "Barra, um retrato do Brasil"
Bob Fernandes
De Barra (BA)
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4044902-EI11354,00-Dona+Joana+Por+quem+os+sinos+dobram.html
Joana Camandaroba tem, segundo suas próprias palavras no instante desta conversa, "noventa e cinco anos, três meses, vinte dias e vinte horas". Ela é a matriarca da Barra, cidade fundada em 1752. O presidente da República visitou Barra em seu giro de três dias pelas obras de Transposição e Revitalização do Rio São Francisco, expedição esta, a da "Coluna Lula", que se encerra nesta sexta-feira.
Lula arrastou consigo quatro ministros, três presidenciáveis, oito governadores, numa viagem que mobilizou dois aviões da FAB, três helicópteros e mais de 150 funcionários federais.
A história do encontro de Joana e Lula é exemplar sobre os meandros da política à brasileira. Do começo ao fim. Dos silêncios às badaladas do sino da igreja da matriz em Barra.
João Leão, do PP, é secretário de Infraestrutura do governo da Bahia. Artur da Silva, o prefeito de Barra, também do PP. Adversário do PT na cidade, aliado no estado e no governo Lula.
Leão tenta fazer Joana Camandaroba passar pela segurança presidencial. Mas, junto, tenta enfiar o motorista, um amigo, e mais alguns. Joana é barrada. Jonas Paulo, presidente do PT, ex-diretor nacional e superintendente regional da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco. Jonas, também da vizinha Ibotirama, entra em cena.
Jonas e Joana estancam diante da segurança:
-... Ela quer entregar um livro escrito por ela para o presidente Lula...
- Mas por que pessoalmente?
- Ela foi professora da cidade inteira, já recebeu em sua casa candidatos a governador, a presidente da República... Joana Camandaroba é a matriarca da Barra.
- Então pode entrar.
Joana Camandaroba abraça Lula, a ele entrega o livro, "Barra, um retrato do Brasil", escrito por ela e pelo padre Arlindo Itacir Battistel. Barra, a diocese onde é bispo Dom Luiz Cappio, o religioso que chegou à greve de fome contra a Transposição do rio São Francisco. O que Joana Camandaroba e Lula conversaram, o que ela viu e ouviu, o que se passou em Barra nesta tarde de 39 graus, ela conta a seguir.
Terra Magazine - Que idade tem a senhora?
Joana Camandaroba - Tenho noventa e cinco anos, três meses, vinte dias e, neste momento, vinte horas, meu filho.
Que livro a senhora entregou ao presidente Lula?
Um dos quatro que escrevi, este com o padre Arlindo Itacir Batistel, é o "Barra, um retrato do Brasil".
Sobre o que é o livro?
Sobre a língua falada pelo Brasil, a língua do povo da Barra, a antropologia do povo, dos brejos, usos e costumes da região...
A senhora é escritora?
Fui professora por 40 anos. Parei de ensinar aos 80 e aí me deu um vazio. Preenchi com a literatura.
A senhora foi professora do quê?
De português, história... de quase tudo.
Aqui em Barra?
Ô meu filho, na Barra, em Formosa, em Santa Rita de Cásia, em Pilão Arcado, em Barreiras...
A senhora sabe quanto alunos teve?
Sei.
Quantos?
Todos da cidade, quase todos da região. Ensinei a todos. Ensinei tanto que não tive tempo para o amor, para namorar.
O que a senhora disse para o presidente Lula?
Pedi a ele que lesse a página 105.
Por quê?
Porque tem um texto belíssimo sobre a língua portuguesa, o português do povo. Língua que a gente esquece, a família e o povo esquecem.
E por que esse livro e para o Lula?
Porque ele é amigo do povo, se sente do povo e o povo se vê nele. Ouvi o discurso do presente, estava lá, senti isso nele, nos olhos dele, e nos olhos do povo.
O que a senhora ouviu no discurso dele?
Ouvir o discurso dele foi ouvir o discurso do povo. É a mesma coisa.
A senhora foi professora por 40 anos e defende o uso correto da língua. Ainda que se possa discutir essa questão da "correção", o próprio presidente cansa de se referir publicamente a erros que cometia e ainda comete ao falar...
Não é responsabilidade dele...
Por que não?
Aquilo que se escreve na alma de uma criança nunca mais se apaga.
E...?
...o Lula presidente ainda fala como escreveram na alma dele quando criança e por isso mesmo muito ainda não se apagou...
E que língua do povo é essa?
A língua de todos os tempos, a dos vaqueiros, a dos brejos, a das periferias das grandes e pequenas cidades, a língua dos brasileiros, do povo. O meu livro fala disso, fala disso, fala até do transporte de padiola.
Como?
Meu filho, até os carros chegarem aqui os doentes eram transportados em padiolas. Eram quinze, vinte léguas a pé até as cidades. Escrevi o livro com padre que é lá do sul, é filho de italianos e por isso não domina, mas ama, nossa língua. Escrevemos juntos.
E fala sobre mais o quê?
Dos nossos costumes, tradições, transportes, princípios, casamentos, homens, mulheres...
O que o presidente disse para a senhora?
Que eu sou a noiva dele que tem cem anos...
A senhora tem filhos?
Não fui casada, meu filho. Não tive tempo para o amor, para namorar. Passei minha vida, 40 anos dela, a ensinar as pessoas. Isso também é amar, embora de outra forma. Dediquei minha vida à educação e, depois que terminou, minha vida ficou vazia. Aí veio a literatura, escrever prencheu esse vazio.
E qual o outro livro?
É o "caminho do Cristianismo". Desde Roma, das catacumbas, sobre todos os papas, o Concílio Vaticano II e João XXIII, João Paulo II, tem até um pouquinho sobre esse Papa de agora. E tem também a história de Dom Luiz Cappio, o nosso bispo.
Como e quando começa essa história?
Dom Luiz chegou aqui no dia 20 de setembro de 1974. Ele e mais três frades. Veio da Vila Guilherme, lá em São Paulo, e quando chegou nós até pensamos que ele fosse Lamarca, que mataram aqui perto. Tinha gente que até pensava que era o Lamarca vivo de novo, e vestido de frade.
E vocês sabiam quem era Lamarca?
Ô meu fillho, eu sabia! Mas o povo hoje também sabe que ele foi um mártir, foi morto pelo exército no mato, homem de grande coragem. Lamarca foi um mártir do povo e por isso estará no santuário que Dom Luiz Cappio vai fazer.
Que santuário é esse?
Um santuário com os mártires do povo. Lamarca, um José de tal que morreu lá em Barreiras.
Sim, mas e o capítulo do livro sobre Dom Luiz Cappio?
A irmã dele, de São Paulo, me deu muito sobre a história dele. Quando chegou aqui ele dormia no chão. A mãe mandava roupas que comprava na Itália e ele dava tudo para o povo. O bispo é um homem muito firme. Quando ele decide uma coisa não tem mãe, pai, Cardeal, nem o Papa consegue fazer ele desistir. Eu sou muito amiga do bispo, ele é um homem de grande valor, muito próximo do povo.
Noto aí uma contradição. A senhora escreveu sobre o bispo, é amiga e admiradora dele, mas foi à recepção ao presidente Lula, abraçou-o, deu a ele um livro....
Fui, e ainda fui muito bem arrumada.
Foi? Como?
De vestido amarelo, com muita jóia. Brincos de ouro, anel de brilhante, uma pulseira de ouro branco, um medalhão com uma efígie de um dos reis da Inglaterra, coisa muito antiga, comprei em uma viagem a Portugal. Tenho e coleciono coisas antigas, vou doar para que se faça um museu na Barra.
A senhora tem muita coisa boa?
Muita história. Tenho duas arcas, cheias, que pertenceram às irmãs de João Maurício Vanderlei, o Barão de Cotegipe, a segunda figura do Segundo Império. Ele foi a favor das Leis do Ventre Livre, do Sexagenário, mas foi contra a Lei Áurea...
Por qual razão?
Ele disse à Princesa Isabel: "O Brasil não tem condições econômicas de suportar o fim da escravidão, a senhora libertará uma raça, mas perderá um trono". E a princesa respondeu: "Quantos tronos eu tivesse para dar pela liberdade humana eu daria".
Onde a senhora aprendeu isso?
Não aprendi, eu ensinei, por 40 anos. Está na história, nos livros.
A senhora se considera de que raça?
Eu sou mulata não, eu sou negra.
Dona Joana, o Bispo chegou à greve de fome contra a Transposição do São Francisco. Então, como é que senhora foi lá receber a comitiva? E o bispo, onde estava?
Fui, e muito arrumada, porque Lula merece. Já recebi muitos candidatos a governador em minha casa, até a presidente da República, mas Lula é o primeiro presidente, o primeiro Chefe de Estado que vem a Barra. E olha que Barra é muito antiga...
Quem foi o candidato a presidente que esteve em sua casa?
Jânio Quadros. Se hospedou aqui em casa. Meu irmão, que é médico, aposentado, trabalhou e dirigiu coisas importantes por muitos anos no Hospital das Clínicas, tinha um uísque muito bom. Jânio bebeu quase tudo...
E aí, o que aconteceu?
Saiu zonzo daqui de casa dizendo "Até o Planalto". E ele foi para o Planalto mesmo, mas depois fez aquela bagunça lá e nos deixou a todos na mão...
Deve ter tomado umas garrafas...
Olha, meu filho, acho que foi isso mesmo.
ACM esteve aqui?
Esteve. Ele era inimigo, adversário, mas ficou amigo depois que trouxe pra ele um remédio.
Que remédio?
Golbery, o general Golbery, me deu um remédio e pediu que eu mandasse pra Antônio Carlos quando chegase à Bahia. Fiz isso...
Remédio pra quê? E onde a senhora encontrou Golbery?
Pra uma dor que ele tinha na garganta e não sarava. Acho que foi de tanto gritar quando ele foi nomeado. Fui a Brasília pedir dinheiro para que as escolas não fechassem, fui ao Congresso, e depois encontrei Golbery que me pediu para entregar o remédio. Antônio Carlos tinha seus defeitos, nós sabemos, mas tinha uma grande qualidade, a gratidão.
Então a senhora foi ter com Lula porque gosta dele e...
Eu gosto e o povo gosta.
E Dom Luiz Cappio?
Não sei, pergunte a ele. Mas sei que ele me disse que agora não é mais Lula, é Luiz Inácio. Mas acho que ele ainda deve gostar.
Estão dizendo que tiraram a rádio comunitária da igreja do ar para que não se fizesse críticas ao presidente...
Não é isso não, é o contrário. E antes deixa eu te dizer uma coisa: Dom Benjamim Capelli tem oitenta e tantos anos. É um homem muito bom, quase um santo. Cuida da saúde do povo, cuidou sempre dos leprosos, já nem tem mais leprosos aqui na Barra. E ele foi ao aeroporto receber Lula, abraçou Lula, de quem ele gosta muito.
E como foi no aeroporto? Não estávamos lá.
Tinha duas, três mil pessoas, Lula quebrou o protocolo, falou e abraçou um bocado de gente do povo.
Mas e a história da rádio...?
Meu filho, o problema não é o Lula, que é amado pelo povo, nem o governador...
O Jaques Wagner?
Isso, ele é bem bonitão, sabe? É simpático, o povo gosta muito dele também. Acho que até porque sabe que ele também gosta de uma pingazinha, como o povo também gosta...
...se o problema não é Lula, se não é o Jaques Wagner, então qual é o problema?
O problema aqui, meu filho, é o Geddel.
O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima? Mas por que ele é o problema se as decisões sobre o rio são tomadas acima dele?
Sim, mas ele se dizia contra a Transposição... aí arranjou esse emprego bom e ficou a favor. Mas isso não foi o pior, não...
O que foi, então?
Ele foi muito deselegante com o bispo, e o povo gosta do bispo. Ele foi mal comportado, não é flor que se cheire. Ou, como diz o povo daqui, Geddel não é boa abelha, não!
Mas, apesar disso tudo, a senhora foi ao Lula, deu um livro de presente a ele, o bispo ficou em silêncio e a rádio da igreja também.
Quem foi que disse que o bispo ficou em silêncio?
Ninguém ouviu uma palavra dele, tiraram a rádio do ar, dizem que foi o governo, ele nem ficou na cidade, não protestou...
...(Gargalhadas) Meu filho, quem tirou a rádio do ar, rádio que é da igreja, foi o bispo mesmo, para não ter que falar da festa. E o bispo falou o dia inteiro, a cidade inteira ouviu, de tempos em tempos, o dia todo...
Mas falou onde?
Falou com os sinos da igreja...
Como?
Falou com os sinos, eles tocaram o dia todinho.
A senhora me explica melhor, por favor, Dona Joana?
Meu filho, os sinos tocaram, dobraram o dia inteiro...
Dobraram o quê?
(Gargalhadas) ...Dobraram a Finados. Teve festa pro Lula, pro governador, mas os sinos daqui da Barra dobraram a Finados o dia inteiro. Para o Geddel.
Fonte: Terra Magazine
sexta-feira, outubro 16, 2009
CONSELHO MUNICIPAL DE CULTURA 3
Nem é preciso comentar o resultado final, basta ler a lista atentamente, e nas entrelinhas verificar as relações de parentesco, de compadrio e de amor fraterno entre as partes.
Entidades indicam listas tríplices para o Conselho Municipal de Cultura
No encerramento da Conferência Municipal de Cultura de Goiânia, na quarta-feira à tarde, representantes da classe artística da cidade indicaram seus representantes em lista tríplice que vai agora ao prefeito Iris Rezende para a nomeação do Conselho Municipal de Cultura. O conselho, que tem a função consultiva nas políticas culturais da cidade, é composto por 14 membros, sendo sete indicados por entidades do setor e a outra metade pelo próprio Executivo. A posse do novo conselho está prevista para janeiro de 2010 e não há data definida para a nomeação.
Distribuídos por sete áreas, a lista contempla os três mais votados e foi apontada por 23 entidades culturais cadastradas na Secretaria Municipal de Cultura (Secult). A expectativa dos militantes da área artística é de que o prefeito nomeie os mais votados (confira lista ao lado). O prefeito Iris Rezende costuma ouvir o titular da pasta, Kleber Adorno, nas questões da área, mas, ao final da votação, Adorno disse ao POPULAR que não vai “influir na escolha dos novos integrantes do conselho”. “A escolha ficou muito boa, acho que qualquer desses que for escolhido pelo prefeito estará bem escolhido, não vou orientar essa indicação. Meu desejo é apenas encaminhar a lista ao prefeito”, afirmou o secretário. No caso de empate na votação, o critério de desempate é a idade maior dos indicados, mesmo critério previsto pelo Ministério da Cultura (MinC) para a indicação de delegados nas conferências municipais e estaduais (visando à conferência nacional, em março de 2010).
Nos bastidores da votação, representantes de entidades culturais lamentavam o que consideraram “uma derrota das entidades”. “Não conseguimos articular uma lista comum e representativa das entidades”, disse um dos participantes do processo. Um dos motivos dessa “derrota” das entidades na votação, segundo eles, foi a desclassificação de dez instituições do processo eleitoral por falta de documentação. (Edson Wander)
Os indicados
Confira os mais votados ao Conselho Municipal de Cultura
ARTES PLÁSTICAS/VISUAIS
Maria Filomena G. Gouveia – 7 votos
Angelos Ktenas – 6 votos
Nelson Santos – 5 votos
LITERATURA/BIBLIOTECA
Brasigóis Felício Carneiro – 9 votos - funcionário da SECULT
Albertina Vicentini – 7 votos
José Ubirajara Galli Vieira – 6 votos - cargo comissionado SECULT
HUMANIDADES/ABRANGÊNCIA CULTURAL
Valdir Mendonça Alves – 7 votos
Heloisa Selma Fernandes Capel – 6 votos
Décio Coutinho – 6 votos
MÚSICA
Márcio Mário da Paixão Júnior – 9 votos
Bel Maia – 7 votos
Glacy Antunes – 5 votos
ARTES CÊNICAS
Miguel Jorge – 9 votos
Constantino Isidoro – 7 votos
Marley de Freitas – 2 votos
CINEMA, ÁUDIO E VÍDEO
Marley Regina Costa Leite – 11 votos - cargo comissionado SECULT
Amarildo Pessoa – 6 votos -
Miguel Jorge – 2 votos
TERCEIRO SETOR DE AÇÃO AMPLA E INSTITUIÇÕES CULTURAIS
Leo Pereira – 8 votos
Reginaldo Aires da Silva - 8 votos
Aidenor Aires – 5 votos
Fonte: Jornal O POPULAR 16/10/09 - CADERNO MAGAZINE
Aproveitem para ler o jornal na internet, depois de uma invasão, segundo nota na primeira página do jornal, "ações mal intencionadas de terceiros, que podem ter causado vulnerabilidades nos computadores dos usuários", está liberado para leitura.
quinta-feira, outubro 15, 2009
CONSELHO MUNICIPAL DE CULTURA 2
A lista tríplice serve, de acordo com o texto da reportagem para que o prefeito escolha os 07 representantes da sociedade civil. É evidente que o prefeito não irá escolher nome nenhum, e já receberá os nomes, escolhidos a dedo, tanto dos representantes da sociedade civil quanto daqueles que representarão o poder público.
Poderia então alguém explicar a composição da lista tríplice? O nome mais votado, segundo a reportagem é de Marley Costa Leite, jornalista e cargo comissionado da própria SECULT, e dá o que pensar, quem será votou para que viesse a representar o setor de cinema e vídeo? Com certeza não foi nenhuma entidade ligada ao setor. O segundo mais votado é o Brasigois Felício, velho conhecido da Prefeitura, servidor que deve estar à beira da aposentadoria, ou da fantasmagoria?
No texto da reportagem, marcados em vermelho, só para facilitar a compreensão, todos os nomes daqueles que JÁ POSSUEM vínculos empregatícios com a Prefeitura de Goiânia, e certamente não deveriam constar da lista, representando a sociedade civil, e se por acaso, esquecer alguém, avisem!
Não sei quem foi que disse que "mudar tudo é fazer com que tudo fique como estava antes."
DIVULGADA LISTA TRÍPLICE PARA O CONSELHO MUNICIPAL DE CULTURA
14/10/2009 - 18:16h
Nesta quarta-feira, 14, diversas entidades culturais de Goiânia se reuniram na sede da Secretaria Municipal de Cultura para indicar 21 nomes que compõem a Lista Tríplice para o Conselho Municipal de Cultura de Goiânia. O Prefeito Iris Rezende escolherá 7 nomes desta lista para participarem do Conselho com mandato que iniciará a partir de 2010. A votação encerrou a 7a Conferência Municipal de Cultura.
Entre os candidatos estavam artistas, músicos, poetas, atores, jornalistas e produtores. Ao todo, participaram do processo 23 instituições culturais cadastradas pela Secult e cada uma pôde indicar até sete nomes, um para cada câmara.
O nome mais votado foi da jornalista Marley Costa Leite, para o setor de Cinema, Áudio e Vídeo que obteve 11 votos. Em seguida, com nove votos, foram indicados o jornalista Brasigóis Felício, para a câmara de Literatura/Biblioteca, o músico Márcio Mário da Paixão Júnior, para Música e o escritor Miguel Jorge, para Artes Cênicas.
Foram eleitos para a Lista Tríplice:
Artes Plásticas/Visuais: Maria Filomena G. Gouveia, Angelos Ktenas e Nelson Santos. Literatura/Biblioteca: Brasigóis Felício Carneiro, Albertina Vicentini e José Ubirajara Galli Vieira.
Humanidade /Abrangência Cultural: Valdir Mendonça Alves, Heloisa Selma Fernandes Capel e Décio Coutinho.
Música: Márcio Mário da Paixão Júnior, Bel Maia e Glacy Antunes.
Artes Cênicas: Miguel Jorge, Constantino Isidoro Filho e Marley de Freitas.
Cinema, Áudio e Vídeo: Marley Regina Costa Leite, Amarildo Pessoa e Miguel Jorge.
3º Setor de Ação Ampla e Instituições Culturais: Reginaldo Aires da Silva, Leio Pereira e Aidenor Aires.
Entidades
As 23 entidades certificadas que indicaram os nomes foram: Cia Teatral sem Nome, Grupo de Teatro Arte e Fogo, Associação Cultural Lua Ala, Associação Filantrópica Semente da Vida, Uni-Ampex – Uni-Anhanguera Negócios Pesquisa de Extensão, Sociedade Goiana de Cultura, Associação da Luz, Liga dos Amigos do Jardim Guanabara –Casa de Cultura Oficina3, Ação Brasil Central, Circo Laheto, Anthropos Companhia de Arte, Associação Brasileira de Festivais Independentes, Associação Casa Cultura Antônia Ferreira de Souza, Teatro Exercício Produções Artísticas, Centro Cultural Eldorado dos Carajás, Federação de Teatro de Goiás –FETEG, Crimeia Residência Comunitária, União Brasileira doe Escritores – Seção Goiás, Instituto Cultural Mendonça Teles, Academia Goiana de Letras, Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, AFLAG, Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, e Comitê de Democratização da Informática de Goiás – CDI GO.
Reportagem: Nádia Timm
Fonte: http://www.goiania.go.gov.br/sistemas/snger/asp/snger01010r1.asp?varDt_Noticia=14/10/2009&varHr_Noticia=18:16
quarta-feira, outubro 14, 2009
FRAUDE NA SECULT 2
Chefe de gabinete nega envolvimento em fraude
Agência Estado
O chefe do Gabinete de Expediente e Despachos, Jairo da Cunha Bastos, disse ontem não ter envolvimento com a fraude da folha de pagamento da Prefeitura de Goiânia. Funcionários efetivos estariam usando a ficha funcional de comissionados que deixaram o cargo para continuar recebendo seus salários. O grupo direcionava o salário dos exonerados para outra conta bancária.
Bastos procurou o HOJE para responder à declaração de um servidor da Prefeitura, que não quis se identificar. Segundo esse funcionário, o pagamento de ex-comissionados estaria sendo direcionado a uma única conta, com a ajuda do Gabinete de Expediente e Despachos.
Bastos disse apenas que recebeu a denúncia em abril de 2008 e repassou ao secretário Municipal de Administração e Recursos Humanos (Smarh), Jorge Pinheiro, e ao então auditor-geral José Marcos Pereira. “Foi uma correspondência endereçada a mim. Achei por bem vasculhar o sistema e detectei irregularidades”, explicou.
Jairo Bastos disse que seu departamento não tem relação com a folha de pagamento, sob responsabilidade da Smarh. “Essa fonte está sendo maldosa, porque o gabinete não tem participação no processo.” Ainda segundo Bastos, sua participação foi de apenas encaminhar a denúncia e o resultado da sindicância, que chegou a suas mãos no fim de 2008.
De acordo com Bastos, em decorrência do inquérito, foram demitidos quatro funcionários efetivos, e os comissionados indiciados não tiveram o contrato renovado. Informou ainda que há dois processos em andamento investigando mais servidores. O chefe do Gabinete esclareceu que o pagamento dos ex-comissionados seria direcionado a mais de uma conta e que pelo menos oito pessoas, entre comissionados e efetivos, manipulavam a folha de pagamento, mas foram afastadas. Outros 35 ex-servidores tiveram os nomes utilizados na fraude sem saber da trapaça.
Jairo Bastos lembrou que a correspondência foi escrita por uma ex-funcionária da Comurg, mas que continuava ativa no órgão. Ela foi demitida em 31 de dezembro de 2004, último ano de gestão de Pedro Wilson (PT), disse ele, revelando que a fraude existe desde gestões anteriores. De acordo com o chefe de Gabinete, ora ela estava ativa na folha, ora não. “Eles ativavam e inativavam o nome dela, como se ocupasse um cargo comissionado”, revelou.
Segundo Jairo Bastos, essa é uma das formas de fraude utilizadas no esquema, a de falsificação de decreto. Na outra forma, o funcionário efetivo se licenciava e o manipulador da folha não dava baixa, apenas desviava os valores para outras contas.
Fonte: http://www.hojenoticia.com.br/editoria_materia.php?id=27125
segunda-feira, outubro 12, 2009
CONSELHO MUNICIPAL DE CULTURA 1
As entidades culturais cadastradas pela Secretaria Municipal de Cultura (Secult) apresentaram suas sugestões de candidatos ao próximo mandato do Conselho Municipal de Cultura, a partir de 2010. Ao todo, participaram do processo 23 instituições culturais. Cada uma propôs três indicações para serem submetidas à plenária que será realizada na quarta, na sede da Secult, no encerramento da 7ª Conferência Municipal de Cultura de Goiânia. O conselho é o responsável pela seleção de projetos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura e pode contribuir com sugestões na gestão da política pública cultural municipal.
Os indicados pelas entidades culturais estão concorrendo à lista tríplice, que será composta por 21 representantes. Os integrantes para o Conselho Municipal de Cultura serão escolhidos pelo prefeito Iris Rezende. A entidade terá representantes das áreas de Artes Plásticas/Visuais; Literatura/Biblioteca; Humanidade/Abrangência Cultura; Música; Artes Cênicas e Cinema, Aúdio e Vídeo. O segmento 3º Setor de Ação Ampla e Instituições Culturais também será contemplado no conselho (confira no quadro os indicados).
Artes Plásticas/Visuais: Angelos Ktenas, Maria Filomena G. Gouveia, Claudomilson Fernandes Braga, Nelson Santos, Amaury Menezes, Antônio Rodrigues da Mata Neto, Marcilon Almeida Melo e Sanatan.
¤ Literatura/Biblioteca: José Ubirajara Galli Vieira, Albertina Vicentini Assumpção, Antônio Leão Teixeira Júnior, Maria Luiza Ribeiro Neves, Brasigóis Felício Carneiro, Pablo Kossa e Itamar Pires.
¤ Humanidade/Abrangência Cultural: Valdir Mendonça Alves, Virgílio Alencar, Heloisa Selma Fernandes Capel, Sônia França, Maria Heloisa Ribeiro Nunes e Décio Coutinho.
Música: Glacy Antunes, Verônica Aldé, Bel Maia, Eduardo Meirinhos, Pádua, Jarbas Cavendish, Leonardo de Oliveira Teixeira, Consuelo Quirese Rosa, Márcio Mário da Paixão Júnior e Du Oliveira.
¤ Artes Cênicas: Miguel Jorge, Samuel Baldani, Marley de Freitas, Norval Berbari, Fernanda Fernandes, Marcos Fayad, Eduardo de Souza, Constantino Isidoro Filho e Marcus Fidélis.
¤ Cinema, Áudio e Vídeo: Miguel Jorge, Débora Torres, Amarildo Pessoa, Douglas Antônio Rocha Pinheiro, Vilmar Ferraz, Marley Regina Costa Leite, Nelson Silva Santos, Antônio Segatti, Carlos Cipriano e Vera Cortez.
¤ 3º Setor de Ação Ampla e Instituições Culturais: Aidenor Aires, Levy Silvério da Silva Júnior, Pedro Nicomedes de Rezende, Jaqueline Vieira, Heloisa Helena de Campos Borges, Valdir Mendonça Alves, Márcia Ferreira, Maria Cristina Magalhães, Leo Pereira, Aluísio Francisco Arruda e Reginaldo Aires da Silva.
FONTE: O POPULAR, 12/10/09.
Em vermelho a aposta que no final tudo ficará como dantes no quartel de Abrantes!
domingo, outubro 11, 2009
A “BOA” VIDA DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
http://amigosdemuseu.blogspot.com/2009/10/fraude-na-secult.html
leiam abaixo o artigo da Adrienne, 45 anos, pedagoga, servidora efetiva da Prefeitura de Goiânia.
A “BOA” VIDA DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
“Eu insisto em cantar/Diferente do que ouví/Seja como for recomeçar/Nada há/mas há de vir/Me disseram que sonhar/Era ingênuo/E daí?/ Nossa geração não quer sonhar/Pois sonhe a que há de vir.../
(Osvaldo Montenegro)
Pode ser que ao iniciar este texto com esta parte da canção, já não fosse necessário discorrer sobre o tema pensado, pois que para muitos estaria entendida toda a essência.
Entretanto, sinto o acelerar de meu coração a me impelir ao ato de escrever. Tão somente me rendo a este momento, esperando que, quem sabe, ao dividir com os leitores esta história, consiga me refazer. Peço licença a alguns grandes e nobres articulistas para, com toda humildade e, ao mesmo tempo, atrevimento, escrever com pensamento muito simples. Escreverei com o meu coração, com minha alma, que é o que sei fazer, e eles, geralmente, não se apegam as regras gramaticais, não conseguem entrar em uma fôrma. Explicações feitas e desculpas pedidas antecipadamente, então, vamos ao que é mais importante.
Tenho 45 anos; em agosto próximo completo 46. Não sei bem o porquê, mas me agrada e tenho orgulho de falar minha idade. Talvez seja pela pretensão de parecer experiente, vivida. Sei lá. O fato é que em outros tempos passados, saber que uma pessoa era funcionário público significava saber que esta pessoa era alguém importante, responsável, honesto, que estava ali para servir ao povo, da melhor forma possível, além, é claro, de servir ao seu Município, Estado ou País. O funcionário público gozava de um respeito imenso, de status até (também era assim com os professores). Não que tudo ou todos fossem perfeitos, claro que não. Problemas sempre existiram, como bem sabemos.
Cresci ouvindo sobre o status que essas pessoas tinham e dos benefícios que recebiam. A vida de um funcionário público seria “muito boa”, “muito fácil” estabilidade, “bons salários”, “pouco” trabalho, boa aposentadoria, entre outras benesses. Se havia verdade nisto, não sei. O que sei é que este pensamento atravessou o tempo e, ainda hoje, vigora. Vale ressaltar que, vez por outra, (embora raríssimas), alguém reclamava do mal atendimento, da demora nas respostas e soluções dos problemas, da burocracia que dominava o sistema. Contudo, o serviço público continuava sendo o sonho e o alvo de muita gente. Eh, eu sei! Isto também continua prevalecendo no pensamento das pessoas.
Do lado de cá dos balcões, como cidadã, concordava com muita coisa que diziam; inúmeras vezes me senti indignada com os acontecimentos, sobretudo, a parte que se refere ao mal atendimento ao cidadão pelos funcionários públicos.
Mas o tempo passou e, mesmo que não tenha sido por escolha própria (digo isso por ter sido sugestão e incentivo de outra pessoa) participei do concurso público municipal e em setembro de 2002 “tomei posse” do que “conquistara”: Tornei-me uma funcionária pública efetiva, porque antes já trabalhava através de contrato especial. Até então, onde estava era muito bom trabalhar, entrei em uma gestão, passei pelas eleições e cai em uma outra, esta que conseguiu se re-eleger. Aqui, abro um parêntese para explicar que jamais faço política partidária (deve ter gente enjoada de tanto ouvir esta fala). Tem nada não. É sempre bom repetir determinadas coisas para que não paire dúvida alguma sobre minha intenção. Inicialmente, optei por não ficar na mesma escola todos os anos, bem como a trabalhar em duas diferentes nos períodos matutino e vespertino. Isso porque queria conhecer a dinâmica de lugares, pessoas e, conseqüentemente, trabalhos diferentes (amo isso) ainda que, teoricamente, a base fosse a mesma. Além disso, tem o fato de minha característica, meu perfil não ser de ficar presa, estacionada em um local todo o tempo; para mim, é estagnação. Gosto de movimento, do trabalho que não seja feito apenas dentro de uma sala, sentada atrás de uma mesa. Uma grande parte de meus colegas vêem isso como algo ruim, prejudicial para a minha “carreira e histórico” no serviço público. Pensam, como já me disseram, que deveria ficar em um mesmo lugar “para sempre” (credo!). Essa não seria eu. Não mesmo. E houve até quem quisesse me condenar por preferir mudar todo ano de escola, sem aceitar que sempre fora opção minha, acostumada a estar mumificada (com todo respeito). Gosto, e muito, de trabalhar e estudar entre outras coisas na vida. E no que se refere ao trabalho procuro fazer tudo da melhor maneira, ou seja, prestar um bom serviço às pessoas, bem como para a empresa, seja ela pública ou privada. Sempre foi assim. E comecei aos 12 anos no escritório de meu pai (Chamo a atenção aqui para minha idade e, vejam, estou viva e, graças a Deus e aos meus pais, sou responsável).
Durante todo o tempo em que trabalhei para empresas privadas, sempre procurei melhorar meu desempenho, fazer cursos técnicos; e havia de certa forma, incentivo para isso, valorizava-se a pessoa que buscasse aprender mais, que se capacitasse mais; havia reconhecimento (ainda que tímido) na maioria das vezes. Também as exigências eram grandes e esperava-se que o funcionário desempenhasse, no mínimo, sua função para a qual fora contratado e era pago. Hoje, não é diferente quanto as exigências.
Para meu espanto, no serviço público (no meu caso, o municipal) é tudo bem diferente. Ai daquele que “teima” em trabalhar direito. A máxima é dizer “sim para todos” os “chefes” (que são muitos, muitos mesmo) e não se pode pensar, raciocinar, questionar. Do contrário, corre-se o risco de ser “devolvido” como adoram dizer e fazer, sem a menor cerimônia, sem se importarem que estão lidando com seres humanos (como se fosse uma mercadoria estragada). Te jogam para lá, para cá, para cima, para baixo sem nenhum pudor, nenhum respeito, como a um objeto qualquer, mesmo que a Lei (ah, as Leis!!) condene tais atitudes. É bom ressaltar aqui que já não interessa a eles sua opção. Se se sentem incomodados e/ou ameaçados de alguma forma, te põem para fora do lugar como se você nada fosse ou significasse. Não sei quantos de meus colegas conhecem o Estatuto que diz que nenhum funcionário público pode ser “devolvido”, removido sem que haja motivo plausível e/ou consentimento do mesmo. Porém, é bom lembrar que estamos no Brasil, lugar onde as Leis são criadas para serem burladas, para protegerem os bandidos. Então, passa-se por cima destas Leis “inúteis” para se conseguir provar que são “chefes”, que têm poderes outorgados pela autoridade “maior” e “arrotam” isso o tempo todo para justificarem suas más ações.
Dói pensar que, depois de tanto estudar, participar de um concurso seletivo e passar, nenhum valor se tem, nenhum respeito. O funcionário público que não se envolve em questões políticas partidárias, não toma este ou aquele partido em relação a alguém, que apenas quer trabalhar honestamente, que não aceita propinas apesar das pressões recebidas, nem participa das inúmeras falcatruas e maracutaias (em algumas “pequeninas” somos forçados) desses “chefes”, “diretores” torna-se uma pedra no sapato deles, passível de todo tipo de perseguição, retaliação e ameaças.
E acreditem, para alcançarem seus maus intentos, os vários “chefes” são capazes de tudo: somem com relatórios feitos, folhas de ponto, te ligam e mandam outras pessoas ligarem para te aterrorizar, exigindo que você “arranje” atestado médico falso, para justificar faltas que você não tem. Difícil entender isso, não é mesmo? Quando aconteceu isto em 2006, não aceitei, é claro e, então, fabricaram um ofício dizendo que eu abandonara o trabalho por dois meses seguidos, sem justificativas. Se fosse verdade, não deveria eu ser chamada e recebido uma advertência? Não deveria ter sofrido um processo administrativo? Jamais procedi dessa forma, nem nos piores momentos de minha vida. A mentira, a falsidade, os interesses pessoais e a vaidade prevaleceram, tudo baseado nos benefícios mútuos.
Não posso deixar de mencionar a Junta Médica municipal onde, para a maioria, todos os funcionários que buscam este órgão são bandidos, mentirosos, culpados até que se prove o contrário (quando permitem). Será que o texto da Constituição está errado? Terei feito uma leitura equivocada sobre isto? Já nem sei... São tantas as Leis inúteis neste país. Na verdade, não sei o que é pior: se um país sem Leis ou se um país repleto delas, mas que não funcionam. Pelo menos, não para o cidadão trabalhador, cumpridor de suas obrigações.
E o que dizer sobre as famigeradas indicações políticas, que colocam em cargos de chefia, de “confiança” (e agora até entendo o porquê desta confiança) pessoas que, geralmente, nada têm a ver com o trabalho. Além de não conhecerem, desprezam todas as ações desenvolvidas e que dão certo; desfazem das pessoas do lugar, das crianças, dos adolescentes e suas famílias (ainda têm coragem de dizer que são “psicólogas”); oferecem “leite light desnatado” (sobrou o que, então?) e de origem duvidosa; “carunchos feijoados” (não é o contrário não) mandam bater no liquidificador para servir; carnes mal-cheirosas (estou sendo educada); leite azedo e tantas outras barbaridades. E quando alguém se levanta contra, são postas para fora do trabalho e ainda passa a receber xingamentos, ameaças, ofensas por e-mail e recados. Coisas que inicialmente são até engraçadas, mas que tomam proporções tais que é imperioso recorrer à polícia a fim de se ver livre e poder trabalhar em paz. E saibam que o que se ouve cotidianamente é que “fulano tem costas quentes”, que tal vereador ou que “grandes” pastores que ocupam cargos de assessores e outros (Pasmem! Um pastor! Agora isso virou moda, não é?) o colocou ali e que não há nada a fazer. E não adianta mesmo procurar por eles para conversar sobre o problema porque nada fazem, ainda que seu nome e título de “pastor” estejam em jogo. Mas o que é um nome ou um título diante de tanto poder na Terra, e benefícios, e status, concordam? Que importância deveria ter esses pobres mortais, “cidadãos comuns”, funcionariozinhos insignificantes, trabalhadores honestos, cumpridores de seus deveres, pais e mães de famílias, não é? Afinal, as eleições acontecem de 4 em 4 anos, apenas. Quem nos dera todo ano tivesse uma... Pelo menos, teríamos mais valor um número maior de vezes.
Alguns de vocês, leitores, poderiam se arriscar dizendo que há meios administrativos para se resolver todas estas questões mencionadas. Sinto decepcioná-los, mas não há, não de verdade. É pura perda de tempo e energia física e mental tentar buscar soluções administrativamente. Isso porque o corporativismo e os interesses particulares de um e outro imperam e tudo acaba perdido em uma gaveta qualquer, em uma sala qualquer, de um lugar qualquer, quando não, em um lixo qualquer. O máximo que se tem como resposta é: “...desculpe por alguma coisa, mas fulana (o) tem cargo de confiança e é nela (e) que tenho que acreditar...” Vergonha, humilhação, descaso, desprezo, prejuízos morais, financeiros é a parte que cabe aos funcionários públicos que se atrevem a questionar, trabalhar corretamente, buscar o que é seu direito dentro da Lei. A verdade jamais é aceita, acatada, admitida, ainda que caia como um raio sobre a cabeça deles, sim, porque acatá-la romperia com os pactos feitos entre eles de benefícios mútuos.
Como podem ver, amigos leitores, a vida de um funcionário público não é assim fácil como pensam a maioria. Pelo menos não para os sérios, os que se preocupam, de verdade, com seu trabalho, em servir bem as pessoas que pagam seus salários. Nosso verdadeiro patrão, empregador é o POVO; é para ele que trabalhamos e não para este ou aquele chefe, diretor, secretário, prefeito; menos ainda para um ou outro partido (que se fosse coisa boa seria inteiro); governos mudam de 4 em 4 anos (agora, até menos que isso, não é?). Não consigo entender o porquê dos (des)governantes agirem assim em relação aos funcionalismo público. Não deveria interessar a eles se somos ou não partidários; se concordamos ou não com tudo que fazem de certo ou errado (mais errado sempre). Eles deveriam se preocupar com o bom desenvolvimento do trabalho. Mas as vaidades são muitas, a ganância enorme, os conchavos maiores ainda, o interesse real pela coisa pública, ínfimo ou inexistente.
Há diretores que enchem o peito para dizerem por aí que “...a coisa pública não tem dono...é coisa de ninguém...” Não penso assim. Dono tem, pode não se importar com o que acontece, pelo menos não a ponto de tomá-la de volta. Outras pérolas do meio “...faça do serviço público um bico...eu faço assim...”; “...não invente nada novo, ninguém aqui quer mudança, deixe do jeito que está...”; “...ah, pra que tanta honestidade, meu Deus...”; estas duas próximas agora, caríssimos leitores, foram as piores (ou as melhores??) de todas que ouvi nestes últimos 4/5 anos, de duas “colegas”: “...mandou, eu obedeço, não questiono, não quero nem saber...”; “...me diga uma coisa, Adrienne, se você recebe uma ordem, e essa ordem vem de seu chefe, você não obedeceria?” Para esta eu respondi que não, pois que tinha cérebro para pensar. Aliás, cérebro pra que, não é? Pensar e assumir riscos e responsabilidades, para muitos, é trabalhoso, dói, os fazem enxergar o que não queriam. E é muitíssimo perigoso pensar...
E de março para cá tenho tentado conseguir fazer valer meu direito de trabalhar, já que não cometi nenhum crime sequer (cometi o erro de confiar e acreditar em duas “pessoas”) através de um mandado de segurança que nunca sai; tirando dinheiro, como dizia minha avó, “da boca” para pagar advogado e as custas do processo. Infelizmente, tenho visto e sentido estas coisas nesta atual gestão municipal, que tem fama de detestar funcionários públicos. Lembrei-me agora de uma citação feita por articulista de um jornal da cidade, de autoria de Jean Cocteau, que afirmava o seguinte: “As massas sempre pouparão a Barrabás.” É preciso dizer mais? Sei que não. Mas devo continuar para atingir, quem sabe, meu objetivo de, ao dividir com os leitores, obter a cura.
Digo que, de tanto ver e conviver com as agruras, as injustiças, as impunidades (acima de tudo) na vida de funcionários públicos honestos e trabalhadores, alguns desistem, adoecem, fazem apenas o que é pago para fazer (e alguns, nem isso). Simplesmente, esperam o tempo passar e a aposentadoria chegar. Não os justifico. Tampouco, os condeno. Apenas, os compreendo melhor agora. Não cabe a mim julgá-los. E ao verem um novo funcionário público se apresentando para o trabalho, com entusiasmo, dizem: “...eu já fui assim; daqui a algum tempo você estará como eu...” Cruzes!! Deus me livre e guarde! Para esta eu respondi que certamente ficaria assim quando estivesse morta e em estado de decomposição. Gostou não.
De qualquer forma, penso que alguma coisa precisa ser feita para que os politiqueiros entendam, realmente, qual o nosso papel enquanto Servidores Públicos, que nos respeitem, minimamente, como pessoas que somos. E aos colegas e amigos dentro deste ambiente, na maioria das vezes, “insalubre”, conclamo-os a se inteirarem mais sobre o que nos é pertinente – direitos e deveres, e a não se deixarem ser abusados. Nosso trabalho não depende (e não deve, jamais, depender) de quem assume o poder de tempos em tempos, de quem “ganha” as eleições. Governos vêm, governos vão. Nós permanecemos. A grande maioria, prontos para Servir, independente de tudo e de todos. Não se iludam, queridos amigos e colegas, a mudança e a valorização de nossa pessoa e nosso trabalho jamais partirão deles, como jamais partiram em tempo algum. Toda mudança se inicia a partir de nós mesmos, de cada um. Se não abrirmos nossas bocas para falar e agirmos, nada mudará; assim mesmo, corremos o risco de tudo continuar na mesma, já que estamos no Brasil, onde reina a impunidade, o país de Leis inúteis. Ainda que seja sozinho, apesar de penoso, vale lutar, mas juntos, nos fortalecemos. Todos os nossos problemas sociais, sobretudo, de violência, banditismo e de drogas, tenham certeza queridos, têm origem na impunidade e no falso sentimento de que “não adianta fazer nada”; no querer ‘levar vantagem em tudo’; no “não tenho nada a ver com isto”, e por aí vão as muitas desculpas que nos damos para não vermos e lutarmos pela nossa (coletivo) vida.
Somos todos responsáveis por tudo que acontece no mundo ou em nossa vida, sobretudo quando nos calamos.
Que Deus tenha misericórdia de nós, os repreenda e nos faça justiça!
Adrienne Machado Costa
Pedagoga
Julho/2009
FRAUDE NA SECULT 1
"Olá, queridos!!!
Olhem só: envio a vcs uma coisa que chamei de artigo, sobre a vida do funcionário publico e que peço, humildemente, para que divulguem pela internet a todos os seus contatos e que seja assim com eles tbm. É algo até simplório, mas esta aí.
Provavelmente deve ser publicado semana que vem, mas penso que vale a pena divulgá-lo dessa forma que é, como sabemos, mais eficaz, rápida e irreversível.
Podem divulgar meu e-mail para o caso de alguem quiser comentar...
Grande beijo,
Adrienne"
Então, o blog vai públicar, porém, antes gostaria de comentar as fraudes detectadas na SECULT - Goiânia, envolvendo servidores efetivos e comissionados. Uma das principais envolvidas estava em véspera de se aposentar, e jurou que se viesse a ser demititada, o que fatalmente acontecerá, não cairia "solitária" e apontaria os chefões envolvidos no caso.
Os boatos sobre esse assunto apareceram em 2007, e ao que tudo indicava, uma vez que apoderar-se de recursos do erário era a regra, usando de diversos esquemas, que vão desde "montar" firmas , em nome de servidores e de "laranjas" para fornecimento de notas, tanto para obter recursos do FAC quando para apresentar projetos na Lei de Incentivo, um esquema como esse era fichinha e provavelmente conhecido pelos ordenadores de despesas.
Nada disso é novidade e desde 2007 o MP está na cola, junto Promotoria de Defesa do Patrimônio. Todavia, a pergunta que fica é, pegarão apenas as piabas? Os tubarões continuarão operando?
Voltando ao artigo da Adrienne, que o blog publicará no próximo post, o que ela aponta é o ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO, tanto ela quanto eu, vítimas da sordidez de pessoas indignas do serviço público e que fazem do público um meio de vida. E não apenas na SECULT, mas também na Guarda Municipal, na COMURG, como vários artigos publicados nos jornais locais denunciam e o resultado sempre é a demissão, com processo administrativos forjados, do servidor concursado.
Atenção Goiânia!
Paço pede quebra de sigilo bancário de 7 servidores
Funcionários, já demitidos, são acusados de falsificação de decretos para desviar salários
Goiânia, 09 de outubro de 2009, por Carlos Eduardo Reche
A Prefeitura de Goiânia solicitou à Justiça a quebra do sigilo bancário de sete ex-servidores efetivos acusados de fraudar a folha de pagamento de pessoal. Os funcionários foram demitidos pelo prefeito Iris Rezende (PMDB) depois que uma investigação interna aberta a pedido da Secretaria de Administração e Recursos Humanos apontou a existência de 35 decretos irregulares de nomeação de comissionados.
Os nomes dos servidores de carreira demitidos pelo Paço Municipal não foram revelados pelo secretário de Administração, Jorge Pinheiro, sob o argumento de que a divulgação pode atrapalhar o andamento do processo judicial. Pinheiro disse não saber estimar o valor total desviado no esquema, mas afirmou que o depoimento dos envolvidos à Comissão Permanente de Inquérito Administrativa sugere que a fraude ocorre há mais de duas gestões.
A secretaria aguarda agora o parecer da Justiça sobre a solicitação da quebra do sigilo bancário dos envolvidos para tentar levantar o valor total desviado. Os salários alvos do esquema variavam, segundo a apuração, de R$ 465 (símbolo CC-4) a R$ 1.065 (CC-1).
Decretos
Os salários eram desviados por meio da edição de decretos falsos, com números correspondentes a atos verdadeiros, mas com outro teor. Os envolvidos usavam a numeração dos documentos para empregar servidores comissionados fantasmas ou manter na folha funcionários já demitidos ou licenciados da função sem remuneração.
Todos os 35 casos detectados ocorreram na Secretaria da Cultura, onde também trabalhavam parte dos acusados pela fraude. Segundo Pinheiro, dois dos sete envolvidos atuavam na Secretaria de Administração. O esquema foi descoberto em agosto do ano passado, depois que uma ex-servidora da Cultura foi informada de que continuava lotada na pasta, mesmo após pedir demissão. A permanência do nome da servidora na folha foi confirmada quando ela tentava assinar novo contrato na Prefeitura de Aparecida de Goiânia.
Por meio da edição dos decretos falsos, os servidores alteravam os dados dos depósitos bancários dos servidores fantasmas, demitidos ou licenciados, desviando os valores para as próprias contas.
“A fraude ocorreu em várias administrações. Uma das servidores disse que usou (os valores desviados) para comprar uma casa e formar o filho”, disse o secretário, referindo-se ao depoimento de um dos servidores envolvidos, que confessou participação na fraude. A presidente da Comissão de Inquérito, Evelyn Lelitscewa Arantes, disse que a apuração foi feita sob absoluto sigilo para evitar que os envolvidos apagassem as pistas da fraude.
A fraude levou o Paço a recadastrar os funcionários. A princípio, 1,6 mil salários foram bloqueados em função de problemas nos dados. Atualmente, 140 contas estão suspensas para averiguação.
FONTE: O POPULAR 09/10/09 - Goiânia.
Edição: 1089 Data:11/10/2009
Prefeitura sabia de fraude há dois anos
por Charles Daniel
Fraude na Prefeitura de Goiânia que veio à tona na semana passada existe há pelo menos dois anos. Informações iniciais dão conta de que a irregularidade ocorre na Secretaria de Cultura de Goiânia (Secult) e tem o envolvimento de no mínimo 35 funcionários comissionados e sete efetivos.
O secretário municipal de Administração e Recursos Humanos (Smarh), Jorge Pinheiro, que está deixando a pasta, admitiu que a Prefeitura sabe do caso desde o início de 2008, quando a denúncia foi feita. E afirmou que o esquema está sob apuração da pasta, mas a ação corre em segredo de Justiça. Segundo ele, funcionários efetivos estariam utilizando a ficha funcional dos comissionados que deixaram o cargo para continuar recebendo os salários daqueles. O grupo direcionava o salário dos exonerados para outra conta bancária.
Suspeita-se que funcionários de alto escalão também tenham participação no esquema. Um servidor que não quis se identificar revelou que um servidor da Smarh exonerava parcialmente os ex-comissionados, dando baixa apenas à matrícula. Disse ainda que o pagamento estaria sendo direcionado a uma única conta, com a ajuda do Gabinete de Expediente e Despachos.
Ele informou ainda que os ex-funcionários não sabiam da fraude e que o dinheiro era dividido entre os membros da Prefeitura que participavam do esquema. Explicou ainda que, para não levantar suspeita, o grupo fez a verba do salário dos ex-comissionados constar na prestação de contas como sendo horas extras dos servidores envolvidos.
Segundo esse servidor que não quis se identificar, uma ex-prestadora de serviço da Smarh, porém lotada no Estado, cujo filho é o responsável pelo cancelamento da matricula dos ex-comissionados, foi afastada da secretaria devido suspeita de envolvimento.
Investigações
Pinheiro disse que o primeiro passo para desvendar o caso foi o recadastramento de todos os servidores da Prefeitura, para apurar se havia mais irregularidades. A segunda etapa será a realização de auditoria na folha de pagamento. E revelou que mais de mil salários de servidores foram bloqueados devido a irregularidades.
De acordo com o titular da Smarh, como todos os servidores envolvidos foram demitidos, ele protocolou na Justiça o pedido de quebra do sigilo bancário dessas pessoas, já que a Prefeitura não vai agir por conta própria. “Com a quebra do sigilo, você vai saber quanto foi desviado e durante quantos anos essa fraude acontecia”, afirmou. Com as informações, ele disse que a Prefeitura pedirá o ressarcimento do dinheiro desviado.
O vereador Elias Vaz (PSol) aproveitou a visita do prefeito Iris Rezende (PMDB) à Câmara na terça-feira para cobrar explicações sobre o esquema. Iris foi à Casa prestar contas do último quadrimestre de sua administração, admitiu que servidores da Prefeitura montaram esquema para desviar recursos públicos e que abriu a investigação. Ele evitou falar sobre valores desviados e nomes de suspeitos.
De acordo com Iris, com a sindicância chegou-se à conclusão de que alguns servidores estavam se utilizando de sistema ilegal para tirar proveito do dinheiro público. “Coisas não tão grandes”, minimizou. E alegou que não poderia fornecer mais detalhes para não atrapalhar as investigações.
Já o vereador socialista disse que o prefeito se comprometeu a encaminhar as informações para ele. E garantiu que reiterará o pedido a ele e ao novo secretário, que assumirá no lugar de Pinheiro. Segundo Elias, a fraude poder ter vindo de administrações anteriores. O chefe do Gabinete de Expediente e Despachos, Jairo da Cunha Bastos, não foi encontrado para comentar o assunto.
‘ TENDÊNCIA É PUNIR APENAS OS PEQUENOS’
O vereador Elias Vaz (PSol), um dos primeiros a divulgar o esquema de corrupção na folha de pagamento da Prefeitura, acredita que a fraude ocorreu por causa do critério de escolha dos funcionários e por falta de organização. “É um critério eleitoreiro, não passa pela perspectiva da administração”, criticou. Para ele, o prefeito instrumentalizou a gestão pública para fazer acordos políticos.
Elias se diz preocupado com as investigações que, segundo ele, praticamente estão na mão da Prefeitura. “A tendência disso é punir somente os funcionários de cargos menos importantes. Será que o envolvimento é só deles; será que todos serão punidos?”, questionou, para pedir a transparência ao caso. “Eles não querem passar essas informações”, reclamou
OCULTAÇÃO DE FATOS
O socialista diz que a Prefeitura queria abafar o caso, optando pela ocultação dos fatos. E que solicitou mais informações ao secretário municipal de Administração e Recursos Humanos (Smarh), Jorge Pinheiro, há um mês, mas não foi atendido.
O vereador diz que vai reforçar a solicitação de mais informações ao prefeito e ao secretário atual e o que ainda assumirá, para em seguida, repassar para o Ministério Público (MP) e elaborar requerimento para sugerir a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara de Goiânia. “No mínimo vou passar para o MP”, avisou, e completou dizendo que a sociedade precisa saber o tamanho do problema e o porquê da falta de transparência. E reclama que a falta de informações gera desconfiança. “Eu soube do caso por boatos”, reclamou. (C.D.)
FONTE: http://www.hojenoticia.com.br/editoria_materia.php?id=27097
sábado, outubro 10, 2009
quarta-feira, outubro 07, 2009
LEONARDO DA VINCI
A pintura, chamada "A Batalha de Anghiari", estava oculta sob a parede no Palazzo Vecchi, a chamada Câmara dos 500
07 de outubro de 2009
Foto: The New York Times
John Tierney
Em Florença, na Itália
Reduzir Normal Aumentar Imprimir Se, como Maurizio Seracini, você acredita que a maior das pinturas de Leonardo da Vinci está escondida no interior de uma parede na sede da prefeitura de Florença, há duas técnicas essenciais para encontrá-la e, como de hábito, Leonardo mesmo antecipou as duas.
A primeira envolve o recurso a equipamento científico. Depois de encontrar o que parecia ser uma pista quanto ao trabalho de Da Vinci deixada por outro artista do século XVI, Seracini liderou uma equipe internacional de cientistas em um projeto que resultou no mapeamento de cada milímetro da parede e da sala que ela delimita com o uso de lasers, radar, luz ultravioleta e câmeras infravermelhas. Assim que conseguiram identificar o possível esconderijo, os pesquisadores desenvolveram aparelhos com os quais será possível detectar a pintura por meio do disparo de feixes de nêutrons contra a parede.
"Da Vinci adoraria ver o quanto a ciência está sendo utilizada, na procura por sua mais célebre obra-prima", disse Seracini, enquanto contemplava a parede em cujo interior ele espera encontrar a pintura, e recuperá-la intacta. "Consigo perfeitamente imaginar o fascínio que ele sentiria por todos os aparelhos de alta tecnologia que viremos a utilizar para esse processo".
Seracini estava no grande salão cerimonial do Palazzo Vecchi, a chamada Câmara dos 500, que na era do Renascimento ocupava posição política central na vida de Florença e por isso terminou sendo decorada com murais de vitórias militares florentinas, pintadas por Da Vinci e Michelangelo, sob encomenda dos líderes da cidade. Era julho de 2009 e a sala continua a ser um centro de poder político, como se podia perceber com a entrada repentina de Matteo Renzi, o novo prefeito de Florença, que percorria rapidamente o caminho entre sua sala e o carro que o esperava na saída do edifício.
A palestra científica foi interrompida enquanto Seracini se apressava para interceptar a comitiva do prefeito. Ele estava ansioso para empregar a segunda das estratégias essenciais, na busca por uma pintura de Da Vinci em Florença: encontrar o patrono certo.
Essa foi sempre uma tática inteligente na cidade natal dos Medicis e de burocratas como Maquiavel, o amigo de Da Vinci cuja assinatura consta do contrato no qual o mural sobre as vitórias da cidade foi encomendado ao pintor. Seracini, professor de engenharia na Universidade da Califórnia em San Diego, passou anos perdido em um labirinto burocrático, esperando aprovação para testar sua técnica de localização por feixes de nêutrons, mas diz que o novo prefeito da cidade representa a melhor esperança de localizar a pintura de Da Vinci.
A busca foi iniciada mais de três décadas atrás e com uma pista digna de figurar em um romance de suspense do escritor Dan Brown. Em 1975, quando estava estudando engenharia nos Estados Unidos, Seracini retornou à sua Florença natal para uma análise da Câmara dos 500, em companhia de Carlo Pedretti, um estudioso da vida e obra de Da Vinci.
Os dois estavam em busca de "A Batalha de Anghiari", a maior pintura que Da Vinci realizou em sua vida (a largura do mural era três vezes maior que a de "A Última Ceia"). Ainda que o trabalho jamais tenha sido concluído - Da Vinci o abandonou em 1506-, uma das cenas centrais, que mostra soldados e cavalos em pleno combate, foi elogiada como um estudo sem precedentes dos princípios da anatomia e do movimento. Por décadas, artistas como Rafael visitaram a Câmara dos 500 a fim de contemplar o mural e copiá-lo para referência.
E um dia a pintura desapareceu. Quando o salão foi remodelado, em 1563, o arquiteto e pintor Giorgio Vasari recobriu as paredes com afrescos que mostravam vitórias militares da família Medici, retornada ao poder. O mural de Da Vinci terminou esquecido. Mas em 1975, quando Seracini estava estudando uma das cenas de batalha pintadas por Vasari, ele percebeu a imagem de uma pequena bandeira contendo as palavras "Cerca Trova", ou seja, "procure e encontrará". Será que elas serviam como sinal de Vasari para a presença de algo oculto por sob a sua pintura?
A tecnologia dos anos 70 não permitia obter resposta clara. Seracini levou sua carreira adiante e veio a conquistar a fama por conta de suas análises científicas de outras obras de arte e, posteriormente, fundou o Centro de Ciência Interdisciplinar para a Arte, Arquitetura e Arqueologia, integrado à Universidade da Califórnia em San Diego. Em 2000, ele voltou a Florença e à Câmara dos 500, equipado com novas tecnologias e com o apoio de um novo patrono, Loel Guinness, um filantropo britânico.
Ao registrar imagens em infravermelho e mapear a sala com o uso de laser, a equipe de Seracini descobriu onde ficavam as portas e janelas antes que Vasari conduzisse a sua reforma. A planta reconstituída, combinada a documentos do século XVI, bastou para localizar o ponto que teria sido pintado por Da Vinci. Também serviu para oferecer uma potencial explicação para o fato de que Michelangelo tenha realizado não mais que um esboço inicial do mural a ele encomendado: o pintor deve ter ficado enciumado ao descobrir que a seção da parede atribuída a Da Vinci oferecia iluminação natural muito melhor.
"A sala é imensa, mas não grande o suficiente para que Michelangelo e Da Vinci pudessem dividi-la", disse Seracini. A nova análise demonstrou que o local em que Da Vinci pintou sua cena ficava exatamente sob o ponto em que a bandeira com os dizeres "cerca trova" foi pintada. E uma notícia ainda melhor, obtida por meio da análise da parede com radar, foi o fato de que Vasari não revestiu o mural de Da Vinci e pintou o seu; ele fez construir novas paredes de tijolos para sua pintura e tomou o cuidado de deixar um pequeno espaço para respiração por trás de uma dessas seções de tijolos - exatamente aquela que fica por trás do "cerca trova".
Mas como um pesquisador trabalhando hoje poderia descobrir o que existe atrás do afresco e dos tijolos? Como é que alguém poderia contemplar a parede original, a uma profundidade de 15 cm, sem prejudicar o afresco também histórico que existe em sua superfície?
Seracini não sabia como proceder, até 2005, quando pediu ajuda durante uma conferência científica e recebeu uma sugestão quanto ao uso de feixes de nêutrons que atravessariam o afresco sem prejudicá-lo. Com ajuda de físicos dos Estados Unidos, da autoridade italiana de energia nuclear e de universidades da Holanda e Rússia, Seracini desenvolveu aparelhos capazes de identificar os reveladores produtos químicos usados por Da Vinci.
Um desses aparelhos é capaz de detectar os nêutrons que retornam depois de colidir com átomos de hidrogênio, um componente abundante nos materiais orgânicos (como o óleo de linhaça e resina) empregados por Da Vinci. Em lugar de utilizar tinta à base de água, o método convencional para um afresco em gesso como o de Vasari, Da Vinci recobriu a parede com uma camada base impermeabilizada e utilizou tintas a óleo.
O segundo aparelho utilizado pelos pesquisadores permite distinguir os raios gama produzidos pelas colisões de neurônios com átomos de diferentes elementos químicos. O objetivo é localizar o enxofre na camada de impermeabilização de Da Vinci, o estanho na camada branca que servia como base à pintura e os produtos químicos nos pigmentos de cor, como o mercúrio usado para produzir pigmento vermelho e o cobre usado para o azul.
Desenvolver essa tecnologia foi difícil, mas mesmo assim representou desafio menor do que conquistar aprovação burocrática ao seu uso. Seracini encontrou uma série de obstáculos políticos e burocráticos. Assim, quando viu o novo prefeito atravessando o Salão dos 500 naquela tarde de julho, ele se apressou a fazer um apelo pessoal a Renzi, que era favorável ao projeto antes de sua eleição.
Com a polidez de um Medici, o prefeito parou para escutar o pedido, e depois prometeu que ajudaria a empreitada artística a avançar, assim que tivesse cumprido a sua primeira leva de promessas eleitorais. "Meu sonho é ver essa descoberta o mais rápido possível", disse Renzi. "Rápido" pode ser um termo altamente relativo, na burocracia italiana, mas o prefeito de fato agiu para reiniciar o processo e conduziu uma reunião com um de seus atuais patronos, a National Geographic Society dos Estados Unidos. Na semana passada, Renzi declarou que esperava que o trabalho pudesse ser realizado em breve.
"Estamos dispostos a conceder permissão ao professor Seracini", disse Renzi na quinta-feira. "A única questão é a data, e saber quem fará o quê. Dentro de uma ou duas semanas, o projeto deve receber luz verde". Assim que obtiver autorização, diz Seracini, ele espera concluir o trabalho de análise dentro de um ano.
Caso "A Batalha de Anghiari" esteja mesmo lá, diz, seria viável que as autoridades florentinas encarregassem especialistas de remover o afresco exterior de Vasari, extrair a pintura de Da Vinci e em seguida recolocar o afresco em sua posição. É claro que ninguém sabe em que estado o mural de Da Vinci estará. Mas Seracini, que conduziu extensas análises sobre os danos sofridos por quadros do Renascimento, diz que se sente otimista quanto ao mural.
"A vantagem é que ele esteve coberto por cinco séculos", disse. "Esteve protegido contra vandalismo, contra o ambiente e contra más restaurações. Não espero que tenha decaído demais". Caso ele tenha razão, então talvez Vasari tenha feito um favor a Da Vinci ao cobrir sua pintura - mas tomando o cuidado de deixar aquela enigmática bandeira por sobre o local do tesouro.
Tradução: Paulo Migliacci ME
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4026832-EI238,00-Descoberta+pintura+de+Da+Vinci+escondida+dentro+de+parede.html
segunda-feira, outubro 05, 2009
LEI DE INCENTIVO - GOIÂNIA
Segundo ponto importante, quando foi mesmo que a Lei mudou permitindo que a SECULT faça o que bem entender, inclusive reservar recursos, e não serão poucos, para serem usados próximo do período eleitoral?
Uma nova Conferência Municipal de Cultura está acontecendo, eu, da minha parte, não reconheço como legal, tendo em vista a anulação de Conferência anterior e que nunca foi realizada. Então, expliquem, como pode? Um fato desses na iniciativa privada, pelos menos os autores da façanha seriam condenados a pagar cestas básicas, mas neste caso, todos foram alçados a Conselheiros de Cultura. E pior, recebem por isso uma boa grana, pagos com os recursos do Erário, ou seja, somos nós quem pagamos.
E então? Artistas, produtores e agora também, políticos, vamos continuar permitindo um Conselho Municipal de Cultura que é um desrespeito a cidadania? É essa a cultura goiana?
Abaixo a matéria citada:
Seminário discute mudanças na lei de incentivo à cultura
Secult reuniu artistas e produtores para explicar modificações na lei atual
Edson Wander
A Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia (Secult) reuniu artistas e produtores culturais para explicar as mudanças que a pasta promoveu no novo edital da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Realizado na Fundação Jaime Câmara na quarta-feira à tarde, o seminário reuniu produtores e artistas da cidade e provocou dúvidas sobre as novidades anunciadas – a principal delas foi a limitação no número e valores dos projetos apresentados por área para captar recursos pela lei. O secretário Kleber Adorno só abriu os trabalhos e deixou o encontro alegando outros compromissos, mas afirmou que o objetivo das mudanças é ampliar a possibilidade de a lei de incentivo cultural da capital beneficiar mais projetos.
Jorge Leal, chefe de gabinete de Adorno e integrante do Conselho Municipal de Cultura (CPM), explicou os principais itens do novo edital. Ele disse que a mudança é de foco. “Não se trata mais de fomento e sim de incentivo. Não estamos dizendo que o seu projeto vale isso, mas quem quiser captar mais do que isso deve procurar outras fontes de recursos”, disse.
Pela nova proposta, os projetos devem ser inscritos em sete áreas e seus valores estão limitados a R$ 35 mil (festivais de música). Gravação de discos e shows poderão captar no máximo R$ 15 mil, assim como projetos de literatura (livros de ficção e ensaio; poesia é R$ 10 mil). Teatro terá no máximo R$ 20 mil por projeto e o total de projetos também está limitado de acordo com a área. A área que poderá ter o maior número de projetos aprovados é o de cultura popular (12 projetos a R$ 5 mil cada um ), seguido por música (gravação de discos popular e erudito – 11 projetos a R$ 15 mil cada um).
O valor total dessa primeira etapa de incentivo da lei municipal é de R$ 1,5 milhão. A lista do novo quadro de valores pode ser conferida no edital levado ao site da Prefeitura de Goiânia (www.goiania.go.gov.br).
Entre os pontos que causaram estranheza na classe artística presente ao seminário foi o que determina que artistas aprovados para gravar CD ou DVD musical pela lei terão de realizar duas apresentações designadas pela Secult. A medida entrou no capítulo da Contrapartida Social do Projeto, que já prevê desde o início da lei a doação à Secult de 10% de produtos (CD, DVD, livro, etc.) ou bens (ingresso de espetáculos) culturais beneficiados pela lei. O prazo de inscrições de projetos vai até o próximo dia 9.
Sandoval Eterno, outro dos integrantes do CMC, informou que até agora apenas oito projetos foram inscritos. O debate acabou esvaziado porque a coordenação do seminário impediu que os participantes usassem o microfone para perguntas. Inconformados por ter de fazer as questões por escrito, muitos deixaram o seminário antes do fim.
Participantes do seminário elogiaram a iniciativa do encontro, mas lamentaram o fato de ele não ter se destinado à discussão do mérito das propostas e sim apenas servir de um “tira-dúvidas” sobre as mudanças. O produtor Marcelo Carneiro disse que a ideia de limitação de valores dos projetos “é boa” se aplicada aos recursos do Fundo Municipal de Cultura e não à lei de incentivo.
“Eu não sei se esta tabela de valores está de acordo com a realidade de mercado”, afirmou. “Do jeito que a Secult propõe engessa a produção”, disse. O diretor de teatro Constantino Isidoro reforçou a crítica.
“Com esse valor não temos mais condições de realizar um festival de teatro pela lei. Não sei de onde saíram esses critérios, isso tinha de ter sido discutido com a classe”, afirmou. Os pontos mais elogiados do novo edital foram a separação da apresentação dos projetos em dois envelopes (um para documentação e outra para a proposta artística), a avaliação pública da parte de documentação das propostas e a redução do prazo da resposta a um recurso, que caiu de 30 para 10 dias
FONTE: JORNAL O POPULAR 02/10/09.